- Você está fo... – Ben olhou para o delegado. – Ferrada, Babi.
- Vou mesmo ficar presa? – perguntei ao delegado.
- Acho que precisa de um advogado, senhorita Novaes. Algum de vocês dois por acaso é ou pelo menos conhece um? – olhou para Ben e Daniel.
- Sou... Crítico de moda. – Ben explicou.
- E eu barman e motorista de aplicativo. – Daniel abaixou a cabeça.
- Ela precisa de um advogado, porra! – o delegado levantou. – Sinceramente, senhorita Novaes, eu já teria liberado a senhorita, com o que tenho de coisas pra resolver aqui. – Ele passou a mão na cabeça, visivelmente cansado. – Mas os Casanova acabariam com a minha raça.
O telefone na mesa dele tocou. Atendeu imediatamente. Ficou um tempo respondendo em monossílabos e desligou.
- Bem, temos boas notícias. A advogada ligou e disse que o senhor Casanova aceita as joias e retirará a queixa.
Não... Tudo menos isso. Ele disse que não era um homem ruim. E eu tive a capacidade de acreditar.
- Ok... – falei sentindo meu coração se partir.
Não tinha o que fazer. Era a única lembrança da minha mãe ou minha prisão, sem possibilidade de arrumar emprego novamente, pois ficaria marcada para sempre.
- Como ela faz para pagar? Entrega para o senhor Casanova? – Ben perguntou. – Caralho, com todo respeito, seu delegado, mas a porra do homem é um dos mais ricos do país e quer as joias antigas da minha pobre amiga? O que ele vai fazer com isso? Distribuir aos pobres? Adornar os pescoços dos cachorros dele? É tudo que Babi tem de recordação da mãe... E para ele é como se fossem centavos. Certamente vai jogar no lixo.
O delegado sentou:
- Pois bem, senhor Benício. – Ele olhou no relógio. – São exatamente 13 horas e o senhor Casanova está se dando ao trabalho de responder a um delegado do 15º distrito, que tem problemas com drogas, homicídios, latrocínios... Então, literalmente, ele quer “ferrar” com a vida da sua amiga aqui.
Os três me olharam.
- Estou com vontade de chorar. – Confessei.
- A advogada pegará as joias na sua casa amanhã, senhora Novaes. – Ele me deu o cartão. – Combine o melhor horário com ela.
- Posso ir? – perguntei.
- Sim. E ele vai retirar a queixa quando tomar posse das joias.
Assenti tristemente e saí, com Ben me puxando de encontro a ele e Daniel tentando me consolar, enquanto pegava minha mão.
Quando senti o ar livre da rua, comecei a chorar.
- Vai ficar tudo bem, Babi. – Ben limpou as lágrimas.
- Este idiota... Tem noção de que é tudo que eu tenho da minha mãe? Eu preferia ficar sem um rim... Juro.
- Heitor Casanova é um malvado... Mas confesso que é o meu malvado favorito.
- Está falando sério, Ben? – olhei para ele, perplexa.
- Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas você foi uma má menina quando riscou o carro dele. Já tem 27 anos. Tem que pensar que todo ato tem consequência.
- Ele foi horrível comigo.
- Fico pensando porque ele está se dando ao trabalho de fazer isso com Babi. – Daniel balançou a cabeça, confuso.
- Acham que eu não me arrependo do que eu fiz? Claro que me arrependo, porra. Mas o que é para ele os riscos no carro?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...