Tomei um banho demorado e quando pensava em Salma e Bem e me tremia de raiva. Coloquei um roupão sem calcinha para minha intimidade respirar e se recuperar da noite que passou.
Liguei para minha avó e expliquei que fui roubada... Na saída do Hazard, é claro. Jamais diria a verdade pra ela. Não tinha coragem dizer que o homem fez sexo comigo, depois levou minha bolsa. Por sorte, ela disse que o cartão estava bloqueado. Então o ladrão sem vergonha não teria como usar. Óbvio que ela me fez prometer que iria até a delegacia fazer uma denúncia.
Mais tranquila por ele não poder gastar o cartão de crédito pelo menos, acabei adormecendo, já que a noite havia sido longa e cansativa.
Acordei sentindo uma dor insuportável na barriga. E já sabia o que era: cólica menstrual. Certamente o sangue desceria em breve.
Tentei levantar e percebi que já estava escuro. Peguei o remédio que estava próximo de mim, numa gaveta e tomei com um gole de água.
Esperei por mais de quinze minutos e tudo que consegui foi ficar contorcida na cama, tentando não gritar.
Eu nunca encontrei um remédio capaz de acabar com a dor daquelas cólicas, que pareciam que iriam me matar. Sem querer, acabei gemendo alto, enquanto apertava o ventre, tentando me conter.
Não levou mais de cinco minutos e a porta se abriu e a luz foi ligada. Ben e Salma chegaram com quatro bolsas de água quente.
- Pazes? – Ben levantou duas bolsas, uma em cada mão.
- Não. – falei.
- Vou levar de volta e você vai ficar aí, morrendo de dor.
- Pode levar... – me contorci de novo.
- Não seja boba... Pode não perdoar a gente, mas vamos ajudar você. – Salma me virou e colocou as bolsas no meu ventre e barriga.
Ela tocou minha testa:
- É só menstrual ou sente outra coisa?
- Só menstrual. Sem febre. Tentei o remédio novo que o ginecologista receitou, mas não houve resultado. Vou ter que voltar lá. – Gemi de novo, colocando a mão sobre a boca, tentando não gritar.
Os dois sentaram na cama, um de cada lado:
- Pega minha mão e aperta. – Ben disse.
- Não... Não sou mais sua amiga. – Fiz birra.
Ele pegou minha mão carinhosamente e eu a apertei, conforme a dor mudava de nível.
- Eu queria tanto que isso acabasse, Babi. – Ele disse com os olhos marejados.
- Minha dor ou minha raiva por você?
Ele suspirou:
- Sua dor, linda... Sei que mesmo que tente, não consegue ter raiva de mim... Eu sou simplesmente imprescindível na sua vida.
- Desclassificado. – Gemi de novo, apertando a mão que ele me dava.
Salma riu:
- Se os homens soubessem o que isso significa para você...
- Se não souberem eu falo... Tales que não é Tales... É um desclassificado. Ben é um desclassificado... E você não é desclassificada porque esta palavra não existe no feminino.
- Ah, existe sim. – Ben olhou para Salma. – A ideia foi dela.
Olhei para minha amiga de infância:
- Você teve a ideia de pagar alguém para me foder?
- Não... Eu só sugeri alguém para foder. Mas foi Ben que deu a ideia de pagarmos alguém. E ele encontrou o boy magia... Na internet.
- Vocês são um pior que o outro. Odeio vocês...
- Vou fazer um chá com tudo que é erva que temos... – Salma levantou. – Você sabe que enquanto não passar, não sairemos daqui. E eu quero dormir esta noite... Estou cansada e ainda não melhorei totalmente.
- Eu... Não quero atrapalhar vocês.
- Atrapalha todo mês, meu amor... E ainda assim a gente ama você. – Ben disse.
Salma saiu e nos encaramos:
- Estou chateada... Mas sei que vai passar. Mas por enquanto, eu olho para você e tenho vontade de bater na sua cara até ficar vermelha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...