Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 5

O sonho de qualquer pessoa em Noriah Norte talvez fosse entrar na Babilônia sem passar pela fila, apresentando um cartão VIP. Isso era quase como ter um passe de celebridade. Mas não era o nosso caso, visto que entraríamos pela porta de serviço.

A Boate Babilônia era simplesmente gigantesca, ocupando toda uma quadra. O estacionamento era no andar inferior, subsolo. Mas só tinha direito a estacionar lá quem tinha o tal certificado VIP.

Com frequentadores elitizados, já que o ingresso era quase o preço de um rim no mercado negro, o local contava com mulheres de todos os tipos “à caça” de conforto com a conta bancária de um ricaço. E, em contrapartida, homens que procuravam mulheres bonitas, gostosas e famosas.

Morávamos perto dali e nossa melhor amiga trabalhava naquele lugar e nunca tínhamos pisado os pés lá dentro.

Salma trabalhava ali há muitos anos. Mas minha amiga era muito correta e jamais cogitou nos dar passes gratuitos, sequer pela entrada onde hoje ela havia decidido ir contra tudo que nos disse por anos.

Minha curiosidade estava aguçada. Eu sabia que Salma era dançarina. E claro que, pelo que ela contava e por fotos na mídia, eu imaginava mais ou menos como funcionava as coisas ali. Mas sempre sonhei ver tudo ao vivo e ter a certeza de que as mulheres que dançavam não faziam programas depois, como minha amiga afirmava não acontecer.

Eu e Salma éramos muito amigas. Mas eu creio que se ela saísse com alguém por dinheiro, jamais me contaria.

Entramos por uma porta pequena no lado dos fundos. Tinha bastante movimento de entra e sai: chegada de mercadorias, especialmente bebidas, além de entrada e saída de pessoas, creio que desde seguranças, barman’s, dançarinas etc. O local empregava centenas de pessoas.

Entramos sem sequer sermos notados. Passamos por um corredor estreito e bem iluminado, com paredes escuras e Salma passou seu cartão magnético, desbloqueando a grande porta à nossa frente.

Ali o tumulto era ainda maior. Gente para todos os lados, gritos estridentes e vários cheiros misturados.

- Vou para o camarim. – ela explicou. – E vocês vão seguir reto por este corredor. – apontou. - Desçam as escadas e ao final tem uma porta. – ela entregou o cartão. – Passe na fechadura eletrônica e estarão na boate.

Ben pegou rapidamente o cartão das mãos dela, excitado:

- E você levou anos para nos trazer aqui... – revirou os olhos. – Sua vida vai virar um inferno depois disso, sua puta. Vou vir todos os finais de semana.

- Ei, só foi fácil assim porque hoje é sexta. E vocês tiveram sorte que o dono da porra toda está por aqui. Por isso toda esta loucura. Caso contrário, é segurança em toda parte. Agora eles estão focados em proteger o senhor Casanova. – ela explicou. – Porque exceto ele, nada mais importa.

- Aquele pedaço de mal caminho. – Ben sorriu, batendo palminhas.

- Pedaço de tudo... Principalmente de carne... Quando eu olho para ele me lembra filé. – Salma suspirou.

- Hum, saindo coraçõezinhos dos seus olhos. Ele é lindo. – Ben continuou.

- Já tem dona... Aliás, não só uma.

- Já odeio. – falei sinceramente.

Os dois começaram a rir.

- Você odeia Heitor Casanova? – Ben riu divertidamente. – Ele é simplesmente perfeito.

- Um canalha traidor, pelo que nossa amiga acabou de dizer – dei de ombros. – Bigamia é crime. E traição é a pior coisa que um ser humano pode fazer.

- Você conhece tão bem assim Heitor Casanova, Babi? – Ben debochou.

- Claro que sim... Lá de onde ela conhece Bon Jovi. – Salma acabou com o resto da minha dignidade.

- Ok, dois contra um não dá. – fui saindo enquanto pegava o cartão das mãos de Ben, que o exibia sem lembrar que éramos penetras naquele lugar, quase criminosos.

Fui seguindo pelo corredor, contra o fluxo de pessoas que vinham ao contrário, sendo seguida por Benício, querendo pegar o cartão da minha mão como se valesse ouro.

- Sabe que Bon Jovi já esteve aqui, não é mesmo? – lembrei Benício.

- Sim... Em 1980? – ele me provocou. – Acho que Heitor Casanova nem era nascido ainda. Então a Babilônia não existia, querida.

Desci as escadas e o olhei antes de passar o cartão na porta:

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