Quando percebi os olhos dele nos meus, perguntei, um pouco encabulada, tentando me justificar:
- Estava tentando identificar a cor dos seus olhos.
- Oficialmente verdes. – Sorriu gentilmente. – Embora algumas pessoas achem que são azuis.
- Eu achei que eram azuis. – Bati a mão na perna, sabendo que tinha errado.
- Azuis são os seus. – Observou.
- Iguais os da minha mãe... E da minha avó. – Fiz questão de falar, orgulhosa.
- Senhor, já faz meia hora... – o homem que o acompanhava falou. – Não está cansado? Quer que eu relembre que o senhor está aqui?
- Não precisa. – Ele levantou a mão, confirmando que estava bem.
A cadeira de rodas dele era enorme e tinha vários botões. Certamente de última geração.
- Não sei qual é o seu horário, mas pode passar na minha frente se quiser. Não tenho nada para fazer mesmo... Sou uma desempregada. – Sorri da minha condição.
- Estou aguardando o resultado de alguns exames. Não tenho pressa também.
- Eu... Bem... Nunca vi um homem ir ao Ginecologista. Eu jurava que só mulheres que eram atendidas por eles. – falei confusa, mas sincera, já que aquela curiosidade me corroía por dentro.
Ele gargalhou e vi que o homem que o acompanhava também disfarçou o riso.
- Eu não vou ao Ginecologista. – Explicou. – Aguardo o Reumatologista, que atende naquele consultório ali. – Apontou para a porta.
- Mil perdões... Não quis ofendê-lo. Mas confesso que fiquei curiosa. Nunca tinha visto homens por aqui.
- Eu também nunca a vi por aqui, senhorita...
- Bárbara Novaes. – Me apresentei.
- Pois então, venho bastante aqui e nunca a vi.
- A verdade é que eu estou aqui pela segunda vez. – Cheguei mais perto dele e disse, baixinho: - Sou um pouco relapsa com estas questões de médicos.
- Hum... Entendo. Mas... Está tudo bem com você?
- Não muito... Descobri que tenho endometriose. Já ouviu falar?
- Não... Nunca.
- Doença de mulher.
- É grave?
- Descobri que não vou morrer disto. Mas tenho cólicas insuportáveis... Doem tanto que tenho que ficar na cama. E... Com isso também é difícil manter a assiduidade no emprego. É como se você tivesse que escolher entre faltar pela dor ou ir quase morrendo e não conseguir produzir nada no trabalho.
- Mas... Não há remédios que aliviem?
- Eis a questão... Agora descobri que existem. Estão estou fazendo testes. Mas o primeiro não resolveu. E por isso voltei.
- E como você sobrevive, sem emprego e... Salário?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...