- São jovens... Deixe-os aproveitarem, Celine. – Allan criticou.
- Como se sente, Allan? Ficamos preocupados. – Toquei a mão dele carinhosamente, percebendo os olhos de Heitor acompanhando meus movimentos ao mesmo tempo que dava por encerrada a leve discussão entre Heitor e Celine.
- Estou bem... Tudo drama. Já passei por momentos piores e nem por isso internei. Até domingo quero estar em casa. E vou estar. Detesto hospitais.
- Então pelo visto não foi nada grave. – Heitor puxou minha mão de volta.
Encarei os olhos claros de Allan Casanova e não pude deixar de pensar que ele poderia ter sido o meu pai. Minha mãe havia saído do conforto de seu lar por aquele homem. E talvez eu sentisse pelo filho dele exatamente o que ela sentiu quando largou tudo por amor.
Destino, coincidência... Enfim, parecia que tudo estava interligado. E como eu queria saber o que de fato aconteceu, da boca de Allan. O que ele realmente sentiu pela minha mãe? O que tiveram, afinal?
Enquanto pensava, não percebi o olhar dele firme no meu:
- Você me lembra muito uma pessoa. – Ele disse de repente, fazendo meu coração bater forte.
Entrelacei meus dedos aos de Heitor, sentindo as mãos trêmulas:
- Quem? – Tive coragem de perguntar.
Vamos, me diga de uma vez que é Beatriz Novaes.
- Claro! – Celine disse, cortando a conversa – Ela lembra a filha da nossa ex-governanta... Como era mesmo o nome dela? Acho até que Heitor também teve um caso com a garota...
- Ela me lembra alguém do passado. – Allan foi firme.
Olhei para Celine e em seguida para ele novamente:
- Um passado que você gosta ou não de lembrar? - Questionei.
- Do passado ele só gosta da parte de ter me conhecido, não é mesmo, querido? – ela alisou o rosto dele de forma mecânica, como que exigindo atenção.
- Não! Antes disso teve a minha mãe. – Heitor disse, entredentes.
- E a minha... – Falei, baixinho, percebendo todos os olhares na minha direção. – A minha vó também sempre diz que lembro alguém do passado dela. Quero dizer... A minha mãe. Mas neste caso, eu quis dizer a mãe de Heitor, já que seria a minha sogra, e não vou conhecê-la. Como se chama a madrasta quando se torna sogra? Seria “sograsta”? – Deus, o que eu quis dizer com tudo isso? Me ajuda Deus!
- Sogra em si já não é bom... Sogra madrasta... – Heitor me olhou - Acho que você atirou pedra na cruz no passado, desclassificada. – Começou a rir, enquanto alisava o queixo divertidamente, tentando se conter.
- Você bebeu, Heitor? – Celine olhou-o seriamente – Você deu bebida para ele? – Encarou-me.
- Não... Na verdade, acompanhei-o nesta visita ao senhor Allan justamente porque estava no apartamento dele quando você ligou. E adivinha o que eu estava fazendo? Jogando todas, eu disse “todas” as bebidas que ele tinha fora. Inclusive... – retirei a chave do bolso – Tenho posse da chave da adega. Só abrirá quando Heitor souber beber socialmente, se é que este dia vai chegar. Um dependente ou viciado nunca se cura se continuar a ingerir pequenas doses que sejam. Ou para ou continua. Não há meio termo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...