- Do que exatamente estamos falando?
- De Heitor Casanova.
- Salma...
- Babi, não se feche para os sentimentos. Nem todos são como Jardel.
- Salma, é Heitor Casanova. Ele mandou me prender, pichou nossa fachada, mandou o segurança me tirar forçada de dentro da Babilônia... E acaba de não acreditar em mim, com relação ao que aconteceu na seleção. E... Deus, eu o odiei tanto... E nunca quis um homem como ele.
- Você bebeu, entrou onde não podia, invadiu a privacidade dele, que é algo que ele sempre se preocupou. Estragou o carro novo dele. E sabe que vendeu o casaco só para incomodá-lo. Só que ele não se incomodou. Pelo contrário, foi lá e pegou o casaco de volta, mesmo não precisando. Você foi até a casa dele... Para provocar. Sabia que era a mansão dos Casanova. E acha que “ele” fez coisas detestáveis?
Abaixei a cabeça e depois de um tempo, disse:
- Eu não acredito em contos de fada, Salma.
- Não é um conto de fadas... Afinal de contas, o príncipe não mandaria prender a princesa... Tampouco pichar a fachada dela. Ele é um homem normal.
- Normal? Ele tem duas mulheres.
Ela riu:
- Seja a terceira.
- Não... Eu não faria isso.
- Temos visões diferentes e sempre foi assim. Mas Ben também acha que você deve dar uma chance a Heitor. Não porque ele é rico e o sonho de qualquer mulher normal. Mas porquê... Ele está realmente interessado em você.
- Eu... Não quero falar de Heitor. Quero falar... De Maria Lua. Me empresta dinheiro para eu comprar roupinhas para ela? Amanhã eu começo a trabalhar e teoricamente eu recebo em trinta dias. – Pisquei os olhos e juntei minhas mãos, quase implorando.
- Caralho, você vai quebrar meu cofrinho de novo? – ela olhou para a barriga. – Saiba que esta pessoa aqui, sua mamãe Babi, é uma extorquista cara de pau.
Não dormi bem naquela noite. O fato de não ir na nova seleção que Heitor faria me incomodava de alguma forma. Eu não estava fazendo nada errado em ir trabalhar com Sebastian. Eu podia escolher o que fosse melhor para mim. Mas o fato de eles não se darem bem me deixava receosa e insegura.
Heitor queria que eu participasse da nova seleção. Isso dava a entender que sim, ele me queria lá, trabalhando na empresa dele. Mas quando fiz a entrevista diretamente com ele, debochou de mim... Tentou me humilhar e disse claramente que eu não tinha capacidade para a vaga oferecida.
Eu só participei novamente da seleção por causa do pai dele, Allan, que, mesmo sob meu protesto, me colocou de novo no páreo. Sem ter trabalho ainda, claro que acabei aceitando. Além do que, o sonho de qualquer pessoa era poder estar dentro da North B.
Heitor me rejeitou na North B. Mas Sebastian também me rejeitou na Perrone e só voltou atrás porque a outra pessoa que ele contratou não deu certo. Eu era uma boa profissional, embora me ferrasse nas entrevistas. Sim, talvez eu falava demais. Sebastian pediu sinceridade e eu vomitei sinceridades na cara dele... E acho que no fim, ele não gostou. Nem sempre ser sincera é dizer o que as pessoas querem ouvir.
Poucos me deram uma chance de mostrar realmente o meu trabalho. E os que me deram, foram cravejados por uma mulher cheia de problemas pessoais, que mal dormia e não rendia durante o dia. Fora um namorado louco, que por vezes invadia os locais, fazendo com que eu desejasse ser tele transportada para outro planeta, tamanha vergonha que sentia.
Ironicamente as duas empresas ficavam uma de frente para outra. A única diferença é que a Perrone era menor e a produção era feita ali mesmo, embora a sede ficasse em outro país. Enquanto a North B., bem maior em questão de tamanho, só ficava com a parte comercial, sendo a produção em outra cidade.
Parei em frente a Perrone e olhei para o último andar da North B. Vi no relógio e faltava dez minutos para oito horas da manhã. Certamente Heitor já estava lá. E eu não tinha dúvidas de que ele participaria novamente da seleção dos candidatos.
Será que ele daria minha falta?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...