Brigar com Cindy na frente do restaurante até estava nos meus planos. Mas preferi me comportar, já que havia ficado bem claro para ela que eu tinha poder sobre Heitor. Só não via quem não quisesse enxergar. E ela era muito esperta para não entender.
Virei as costas para ela e entrei no carro.
- O que foi isso? – Comecei a rir, ainda nervosa.
- Um homem lutando pela honra da irmã. – Respondeu.
- E... Onde Heitor entra nesta briga?
- Sinceramente, não quero pensar ainda mais sobre a atitude dele, ou minha cabeça ficará dando ainda mais nós.
- Acha que ele pode gostar de mim de verdade?
- Mesmo com Cindy à tiracolo? – me olhou de soslaio. – Quer que eu diga a verdade?
- Por favor, eu quero.
- Que Heitor Casanova é um sem-vergonha todo mundo sabe. Que ele sempre esteve com Cindy no seu encalço, todo mundo sabe. Que ele não se importa com ninguém a não ser ele mesmo, todo mundo sabe. Mas ele fazer um escândalo num restaurante de luxo pela minha irmã... Isso todo mundo viu, mas não sei acreditaram.
- Não respondeu minha pergunta.
- Eu acho que ele pode estar gostando “um pouquinho” de você. – Mostrou o dedo indicador junto com polegar, fazendo gesto e comprimindo os olhos, com um meio sorriso irônico.
Eu sorri, e senti uma sensação de bem-estar comigo mesma que não teve preço. Só queria uma segunda opinião. Afinal, eu já tinha quase certeza de que era correspondida depois de ouvir o “eu te amo” enquanto ele destruía a própria sala na North B.
Mas talvez meu orgulho e amor próprio fossem mais fortes do que eu imaginava. Só quem passou pelo que eu passei poderia se colocar no meu lugar e saber o que é fazer tudo por uma pessoa tóxica que acaba por destruir a vida de si mesma e de todos ao seu redor sem se dar em conta.
Jardel morreu, mas levou parte de mim com ele. A parte da inocência e crença de que as pessoas podiam ser boas ou melhorarem. Eu jamais seria a mesma depois de todo meu passado.
Sebastian me deixou em casa e foi embora.
Lembrei que segunda-feira era também a noite em que a Babilônia não funcionava e por isso encontrei Heitor naquele restaurante. E além do mais, pelo que pude perceber, ele sabia que eu estaria ali. Então, de alguma forma, estava vigiando a minha vida. E isso me incomodava profundamente. Ele alegava querer me proteger, mas eu não precisava proteção contra nada a não ser dele mesmo.
No dia seguinte fui para a Perrone e Sebastian pela primeira vez abriu a parte financeira da empresa para mim. Não que eu fosse expert nisso, mas acho que queria dividir o que acreditava ser “nosso patrimônio”.
Depois de entender que a empresa não gerava lucros e o que entrava era praticamente para pagar o que se produzia, fui sincera:
- Sebastian, sinceramente, eu não me acho dona deste lugar. Por mais que eu queira dizer que me sinto grata por seu pai ter feito isso para mim, não é o que eu sinto de verdade. Volto a dizer: de Francesco Perrone eu só quero Sebastian. Sinto muito. Me consterno por saber o quanto esta empresa é importante para você.
- Me sinto culpado de alguma forma. Fui ingênuo... Fiz tudo errado.
- Não foi. Mas está lidando com alguém bem mais experiente em negócios grandiosos do que você. E sem caráter. Heitor Casanova é assim, infelizmente.
- Ainda acho que Heitor não teria capacidade para tudo isso. Allan deve estar por trás dele.
- Não há como sabermos. E o que importa, não é mesmo? Mesmo que tenha sido Allan Casanova, isso não faria a Perrone ser produtiva e render mais. Talvez Noriah Norte não seja o lugar ideal para esta empresa.
- Isso significa que eu teria que voltar para o meu país. E perder a minha irmã que encontrei há tão pouco tempo, tendo que ficar longe dela novamente?
Toquei a mão dele carinhosamente:
- O elo emocional e sentimental que criamos ninguém vai destruir, Sebastian. Além do mais, você não é obrigado a partir. Pode ficar em Noriah Norte.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...