Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 207

Levantei e fui até o armário, procurando uma camiseta branca. Peguei uma camisa e comecei a colocar. Enquanto abotoava, disse:

- Eu tenho uma coisa para lhe contar. – Não olhei na direção dele.

- Conte. – Ele seguiu sentado na cama, tranquilamente.

Fui abrindo as portas dos armários até encontrar uma calça em moletom mais curta, com ribana na parte de baixo e na cintura. Analisei a peça e perguntei:

- Isso serve em você? Deve evidenciar muito suas partes íntimas... Em especial seu pênis. – Arqueei a sobrancelha.

- Nem sei se já usei esta porra. – Ele enrugou a testa, pensativo.

Coloquei, sem calcinha por baixo, enquanto disse, de forma espontânea:

- Você tem uma filha.

Primeiramente houve um breve silêncio, creio que não mais do que um minuto. Depois ele deu uma gargalhada estrondosa, gostosa, daquelas que parece que você contou uma piada completamente engraçada.

Olhei na direção dele:

- Estou falando sério.

- Hum... É nossa filha? – Colocou o dedo na testa, ainda rindo.

- Não.

- Ah, então eu não quero. Detesto crianças, mas se fosse uma garotinha com os seus olhos eu não dispensaria. Em especial se tivesse o gênio da mamãe... Ainda que as duas me deixassem louco.

- Vamos deixá-lo louco, disso eu tenho certeza.

- Investigou minhas vidas passadas? Porque nesta encarnação eu não vou ter filhos.

- Podemos ter concebido um agora. – Não me contive.

- Não saio transando sem camisinha com todo mundo, se é isso que quer saber. Poderia ter me perguntado diretamente. Aliás, acho que você já fez esta pergunta, exatamente ali – apontou para o canto do quarto – Enquanto um poste de metal caía sobre a sua cabeça. Eu estava bêbado e você que esquece as coisas?

- Heitor... Não é uma brincadeira.

Ele riu novamente, de forma divertida, balançando a cabeça. O telefone tocou, mas ele sequer foi verificar quem era.

- Não vai atender? – Perguntei.

- Não... Nada é mais importante do que ficar com você, Bárbara. Não quero interrupções, especialmente agora, quando estamos discutindo sobre “nossa filha”. – Disse, de forma debochada.

- Olha, eu queria dizer que estou a brincar com você, mas...

- Mas... – ele riu novamente, balançando a cabeça – Você bebeu?

- Claro que não.

- Caralho, por isso eu amo você. Estar ao seu lado é como uma montanha russa de emoções. Nada, eu disse “nada” se compara a você e suas loucuras.

Ouvimos uma batida leve na porta:

- Heitor, precisa atender o telefone. É Celine. – Nicolete disse do outro lado.

Ele me olhou, apreensivo:

- Atenda. Deve ser importante. – Falei, pensando em Allan.

Ele pegou o celular e ligou para ela. Fui até a cama, ouvindo-o falar em monossílabos com a madrasta.

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