Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 31

Fiquei parada, sem saber o que dizer ou fazer, enquanto a secretária fechava a porta atrás de mim. Olhei para trás, amedrontada de ficar ali sozinha com ele.

Mas lá estava novamente eu e Heitor Casanova, frente a frente.

- Sente-se, por favor. – Curvou a boca num meio sorrido, de forma debochada, como de todas as vezes que o encontrei.

Demorei um pouco para fazer o que ele pediu. Percebi que ele olhava meu currículo atentamente no computador, sem dizer nada, me deixando ainda mais nervosa.

Heitor Casanova em nada me agradava enquanto pessoa e na mesma hora eu já soube que estava fora da vaga. Mas não podia negar o quanto ele era bonito e atraente. Sentia o cheiro de perfume caro de onde eu estava.

Ele vestia terno e gravata e os cabelos estavam bem arrumados. Exalava masculinidade pelos poros. E meu coração começou a bater mais forte. Eu o temia e não sabia nem o motivo. As pernas, eu já nem sentia mais. Pareciam gelatina de tão moles. E se não bastasse, meu pé começou a bater no chão nervosamente, mesmo eu tentando parar os movimentos.

Ele me encarou e não tenho certeza de quanto tempo ficou ali, sem dizer uma palavra sequer. Sustentei o olhar firmemente, até que ele disse:

- Bárbara Novaes... A senhor Bongiove finalmente tem nome.

- E o CEO da North B... É o mesmo dono das boates mais famosas do país?

- Sim... Heitor Casanova. – Ele sorriu enigmaticamente, recostando-se para trás na cadeira, que obedeceu imediatamente ao movimento do corpo dele, inclinando-se.

Ele pegou uma caneta e girava ela nas mãos, enquanto me olhava:

- Por que pouco tempo em cada empresa?

Suspirei. Era a pergunta que todos faziam.

- Eu poderia dizer falta de sorte. Mas certamente o senhor acharia que isso seria minha explicação para incompetência. Então, antes de inventar mil mentiras, prefiro dizer a verdade: tive um ex namorado que me trazia problemas nos locais onde eu trabalhava.

- Hum... – ele voltou os olhos para o computador e perguntou, sem me olhar:

- Ele poderia trazer problemas aqui também?

- Não.

- Por quê? – me olhou novamente.

- Está morto.

Ele riu:

- Seria invadir sua privacidade se eu perguntar como ele morreu?

- Seria. – Me limitei a responder.

Novamente um silêncio pairou entre nós.

- Eu... Sou boa no que faço. Sempre me dediquei muito. E posso mostrar isso... Na prática. – Tentei.

Porra, por que eu estava tentando convencê-lo a me contratar? Sabia que era para trabalhar diretamente com ele, o que não daria certo. E também tinha certeza de que já estava fora da seleção, porque a antipatia dele por mim era clara.

- Você não é o que eu procuro, senhorita Novaes. – Ele não me olhou.

- O que exatamente você procura? Mulheres quase sem roupa?

- Hum... Do que está falando, exatamente? – ele me encarou.

- Do tipo de mulheres que se ofereceram para a vaga. Outra coisa, por que tinha que ser do sexo feminino? Me perguntei isso... Até ver que era você.

- Acho que mulheres podem ser mais... Como posso dizer... Criativas. E confesso que me dou melhor com elas do que com homens. – Foi sarcástico.

- Sim, que são mais criativas, concordo. Mas isso é trabalho... E eu realmente acreditei que minha competência viria acima da minha aparência.

- Neste caso, não há nem competência, nem aparência. – Sorriu.

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