Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 75

Passava das 10 horas da noite quando a campainha tocou. Salma ainda nem tinha saído para o trabalho e eu e Ben estávamos decidindo o que iríamos jantar.

Ben foi atender e eu segui olhando o cardápio das tele entregas de comida da vida.

- Babi, tem um Anon na nossa porta. – ele gritou, segurando a maçaneta, a porta entreaberta.

Olhei surpresa:

- Anon 1? O que houve? – me encaminhei para a porta. – Quer entrar?

- Não, senhora Bongiove, obrigado. Vim lhe trazer isso... A pedido do senhor Casanova.

- Pai ou filho? – Ben perguntou, curioso.

- Heitor Casanova. – explicou.

Peguei o envelope e abri. Meu coração quase saltou pela boca e comecei a pular.

- O que é? – Salma veio até nós.

- Um ingresso VIP, eu disse “VIP” para o show do Bon Jovi. Primeira fila... Tem noção? – abracei Anon com força e lhe deu um beijo. – Diga ao senhor Casanova que eu amo ele.

- Ok, senhora Bongiove. Boa noite.

Ele se virou em direção a escadaria e eu parei na frente dele, impedindo-o de sair:

- Entendeu que foi uma brincadeira, não é mesmo, Anon 1? Tipo... Eu não amo ele verdade.

- Dizer que você o ama de brincadeira, senhora? – arqueou sobrancelha, seriamente.

- Não... Diga, apenas... “Obrigada”. Você entende tudo muito no sentido literal.

- O quer que eu diga afinal, senhora Bongiove?

- “Obrigada”. – fiquei séria, ainda sentindo meu coração querendo saltar pela boca. – Nada mais que isso.

Entrei e fechei a porta, colocando o ingresso junto do meu peito.

- Caralho, agora você tem dois. E a gente aqui se esforçou bastante para lhe dar um ingresso barato. – Ben ficou me olhando, decepcionado.

- Podemos ir juntos. Tenho dois ingressos agora.

- Eu não gosto do Bon Jovi, “senhora Bongiove”. – Imitou Anon falando.

- É só um show, Ben. Não tem como não gostar.

- Ficaremos separados, Babi. Não teria graça. Acho que deve vender o ingresso que lhe demos.

- Eu não faria isso.

- Não pode usar dois.

- Vou usar o de vocês.

- Só se estiver louca. – Salma falou. – Claro que vai no VIP. Você vai ficar na frente do palco. Venda o outro e está tudo certo. Sem ressentimentos... Pelo menos da minha parte.

- Porra, estou curioso sobre qual será o próximo presente. – Ben bateu palmas. – Já temos uma fachada pintada com flores, joias devolvidas, que na verdade, é um presente... E bem, bem caro. Agora um ingresso que vale quase o valor de um mês de aluguel... Se ganhar um carro, será que pode escolher a marca?

- Você só pode estar louco, Ben.

- Por que tanta gentileza? Você nem é experiente sexualmente, tipo, uma deusa do sexo selvagem.

- Ben, isso é ofensivo.

- Você fez boquete nele?

- Claro que não.

- Então por que está ganhando os presentes?

- Porque ele está gostando dela... Simples assim. – Salma pegou água na geladeira.

- Não... Não é isso. Na verdade, nem sei porque ele está fazendo isso. Eu inclusive nem fui na seleção da North B. hoje.

- Talvez ele queira fazer você mudar de ideia e trabalhar com ele. – Salma continuou.

- Babi, vou ter que lhe ensinar umas táticas infalíveis para você conquistá-lo na primeira vez de vocês. Aposto que ele vai lamber o chão que você pisa. – Ben disse.

- E você acha que ele já não está lambendo? – Salma perguntou ironicamente.

- Decidi que quero pizza... Qualquer sabor. – falei, indo para o meu quarto e fechando a porta.

Deitei na cama e olhei novamente o ingresso. Aquele nervosismo e alegria todo não era pelo ingresso VIP. Era por “ele” ter lembrado de mim e de coisas que eu gostava.

Deus, era Heitor Casanova. Ele tinha empresas pra gerenciar, uma boate que cuidava à noite, mil pessoas ao redor dele, incluindo sua noiva e a amante... E de alguma forma quis me presentear com algo que era importante para mim.

Eu sabia exatamente o que ele queria... Mas não tinha certeza se estava disposta a dar. Corria o risco de transarmos e ele nunca mais me procurar. A questão é: eu queria ser procurada depois?

Ele me fazia arder em fogo com um simples toque. Qual o motivo de não aproveitar aquilo e ser feliz sexualmente? Como dizia Ben, sexo é sexo. E eu nunca tive sexo de boa qualidade. Heitor não tinha jeito de ser ruim de cama... Pelo contrário, parecia um deus do sexo.

Ok, ele estaria traindo a noiva... E a amante, teoricamente. Será que eram só as duas, ou haviam outras? Eu queria fazer parte do harém dele? Eu nem conhecia Milena... E Cindy... Ah, Cindy oxigenada do pau do meio merecia uns bons chifres dados por mim.

Consegui uma sala na Perrone que não era no andar do CEO, embora ele já estivesse me esperando antes de eu chegar na empresa. Não sei se fazia parte do contrato trabalharmos juntos, mas era isso que estava acontecendo.

No fim, eu gostava de Sebastian. E ele era muito inteligente. Eu tinha certeza de que ele iria se sair muito bem seguindo os negócios do pai. E o que admirava nele é que apesar de tudo, era muito profissional. O bom relacionamento que ele tinha comigo era estendido a todos os demais funcionários da empresa. Polido, educado, de bom coração.

Aproveitei-me do bom coração que sabia que ele tinha, e pedi:

- Senhor Perrone, será que... Eu poderia receber um adiantamento?

- No segundo dia de trabalho? – ele arqueou a sobrancelha, enquanto segurava o riso.

- Preciso pagar uma coisa... Tipo... Uma roupa de outra pessoa que eu acabei vendendo. É uma questão de honra devolver o dinheiro, no caso, já que a pessoa comprou o produto novamente.

- Vendeu a roupa de alguém?

Assenti, com a cabeça.

- Por que faria isso?

- Provocação... Acho.

- Casanova?

- Sim.

- O que vendeu dele?

- O casaco.

- O que você fazia com o casaco de Heitor Casanova.

- Bem... Eu gostaria de não falar esta parte.

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