Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 84

Virei para Celine Casanova e disse:

- Olá, Celine.

- Senhora Casanova, por favor.

- Pois então, “Celine”. Fico feliz que tenha vindo me receber.

- O que você faz aqui?

- Hum, você lembra de mim? Achei que não lembrasse mais, afinal... Faz tempo, foi rápido... Meu rosto é tão comum...

- Não tanto.

- Fico feliz em saber.

- O que quer? Eu não tenho tempo sobrando para perder com você.

- Jura? Como é hipócrita em falar isso.

- Quem é você para me chamar de hipócrita na minha própria casa? – mesmo furiosa, ela não alterou o tom de voz.

- Não tem tempo para perder comigo, mas se prestou a pagar alguém para acabar com minha reputação no teste de seleção da North B.?

Ela ficou alguns segundos em silêncio antes de responder:

- Não sei do que você está falando.

- Não mesmo? O rapaz, coincidentemente depois de ter roubado minha ideia na apresentação para Heitor, hoje apareceu para fazer uma entrevista no local onde trabalho. E adivinha quem estava entrevistando-o? Eu. – levantei os ombros e sorri novamente. – Como as coincidências nos surpreendem, não é mesmo?

- Continuo não sabendo onde você quer chegar.

Celine era alta, magra e bonita. Tinha olhos claros, que a meu ver pareciam verdes, mas conforme a claridade ou como ela se movia, tinham o tom mel esverdeado. A pele era bem cuidada e ela usava uma maquiagem leve. Os cabelos eram escuros, quase pretos. O conjunto cinza com branco me parecia Chanel, pelo tipo tecido.

- Eu quero chegar no motivo pelo qual você pagou alguém para atrapalhar a entrevista... Que consequentemente chega na minha vida pessoal, entende?

- Eu não fiz isso.

- Celine, não se faça de boba. O rapaz me confessou tudo. Eu paguei o dobro do que você deu a ele para saber quem foi a mandante. Sinceramente, não esperava isso de você. Uma mulher refinada, de classe, com um nome a zelar... Perder tempo com alguém como eu, como você mesma afirmou.

- Bárbara, Babi, ou seja lá a forma como a tratam... Não fique no meu caminho. Você não sabe com quem está lidando.

- Celine, “você” não sabe com quem está lidando. Agora me responda uma coisa: medo por Heitor? Ou pelo senhor Allan? Eu gostaria de saber... Sinceramente.

- Medo pela minha família.

Balancei a cabeça, ironicamente:

- Eu só tenho 27 anos, mas passei por muita coisa na vida. Eu não sou uma pobre coitada. Atualmente estou trabalhando na Perrone, ao lado do CEO, Sebastian Perrone. Minha mãe morreu quando eu era adolescente. Ela era uma mulher de posses, mas abriu mão de algumas coisas em nome do que ela realmente acreditava. Ou seja, minha família tem boas condições financeiras. Me formei numa faculdade conceituada, sei me portar muito bem em lugares finos e elegantes. Não me acho “pouco” para Heitor... Nem sequer para Allan, se é esse o seu maior problema. A questão é: eu não quero sua família... Não quero um Casanova na minha vida, entende? Não preciso de posição social ou dinheiro. Eu sou quem eu sou... Bárbara, Babi... Não importa para você.

- Como teve a petulância de vir até a minha casa e me ofender desta maneira, com mentiras?

- Não estou ofendendo você. – olhei seriamente para ela. – Estou sendo sincera. Fique tranquila, eu não vou me meter na sua família. Embora eu ache que quem deveria se preocupar com isso era Milena e não você.

- Fora da minha casa. – ela disse, apontando o dedo para a porta.

- Celine, não tente atrapalhar a minha vida novamente. Ou eu vou contar para o senhor Allan.

- Está se atrevendo a me ameaçar? – ela riu. Em segundos ficou séria novamente: - Não se meta com a minha família... Isso inclui Heitor, que é como um filho para mim. Você não sabe do que eu sou capaz para defender o que é meu.

- E eu sou capaz de tudo para “me defender”.

Ela veio até mim, furiosa e pegou meu braço com força, me puxando para a porta.

Fui pega de surpresa, sem saber como agir, afinal, estava dentro da casa dela.

Antes que ela mesma abrisse a porta, ouvimos Milena:

- Mãe, largue ela.

Celine imediatamente soltou meu braço, que doía.

- Mãe? – olhei para as duas. – Você... É noiva do seu irmão?

Senti uma sensação estranha dentro de mim, quase de incredulidade.

- Teoricamente não somos irmãos. – ela sorriu. – Eu sou filha de Celine, ele é filho de Allan. Então não somos irmãos de sangue... Nem de coração, digamos. Não temos sequer o mesmo sobrenome.

- Entendi... – falei, tentando assimilar tudo.

- O que exatamente estava acontecendo aqui? – ela olhou para a mãe.

- Nada, querida. A moça já estava indo embora.

- Estava? – perguntei. – Mas você nem me deixou falar com o senhor Allan. – provoquei.

- Me acompanhe. Eu mesma a levo até Allan. – disse Milena.

Eu nem tinha nada para falar com Allan, mas sair dali, àquelas alturas, estava fora de cogitação. Ainda mais sabendo que a noiva de Heitor parecia ser uma boa pessoa.

- Milena, você tem que organizar as coisas para o casamento. Não era hoje que você e Heitor tinham prova do bolo? – ela me olhou, sorridente.

- Não é por agora, mamãe. – disse Milena. – Venha por aqui, Bárbara.

Na minha cabeça só ecoava o seguinte: “Não era hoje que você e Heitor tinham prova do bolo?”. Suspirei. Por que tive esperanças de que pudesse se diferente? Fizemos sexo e ponto final. Ele casaria com a noiva e eu seria só mais uma para a coleção dele.

Passamos pela porta de vidro, entrando na sala. Passamos pelo elevador e senti um frio no estômago. Seguimos e subimos as escadas secundárias, que davam para o segundo andar, onde eu já sabia mais ou menos o que tinha.

- Sente-se, por favor. – ela falou, me mostrando o sofá de uma outra sala próxima da escada.

Sentei, imaginando que ela chamaria Allan.

- O que houve entre você e minha mãe? – ela perguntou seriamente.

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