Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 269

- A decisão é minha e de Bárbara, pai. Se eu reverti, é porque me sinto preparado e capaz de ser pai.

Os garçons trouxeram outros aperitivos.

- O jantar está quase pronto. – Nicolete avisou.

- Obrigada, Nicolete – servi-me de uma taça de Champagne, ignorando os comes, pois não estava com fome.

Fui até Allan e sentei ao lado dele novamente. Ben foi falar com Heitor, maravilhado pela decisão dele de ser pai novamente.

- Não acho que deveriam comprar outra casa. A mansão é perfeita para vocês.

- Eu não quereria morar com Celine. – Fui sincera.

- Eu poderia me mudar com ela, Babi, sem problema. Aquele lugar é gigantesco e só nós dois e os empregados estamos por lá. Há dias que nem vejo minha mulher, pois não saio da cama. Mas confesso que gosto dos jardins.

- Você é tão amável e gentil, Allan. Eu jamais o faria se mudar da sua própria casa. Mas sabe que sempre será bem-vindo ao meu lar, onde quer que eu esteja.

- Se você imaginasse o quanto é parecida com ela... – Ele tocou meu rosto carinhosamente.

- Me pergunto o quanto ela o amou.

- Bia me amou tanto quanto a amei... Intensamente. Mas eu fui um fraco, um idiota, um burro. Se hoje você me perguntasse qual meu desejo, eu diria que seria vê-la novamente... Pelo menos mais uma vez. Eu não pediria pela minha vida, pois tudo que fiz depois que ela se foi é contar os dias para chegar ao fim. Nada mais teve cores ou sabores. Bia era vívida, alegre, contagiava tudo e todos, assim como você.

- Não conheci esta parte da minha mãe. Para mim ela sempre foi muito centrada e séria.

- Ela era perfeita.

- Nisso eu concordo. – Sorri.

- Eu... Poderia ter sido o seu pai. E quando olho para você eu... Eu... Sinto arrependimento. Mas ao mesmo tempo o fato de você ter se envolvido com meu filho, anos depois, em um lugar completamente diferente de onde eu e Bia começamos tudo e também terminamos... É como se fosse um sinal, entende? Vocês são o que sobrou de nós... E se encontraram.

- Allan, são tantas perguntas sem respostas, não é mesmo? Fico a pensar o que teria acontecido se você tivesse deixado a mãe de Heitor. Isso passou pela sua cabeça?

- Certas vezes sim. Mas ele era o meu filho. E naquela época era complicado separar-se e continuar a ver a criança. Muita coisa mudou judicialmente de lá para cá. Eu gostava da mãe dele, minha esposa... Mas o que senti por Bia era sem explicação.

- Me pergunto como ela aceitou viver um tempo sendo a outra, sabendo que você tinha outra família.

- Como eu disse, ela era intensa... – ele sorriu – Sabe quando um relacionamento começa errado e termina errado? Fomos nós.

- Mas havia tanto amor, pelo que minha avó conta, pelo que você mesmo me confessa da sua boca. Por que deixaram isso tudo acontecer?

- Não há explicações concretas. Pensa que nunca me perguntei por qual motivo ela deixou a família e todo dinheiro que tinha por mim e não foi capaz de ir embora comigo quando consegui uma faculdade gratuita? Éramos muito jovens... Fico a imaginar que foi isso.

Peguei as mãos quentes dele entre as minhas e disse, olhando em seus olhos:

- Eu amo seu filho, Allan. E creio que a nossa história tenha acontecido justo para mostrar o quanto vencemos os desafios e dificuldades que a vida nos impôs. Talvez o nosso amor seja verdadeiro, muito mais do que um dia eu imaginei....

Olhei para Heitor, conversando com Sebastian, bebendo água em taça de cristal, simplesmente porque eu havia pedido que não fizesse mais uso de bebida alcóolica, por todas as porras que fazia bêbado.

Ele poderia contestar, mas não. Desde o dia que disse que pararia, assim o fez. Ou seja, não era um vício, era simplesmente uma fuga... Ele buscava algo que não tinha. E acho que agora encontrou o que nem sabia que procurava.

Os olhos dele encontraram os meus e sorriu, com o canto dos lábios, sensualmente. Aquele sorriso que me tirava do ar. Ele piscou um olho e eu sorri, já sentindo meu corpo ficar mole, como se começasse a derreter, mesmo sabendo que não havia colheres por perto.

- Eu casei com Celine com separação de bens. – Allan me disse, atraindo completamente minha atenção a ele novamente.

- Você... Fez isso?

- Sim.

- Então é por este motivo que ela é amarga deste jeito? Ela nunca tentou mudar isso?

- Por que tentaria? Ela sabe que não teria chances de conseguir. Não costumo mudar de ideia tão fácil com relação às coisas, principalmente nos negócios.

- Mas casamento não é negócio, Allan. É amor.

- No caso dela, foi um negócio.

- E se você sempre soube, por que aceitou?

- Achei que Heitor precisava de uma mãe. No fim, Celine mais fodeu tudo do que consertou. Acabou que meu menino foi embora em função dela.

- Não entendo sua força em alguns momentos e fraqueza em outras, Allan.

- Quando eu me for, o que sabemos que será em breve, ela não terá nada além da mansão.

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