Retirei de dentro do envelope o ingresso para o show do Bon Jovi e gritei desesperadamente. Os dois me abraçaram com força e não consegui resistir às lágrimas.
- Vocês são os melhores amigos que alguém pode ter na vida. E agora sei que Deus tirou a minha mãe, mas deixou anjos no lugar dela.
- Ah, Babi, de anjo eu não tenho nada. – Salma se soltou de nós.
- Eu sou um anjinho... Lindo e maravilhoso. – Ben piscou os olhos repetidas vezes.
- Gente... Eu vou no show do Bon Jovi. – gritei e pulei até cansar, com os dois me olhando como se eu não fosse uma pessoa normal.
O telefone de Ben tocou e eu fiquei ali, beijando o ingresso repetidas vezes.
- Se babar o papel, vai ficar sem ir ao show. – Salma sentou no sofá.
- Seguinte, amigas: o Síndico pediu para parar os gritos, ou vamos levar uma multa. – Ben disse ao desligar o telefone.
- E eu vou multar o síndico por não fazer a porra do elevador funcionar. – falei. – Não lembro a última vez que fui tão feliz na vida. – Olhei para os dois.
- Quando o elevador funcionou? – Salma começou a rir.
- Você merece, linda. – Ben me abraçou. – Só não merece um VIP, claro... Porque eu teria que vender o meu pobre rim no mercado negro e sinceramente, não estou preparado para isso.
- Não é VIP, mas também não é do lugar onde Bon Jovi fica menor que uma formiga. Eu não vendi meu rim para pagar a minha parte, mas tive que tirar do cofrinho de novo. – Salma disse.
- Seu cofrinho não tem fim, Salma?
- Bem, eu só tirei para pagar o garoto de programa filho da puta que Ben achou e para ajudar no ingresso do seu show. Então, teoricamente, só você acaba com meu cofrinho, senhorita Novaes.
- Salma, você está bem? Ainda parece tão pálida.
- Sim, um pouco melhor. Mas viroses custam a passar. Eu... Vou me arrumar. Logo tenho que trabalhar. – Ela levantou.
- Ei, não rola um ingresso pela porta dos fundos? – Ben perguntou.
- Nem pensar. Da última vez que fiz isso por você, Babi quase me deixou sem emprego. E de mais a mais, quem é viciado em porta dos fundos é você, Ben. Chega de porta dos fundos da Babilônia.
- Sou viciado numa porta dos fundos, Salma dançarina de caixa de vidro. – Ben revidou.
Já era tarde. Salma logo saiu para o trabalho e Ben foi deitar. Não tenho ideia de quanto tempo fiquei na cama, contemplando o ingresso entre as minhas mãos:
- Caralho... Eu vou conhecer você, Bon Jovi. Uma pena que não vou ficar na sua frente... Mas sei que seus olhos encontrarão os meus, lá no meio da multidão. E você vai me chamar... E me dar um beijo no palco, na frente do mundo inteiro. Então eu vou agarrá-lo e você vai se apaixonar por mim... Deixar mulher, filhos e ser feliz para sempre ao meu lado.
Fechei meus olhos e cheguei a imaginar nós dois juntos, no palco e todo o mundo nos olhando, invejando nosso amor.
- Eu sou a pessoa mais idiota do mundo. – falei para mim mesma. – Jardel me fez cuidar dele por oito anos que quase não pude ser adolescente. Agora quero recuperar o tempo perdido. Que pena que você envelheceu, John. A gente poderia ter dado certo... Se você tivesse me encontrado há anos atrás.
A semana transcorreu sem muita novidade. O fato de eu ter um telefone novo não me deu a chance de recuperar meu número antigo. Então eu não tinha mais o número de Daniel e se Sebastian ligasse para mim, Ben atenderia. A questão é que ele não ligou.
Na sexta-feira, final de tarde, eu estava faxinando, já que meus amigos trabalhavam. O mínimo que eu poderia fazer era oferecer meus préstimos domésticos. Eu não era boa de cozinha... Só de garfo. Mas ninguém limpava melhor do que eu.
Ben entrou pela porta e disse:
- Por Deus, você borrifou água sanitária no ar? – fez careta.
Depois de um longo silêncio, ela disse:
- Gente, estou grávida.
- Parabéns? – perguntei, incerta se era boa ou ruim a notícia para ela.
- Quem é o pai? – Ben foi direto.
- A questão é: não vou contar quem é o pai para vocês. Só quando o bebê nascer.
- Quando você soube? – perguntei.
- Quando disse que era virose... Não era. – Ela abaixou os olhos.
- Por que não contar, Salma? A vida é sua... Ninguém tem nada a ver com isso. Acidentes acontecem...
- Não foi acidente. – Ela esclareceu rapidamente, me olhando séria. – Eu planejei esta gravidez... Por muitos meses.
- E... Você tem um namorado e não nos contou? – Ben seguiu seu interrogatório sobre o pai.
- Não tenho um namorado.
- Produção independente? Você nunca disse que queria muito ter filhos... – Falei.
- Mais ou menos independente. Enfim... O que importa é que o bebê está aqui e foi planejado. Claro que mais cedo ou mais tarde, vou contar a verdade para vocês e então entenderão tudo. Mas por enquanto eu não quero.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Decidi terminar de ler o livro.....
Decidi terminar o livro.......
Estava amando este livro envolvente,cativante que realmente prende atenção do leitor por ser bem escrito,mais infelizmente desisti de ler "dropei" quando Daniel começou a chantagear a Barbará,to indignada!...
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...