Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 73

Quando entrei na sala onde seria feita a ecografia, pude ficar ao lado de Salma. O lugar era agradável e tinha uma luz fraca. Ao lado dela, uma tela, onde certamente apareceria o bebê. E debaixo alguns equipamentos, com uma cadeira onde creio que era o lugar do médico.

Assim que o médico entrou, nos cumprimentando, Salma segurou minha mão e senti um leve tremor e suor nela. Devia estar nervosa. Porque eu estava muito nervosa.

O médico foi explicando para ela algumas coisas que eu não consegui prestar atenção. Mas ouvi quando ela explicou que já sabia o sexo.

Assim que ele ligou a tela e passou o aparelho sobre o gel espalhado na barriga de Salma, conseguimos ver a imagem na tela.

Aquele serzinho dentro dela já tinha forma. O corpinho repousava como que deitado no útero na mamãezinha. Tinha bracinhos e perninhas e a cabeça era um pouco desproporcional ao corpo. Logo se mexeu e dei um salto, assustada, sentindo meu coração batendo forte, como se precisasse mostrar para o bebê que eu também estava ali.

Salma apertou minha mão com força e eu retribuí, sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto... Era possível amar aquele projeto de pessoa dentro do útero da mamãe, como se já estivesse conosco?

- Está com doze semanas, Salma. – O médico explicou. – A ecografia nos mostra que está tudo perfeito com sua menina.

- Tem como sabermos o peso e medida dela? – perguntei, ansiosa.

- Claro... Entre 54 e 66 mm da cabeça às nadegas. Está pesando em torno de 60 gramas.

- 60 gramas? Meus Deus! É... Tão pequena... – fiquei maravilhada. – Estou vendo os dedinhos dela... Todos.

- Sim. – O médico sorriu. – Ela deve estar descansando um pouco. Logo começa a se mexer de novo.

- Podemos ficar aqui mais tempo? – perguntei.

- Infelizmente não. Outras mamães também querem ver seus bebês.

- Claro... Sim. Eu simplesmente estou apaixonada, doutor.

- Certamente um momento importante na vida da mamãe: o primeiro encontro com seu bebê, ainda dentro do útero.

Aquilo foi como uma facada no meu coração. Nunca pensei em ser mãe. E agora a possibilidade de jamais ter um bebezinho dentro de mim pareceu pesar muito... Como nunca imaginei sentir.

Fui acometida por uma tristeza que chegou a doer. E rezei para que eu ficasse curada da endometriose e não precisasse tirar meu útero. Sim, eu queria ser mãe. Naquele exato momento que vi Maria Lua se mexendo, tão perfeita, dentro de Salma, meu instinto materno aflorou dentro de mim.

Deus, você existe! Porque se não existisse, este momento não estaria acontecendo.

Quando percebi Salma estava limpando a barriga, já sentada, com os olhos vermelhos. Peguei um pouco de papel e ajudei-a.

Ainda estava aturdida e um pouco tonta, depois da sala escura e de tudo que passou na minha cabeça naquele momento.

Quando saímos na rua, olhei para minha amiga e disse:

- Eu já amo Maria Lua... Como se fosse minha.

Salma me abraçou com força. Parecíamos duas loucas, agarradas na porta da clínica, chorando.

- Ela é nossa, Babi. Sempre vai ser.

- Pela primeira vez a endometriose falou alto dentro de mim... E percebi o quanto ela poder ser ruim... E cruel. As dores fortes são dos males o menor. E seu eu nunca puder ter filhos?

- Babi, Deus sabe o que faz. E ele não vai deixar você sem seu bebezinho, se você quer tanto.

- Não quero retirar meu útero.

- Não vai ser preciso, amiga. E se isso acontecer, Maria Lua é nossa... Sempre vai ser, entendeu? E nada... Eu repito: “nada” vai separar eu, você, Ben e Maria Lua, entendeu?

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