Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 85

- Eu... Acho que seria melhor você perguntar a ela. – respondi.

- Acha que ela me responderia a verdade? – me olhou seriamente.

Meu Deus... O que eu estou fazendo aqui, conversando civilizadamente com a noiva de Heitor Casanova? Eu não preciso passar por isso. Eu “não quero” passar por isso.

- É sua mãe. Quem tem que saber é você.

- Eu sou Milena Bayard. – ela estendeu a mão para mim. – Acho que não nos apresentamos direito naquela noite.

Apertei a mão dela, que estava gelada. Fiquei imaginando se a minha também estava assim.

“Oi, Milena, queria dizer que eu transei com seu noivo no elevador dia destes. Desculpe a sinceridade, mas foi a melhor foda da minha vida. Aliás, quantas vezes vocês fazem sexo por dia, ou por semana? Sabe que além de ter dormido comigo, há sérias probabilidades de ele ter uma amante fixa, que se chama Cindy? E pelo que sei, sua mãe sabe sobre isso. Você também sabe e aceita? Você é legal assim com todas as mulheres que dormem com Heitor? Me desculpe... Eu não vou fazer isso novamente. Até porque sei que vocês vão casar em breve. E acredite: eu sou contra a infidelidade e a traição. E me tornei o que eu mais temia: “a outra”, a que não passa de uma diversão no elevador. Aquela que ele só queria experimentar, como se tivesse que provar para ele mesmo que conseguia “domar”.

- Sou...

- Bárbara Novaes. – ela completou. – Heitor falou sobre você.

- Falou? – engoli em seco.

- Sim... Sobre o que houve na seleção... Do seu concorrente roubar sua ideia... E também que foi você parar no hospital.

- É? – eu quase não tinha voz para responder.

Ok, eles sabem tudo da vida um do outro. Será que ele contou que nós dois...

- Ele ficou preocupado com a sua doença.

A estas alturas eu não respondia mais, só mexi minha cabeça e nem tenho certeza se foi afirmativa ou negativamente.

- Nós pesquisamos juntos sobre a endometriose. Minha mãe falou que era uma doença sexualmente transmissível.

- Não... Não é. É... Genético.

- Sim, em torno de 50% dos casos. – Ela disse, sorrindo, parecendo saber mais do que eu sobre minha própria doença.

- Vocês... Procuraram bastante.

- Ele ficou preocupado. Heitor é uma boa pessoa.

- Jura? Não conheço este Heitor. Digo, senhor Heitor. – corrigi.

- Espero que minha mãe não lhe tenha trazido problemas.

- Não... Muito. Afinal, acabou tudo terminando como tinha que ser.

- E me conte... Você já começou na North B.?

- Não... Eu não fui para a North B.

- Mas... Allan disse que você iria trabalhar lá... Ele gostou de você... Heitor gostou de você... O que deu errado?

- Minha ideia foi roubada durante a apresentação. Enquanto o senhor Heitor pensava em refazer o processo eu... Fui chamada para a Perrone. Estou trabalhando lá.

- Sebastian? – ela levantou imediatamente, aturdida.

- Sim... Estou trabalhando para Sebastian Perrone. – falei, confusa com a atitude dela.

- Eu... – percebi o nervosismo dela, que ficou ofegante na mesma hora. – Eu... Fico pensando como é trabalhar na empresa rival. – Sentou novamente, fingindo estar tudo bem, embora as mãos estivessem trêmulas.

- Você conhece Sebastian?

- Eu... Sim, quem não conhece? – sorriu nervosamente.

- No fim, fiz uma boa escolha. A Perrone não é uma multinacional, como a North B. Mas me senti bem e acolhida lá. Sebastian é um CEO maravilhoso e um homem dedicado. Ele assumiu há pouco o comando da empresa, depois que o pai dele morreu.

- Francesco morreu? Eu... Não acredito! – o olhar dela se perdeu ao longe. – Sebastian deve ter ficado arrasado.

- Francesco... Era o pai de Sebastian?

- Sim... Eles tinham uma forte ligação afetiva, mesmo com divergências com relação à empresa.

- Você conhece bem Sebastian, pelo visto.

- Nós... Estudamos próximos, na época da faculdade.

Para o mundo: Milena pode ser a causa da rivalidade entre Sebastian e Heitor? Fiquei completamente confusa e mil pensamentos começaram a passar pela minha cabeça.

- Como Sebastian está? – ela perguntou.

- Bem... Ele está bem. Solteiro... Bem solteiro. – me ouvi falando, mesmo sem querer.

Ela sorriu:

- Eu quis dizer se ele está recuperado da morte de Francesco. E a mãe dele?

- Ele não fala muito do pai. Não sei sobre a mãe. Mas ele viaja com frequência ao seu país de origem. Eu... Estou lá há poucos dias, então não sei muito.

- Entendo... Me desculpe por tantas perguntas.

- Você... Não fala mais com Sebastian? Pergunto porque... Você parece conhecer tão bem ele e sua família.

- Não... Não nos falamos mais. O tempo... O fim da faculdade... O noivado com Heitor... Cada um tomou seu rumo e a distância acabou nos afastando de vez.

- Você fala dele com carinho.

- Não... É impressão sua. – ela tentou consertar.

- E... Quando é o casamento? – perguntei, tentando não parecer tão curiosa.

- Dentro de 11 meses. Já marcamos o dia.

- Parabéns... Felicidades aos noivos. – senti um nó na minha garganta. – Você e Heitor parecem se dar muito bem.

- Sim... Somos quase irmãos, como você mesma disse. – ela riu e balançou a cabeça. – Nos conhecemos a praticamente uma vida inteira.

- Creio que isso... Contribua para uma boa relação... Conjugal.

- Não sei... Sinceramente não sei. – ela respondeu, confusa.

A porta do escritório se abriu e vi Allan vindo na minha direção, movimentando sua cadeira de rodas. Seu rosto se abriu num largo sorriso:

- Bárbara! Por que demorou tanto a subir? – ele chegou próximo.

Levantei e lhe dei um beijo e recebi em troca um forte abraço.

- Eu... Tentei vir antes... Mas parei um pouco para conversar com Milena. – sorri para ela, que retribuiu.

- Já estou entregando ela para o senhor. – Milena levantou. – Allan se apaixonou a primeira vista por você, Bárbara. – brincou.

- Se sua mãe ouve você dizendo isso, joga Bárbara pelas escadas.

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