Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 23

Levantei cedo na manhã seguinte para ir até a Perrone, procurar Sebastian. Precisava do cartão de emprego que ele havia me dado.

Quando cheguei ao banheiro, Salma estava vomitando. Segurei os cabelos dela, tentando ajudar.

Assim que ela colocou tudo para fora, perguntei:

- Vai ao médico hoje, não é mesmo?

- Sim... Eu disse que sim. – Confirmou.

- Estou preocupada com você.

- Está tudo bem... Só uma virose. – Ela voltou para o quarto.

Tomei um banho rápido e peguei um bolsa, só por hábito, porque eu não tinha nada para botar dentro. Tinha sido roubada por um idiota que meus amigos contrataram.

Abri a porta do quarto de Salma e disse:

- Se precisar de algo, não me ligue. Estou sem celular e nem sei quanto terei novamente um. Avise Ben.

- Ok. – Ela voltou a dormir.

Fechei a porta e quando cheguei na sala, Ben estava sentado no sofá, arrumado.

- Onde vai? – perguntei.

- Com você.

- Ben... Não precisa ir comigo.

- Preciso sim. Você está sem celular e não tem a quem recorrer se acontecer algo.

Suspirei:

- Sei... Vou fingir que esta preocupação comigo não tem nome: Tony. Ou que você está se sentindo culpado por eu não ter um celular, afinal, deu dinheiro para alguém roubar a meu.

Ele revirou os olhos.

Saímos descendo quase correndo as escadas. Enquanto caminhávamos até a Perrone, perguntei:

- Ben, você acha que Tony pode ser gay?

- Se não for, vai ser.

- Eu o vi olhando para você... No Hazard.

- É tão complicado, cherry. Depois do lindo da Babilônia, que eu achei que era completamente assumido e de ter me dado uma noite perfeita, pensei que era minha vez de ser feliz. O asqueroso era casado...

- De tudo, o pior foi ele ter lhe oferecido dinheiro para ficar quieto e não contar para a família dele. Covarde... Desclassificado.

- Sim... Eu disse na cara dele o quanto lamentava por ele ser um covarde e viver uma vida de mentiras. Tenho pena de pessoas assim... Sinceramente. Por mais que eu sofra, sou eu mesmo e nunca fingi ser alguém que os outros querem. Sempre fui bem resolvido. Mas encontrar homens que me comem e acordam no outro dia sendo hétero me dá nojo.

- Por isso hoje eu pouco me importo com coisas que antes me incomodavam. Fiquei tanto tempo segurando palavras que fiquei doente. Por que acha que tomo medicamentos para ansiedade? Jardel me deixou doente... E me fez engolir coisas que eu deveria ter dito. Agora falo o que me vem na mente... E até acho que adquiri uma doença por falar demais... Até mesmo o que não devo. – ri.

- Me parece que o tempo que você ficou com Jardel é como um borrão na minha vida. Você estava na nossa casa, mas não era você. Ele roubou sua essência, sua beleza, sua criatividade... E todo seu amor por nós.

- Eu sempre lhes dei amor, Ben.

- E ele não gostava disso.

- Jardel não gostava nem dele mesmo.

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