Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 81

Assim que cheguei na minha sala na Perroni naquela manhã, Sebastian me esperava com um café puro, sem açúcar, como já sabia que eu gostava.

- Hum... O que você quer de mim, Sebastian? – peguei o copo desconfiada, enquanto tomava um gole do café.

- Como você é desconfiada, Babi. Não acha que as pessoas podem querer agradá-la sem querer nada em troca?

- Estou tentando acreditar nas pessoas, Sebastian. Mas tive um passado que me mostrou o contrário e por isso é um pouco difícil.

- As pessoas são diferentes umas das outras, Babi. E essa é parte boa da vida... Conhecê-las... E aceitá-las, do jeito que são.

- Por isso que você aceita tão bem Heitor Casanova, com todos os defeitos dele? – ironizei.

- É impressão minha ou sempre nossa conversa tem que girar em torno dele?

- Claro que não. – dei de ombros e sentei, fingindo desinteresse.

- Meu assunto com Heitor é diferente. Ele nasceu mau caráter e nada vai mudar isso.

- Pelo visto o que houve entre vocês no passado foi bem terrível.

- Não quero falar sobre isso, Babi.

- Ok... Não vamos falar sobre isso. Você quem manda, chefe! – brinquei.

- Babi, eu vou contratar mais duas pessoas para ajudá-la.

- Mas... Por quê? Acha que não vou dar conta de tudo? Está insatisfeito com alguma coisa no meu trabalho? Eu... Posso mudar.

- Não, Babi. Está tudo muito bom com o seu trabalho. Estou satisfeito, sim. E por isso mesmo quero ampliar e fazer uma equipe só para você.

- Eu... Fico feliz, Sebastian. – falei, ainda desconfiada.

- Vamos em breve colocar em prática as nossas ideias dos rótulos e cestas. Quero que inicie com a contratação de uma empresa para gravarmos um comercial.

- Na Televisão?

- Sim.

- Pensei também em outdoors, em pontos estratégicos da cidade... Ampliando com o tempo para outras áreas do país. – Sugeri, empolgada.

- Sim. E se der certo, vou expandir a ideia para o meu país de origem... Nossa matriz.

- Sebastian, seu pai ficaria orgulhoso de você. – Sorri, percebendo o esforço dele para que tudo desse certo e que a empresa ampliasse.

- De nós, Babi... De nós... Não estou fazendo isso sozinho. Estamos fazendo juntos.

- Fico feliz de estar ao seu lado... De você ter me dado esta oportunidade.

- Eu ainda tento entender por qual motivo você pensou antes de me responder naquela manhã, Babi. Por que a dúvida?

Suspirei e confessei:

- Eu havia feito uma entrevista na North B.

- Quer dizer que esperou antes a resposta da North B. para aceitar a minha proposta? Se eles tivessem dito sim, você negaria a proposta da Perrone, Babi? – Sebastian levantou, um pouco decepcionado.

- Não foi com relação a North B., Sebastian. Foi com relação... A Heitor.

Ele me encarou:

- Como assim?

- Tivemos uma situação na entrevista... Ficou pendente. Eu queria saber como ele resolveria.

Sebastian sentou na minha frente e olhou no relógio:

- Será que não está na hora de conversarmos sobre Heitor e você, Babi? Não somos somente concorrentes... Somos inimigos pessoais, entende?

Comecei a contar sobre o dia da seleção. Expliquei sobre a indicação de Allan Casanova para que eu pudesse retornar ao processo. Também sobre as minhas brigas com Heitor... Mas ocultei que nos beijamos... E também que transamos. E... Que eu poderia estar gostando “um pouquinho” mais do que eu deveria dele.

- Não me surpreendo. – Sebastian disse. – Heitor é um homem que só pensa nele mesmo. Narcisista... Egoísta...

Ele continuou e talvez em outros tempos eu o ajudaria nos “adjetivos” que definiam Heitor Casanova. A questão é que eu não o via mais com os mesmos olhos. Eu conseguia ver além do CEO arrogante e dono da maior Boate do país.

Fechava meus olhos e o via me levando ao hospital, realmente preocupado com meu estado de saúde. Via flores pintadas na fachada do meu prédio e joias que ele me devolveu. Conseguia sentir a textura do ingresso VIP do show do Bon Jovi... E o homem que segurava minha mão na frente do doutor Telles quando ele falou da cirurgia.

Eu fechava os olhos e podia sentir o cheiro dele... A maciez de seus cabelos... A doçura da sua pele e a força e o desejo que ele tinha enquanto entrava dentro de mim.

Meu coração começou a bater mais forte e a respiração acelerou. Ops, minha calcinha molhou.

- ... Pode ser?

Encarei os olhos azuis cintilantes de Sebastian e fiquei muda. Eu não havia escutado o que ele disse.

- Pode? – fiz mais uma pergunta do que resposta.

- Ouviu o que eu disse, Babi?

- Não sei. – Confessei. – Eu... Estou preocupada com Salma. – menti. – Ela sentiu um pouco de enjoo hoje pela manhã.

- Precisa de ajuda com alguma coisa? Quer que eu leve sua amiga ao médico?

- Não... Não é isso. Só... Me peguei pensando nela.

Claro que eu não tinha outra alternativa a não ser a mentira. Se falasse a Sebastian que não ouvi o que ele falava, que certamente era importante, porque estava pensando em Heitor Casanova, ele literalmente me mataria.

- Eu disse que já abri processo para os candidatos e deixei somente o dia de hoje para entrevistas e seleção. Vou deixar tudo para o setor responsável e você adianta logo o lançamento dos rótulos, antes que a North B. roube a nossa ideia.

- Sebastian, eu gostaria de cuidar do processo de seleção pessoalmente, já que as pessoas irão me auxiliar. Pode ser?

- Claro. Se prefere assim e não vai atrasar seu trabalho, sem problema. Aceitei também currículos com Faculdade em andamento, no último semestre.

- Perfeito! Assim a empresa dá oportunidade para pessoas que ainda estudam.

Ele levantou:

- Vou ver com Tony como anda a questão das verbas que temos para possíveis gastos extras com o marketing do vinho com rótulos personalizados.

- Ok. Que horas começa a seleção?

- Já começou na verdade. Verifique com o setor os horários que foram marcados.

- Ok. Qualquer coisa, se precisar diminuir o orçamento com as propagandas, me avise.

- Pode deixar. Bom trabalho, Babi.

- Para você também, chefe.

Ele riu e saiu, me deixando sozinha. Eu gostava da relação que tinha com Sebastian. Ele me dava atenção e parecia realmente se preocupar comigo. Eu tinha certeza de que em breve seríamos bons amigos e confidentes. E talvez ele me contasse o que realmente aconteceu entre ele e Heitor no passado e que tinha a ver com uma garota.

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