Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 212

Fiquei pensativa. Não, eu não estava nem estive grávida. Eu não pari Maria Lua. Mas fui a primeira pessoa que a pegou no colo, que lhe deu tudo que eu tinha e não tinha e que enfrentava um duro danado a cada dia, tentando ser a melhor mãe do mundo para ela. Se alguém ousasse dizer que aquela criança não era minha, eu seria capaz de dar umas boas bofetadas.

- Não... Claro que não. – Respondi.

- Impossível. – Heitor falou.

- Impossível não é. – Olhei nos olhos de Heitor.

Claro que não era impossível. Nem lembro se chegamos a transar de camisinha depois da primeira vez. Ele sabia que eu tomava anticoncepcionais sem dar intervalo em função da endometriose, mas também não era tão íntimo da minha vida a ponto de saber se eu não esquecia alguns dias ou algo do tipo.

- Isso me dá esperanças. – Allan disse, me olhando de forma terna.

Peguei a mão dele novamente e disse:

- Realmente preciso ir. Mas assim que você sair daqui, prometo lhe fazer uma visita. E não será breve, pois eu acho que precisamos conversar um pouco.

- Precisamos? – ele sorriu despreocupadamente. – Sua presença na minha casa sempre será um prazer.

- Um prazer para ele, no caso. – Celine virou-se na minha direção, com o corpo escorado ao parapeito da janela.

Heitor retirou minha mão da de Allan novamente e disse:

- Bárbara precisa me levar em casa, pai. Já é tarde. Se precisar de alguma coisa, só ligar.

- Siga com suas preocupações profissionais na North B., meu filho. Nada é mais importante que isso.

- Você é mais importante que isso – Eu disse seriamente – Desde quando trabalho vem em primeiro lugar?

- Falou a mulher que trabalha em casa, no conforto do seu lar... Como babá – Celine se meteu novamente – Ou você não trabalha?

- Me defina “trabalho”, sograsta. Pode ser levando em conta o seu, se preferir.

Ela foi pega de surpresa. Percebi que procurava uma resposta rápida, não conseguindo, enquanto Heitor e Allan olhavam em sua direção.

- Eu... Eu... Organizo aquela mansão gigantesca. Se não fosse por mim, nada funcionaria naquele lugar. – Disse.

- Seu trabalho é dar ordens. Eu não sei se isso conta. Mas sim, cuidar de um bebê de quatro meses requer uma imensa responsabilidade. Ela precisa de mim para sobreviver e isso seguirá até poder tomar as próprias decisões e tornar-se independente e autônoma para fazer por si mesma o que hoje eu faço. Creio que “ser mãe” é a tarefa mais importante e o trabalho menos remunerado, mas mais precioso da vida.

- Celine, acho que poderia providenciar um jantar quando papai sair do hospital – Heitor disse – Quero levar Bárbara para apresentá-la oficialmente como minha namorada. E pode ser na mansão, já que o espaço é maior. Eu gostaria de convidar algumas pessoas do meu convívio e amigos mais próximos.

“Minha namorada”? Olhei na direção dele, nossas mãos ainda entrelaçadas. Meu coração simplesmente parou naquele momento e foi como se o mundo inteiro tivesse no “pause” e só existisse nós dois. Vi os lábios dele seguirem se mexendo, enquanto ele falava, mas eu não conseguia escutar nada.

Quando a boca dele voltou a fechar-se, eu disse:

- Vamos embora?

Enquanto eu saía, me peguei pensando no que ela faria com relação a Maria Lua e sua certeza de que era minha filha com Heitor. Por que ainda não havia contado?

A estas alturas, eu não tinha mais medo de ele saber, embora preferisse eu mesma fazer isso. Aliás, eu já havia sido a primeira a lhe dar a notícia, que infelizmente ele não acreditou. Ou será que não “aceitou”? Seria Heitor capaz de rejeitar o nosso raio de sol? Se isso acontecesse, eu ficaria destruída e certamente não conseguiria me reerguer nunca mais.

Ela já tinha a morte da mãe biológica para digerir e mesmo que tivesse sido quando nasceu, eu sabia exatamente o quanto aquilo doía, independente de qual momento da vida fosse.

Agora, ser rejeitada pelo pai... Isso não havia digestão. E eu sabia por experiência própria.

Quando entramos no elevador e a porta se fechou, Heitor empurrou-me em direção a parede metalizada e fria:

- De costas. – Ordenou.

Virei-me imediatamente enquanto ele retirou meus cabelos da nuca, beijando a tatuagem que parecia ser seu fetiche e eu já sabia o quanto aquilo o enlouquecia.

- O que quer aí, namorado?

- Quero tudo, Bárbara... Tudo que você tem para me dar.

- Você merece uma coisa... Que ainda não fiz.

- Sim, eu mereço. E ainda tem uma para me dar, que ainda não deu.

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