Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 149

- O que houve?

- Nada sério, mas preciso que venha.

- Não me preocupa, porra.

- Estou bem, juro. Só preciso de você.

- Em quinze minutos chego.

- Ok.

Estava saindo na porta quando lembrei do casaco, pegando qualquer um que estava na frente e jogando sobre meus ombros.

Eu precisava resolver de uma vez por todas a situação entre Sebastian e Milena. Me doía ver os dois sofrendo sendo que se amavam e tinham sido afastados por suas famílias egoístas e mesquinhas.

Se não se acertassem, tudo bem. Mas pelo menos se veriam e decidiriam se perdoar ou colocar um fim a tudo aquilo e seguirem suas vidas.

Sentei de volta no sofá, já desistindo da minha comida que estava na mesa e certamente tinha esfriado.

- Qual sua relação com Cindy? – perguntei. – Para ela ir lhe falar essas mentiras?

- Não somos amigas... Também não inimigas.

- Mas você sabia que ela tinha um caso com Heitor?

- Sim, eu sabia. – Ela abaixou a cabeça.

- E aceitava?

- Julgamentos? – Ben ironizou.

- Não, não estou julgando. Só tentando entender. – Justifiquei.

- Que diferença fazia com quem ele dormia? – ela deu de ombros. – Para mim era só alguém que eu gostava como um familiar... Um amigo. Não havia ciúme... Nunca houve. Foi um noivado forçado.

- Pela sua mãe, não é mesmo?

- Sim.

- Por que... Aceitou?

- Eu não sei. Nunca fui muito de contestar. Sempre achei que minha mãe queria o meu bem. Não que hoje eu pense diferente, mas me arrependi de algumas coisas que deixei no passado. Hoje sou mais madura. Os erros nos fazem aprender.

- Concordo. – Salma disse, ainda à mesa.

Sim, era uma conversa entre nós duas, mas meus amigos e eu estávamos acostumados a nos ampararmos e falar o que pensávamos. Então eles não se importavam de dizer o que achavam daquilo tudo para a ex-noiva de Heitor. Além do mais, éramos experts em fazer porras e agirmos errado. E também em corações partidos.

- Sebastian é um homem lindo e de boa índole. – Salma disse. – Sinceramente, eu não sei o que você está esperando. E se ele conhecer outra pessoa e se apaixonar? – indagou.

Ela abaixou a cabeça, não respondendo, parecendo confusa.

- Já fiz um monte de burradas no passado em função de ceder às vontades de outra pessoa, colocando outrem à frente de mim mesma. E vou lhe dizer: isso é horrível. Eu superei, com a morte desta pessoa. Mas sua mãe está bem de saúde. E se ela demorar para morrer e você perder toda a sua vida por conta dela? – Questionei.

- Minha mãe é depressiva.

- Você também. – Observei.

- E quem não é hoje em dia, baby? – Ben falou, levando seu prato até a pia. – Vida corrida, falta de tempo, falta de dinheiro, falta de amor... Quem resiste? Se vocês duas são depressivas, estão no empate. Ou seja, viva a sua vida, querida. Sua mãe deixou de viver a dela por você ser depressiva?

Novamente não houve resposta. Torci para Sebastian tirá-la daquela teia de manipulação na qual aquela mulher vivia. A relação dela com a mãe não era diferente da minha com Jardel. Se eu consegui sobreviver e superar, ela também conseguiria.

A campainha tocou. Senti meu coração batendo mais forte. Saber que os dois se reencontrariam ali me deixou nervosa.

- Estamos esperando mais alguém? – Salma ainda comia.

- Não que eu saiba. – Menti.

Fui até a porta e abri, dando de cara com Tony parado.

Ele era alto e o vi observando Ben sobre a minha cabeça. Porra, seria uma noite tensa.

- Quer entrar e aproveitar a terapia? – ironizei. – É de graça.

- Precisamos conversar. – Ele olhou para Ben.

Dei um passo para o lado a fim de que ele entrasse e então Sebastian apareceu, com seus mais de 1,80 metros e os olhos azuis mais calorosos do mundo. Meu irmão... Que orgulho! Me vi sorrindo enquanto o observava. A única coisa ruim naquilo tudo é que tínhamos sangue Perrone nas veias. De resto, era perfeito.

Milena levantou, confusa e surpresa e Tony entrou, junto de Sebastian.

- Chegou o seu casaco, Babi? – Salma perguntou debochadamente. – Eu... Vou tomar um banho. E dormir. Fiquem à vontade e por favor: sem gritos. Vou levar junto as facas.

- Deixe as colheres, por favor. – Ben disse imediatamente. – Posso precisar... De muitas. – Sorriu nervosamente.

Sebastian e Milena seguiam se olhando, sem dizer absolutamente nada.

- Sebastian, esta é Milena. Milena este é... É... – Fiquei incerta de dizer ou não para ela a verdade.

Sebastian estendeu a mão a ela, dizendo:

- Sebastian Perrone, irmão de Bárbara Novaes.

Ela ficou sem palavras. Eu? Ah, meu coração ficou tão diferente. Me senti acolhida, de alguma forma. Eu tinha orgulho dele, mas vergonha de dizer ao mundo que éramos irmãos e eu uma Perrone.

- Será que você poderia... Não contar para ninguém? – Pedi para ela. – Nós dois ainda estamos nos acostumando com a ideia. Eu soube há pouco tempo. E não gostaria que Heitor soubesse assim, pela boca de outra pessoa.

- Eu não vou falar. – Ela garantiu.

- Isso serve para a sua mãe também... Não quero que ela saiba. – Segui.

- Não saberá.

- Agora entende que eu não tenho nada com ele, não é mesmo? Quero a paz entre vocês e suas famílias tanto quanto você quer, Milena.

Os dois ainda estavam com as mãos juntas, desde o cumprimento.

- Eu... Vou... Ao banheiro. – Falei de repente, sabendo que sobrava na sala e na cozinha.

De repente, nossa casa ficou pequena para tantas pessoas. Ben e Tony foram conversar no quarto e deixamos Sebastian e Milena ali, na sala.

Fui para minha cama e deitei. Estava ansiosa e queria esperar para ver se Ben e Tony se resolveriam de vez e Sebastian e Milena se perdoariam.

Mas não esperei que eles demorassem tanto. Quando percebi, adormeci.

Senti alguém envolvendo meu corpo num abraço, ainda na cama.

- Me aperta com força, Heitor – pedi, ainda sonolenta. – Estou morrendo de saudade.

- Posso até apertar, mas não sou Heitor. E meu pau não vai ficar duro para você.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas