Salma sentou na cama:
- Me desculpe por ter falado sobre você e Heitor para Daniel.
- Tudo bem. Eu só... Não quero que ninguém saiba, além de vocês dois.
- Eu vou respeitar seu desejo, assim como você respeitou o meu de não vê-lo na nossa casa aquela noite. – ela tocou meu rosto, carinhosamente.
- Onde está Daniel? – Ben perguntou.
- Eu o dispensei.
- Dispensou? – perguntei.
- Mandei ele embora. Porque eu sabia que tinha acontecido alguma coisa com Ben. Ele nunca chega em casa deste jeito... Quieto.
Ben sorriu:
- Isso é que é estranho, meus amores. Eu era para estar gritando agora. E simplesmente não consigo. Estou completamente travado. Meu coração está estranho, meu corpo não me obedece. Eu posso ter vindo sorrindo desde o Motel até aqui, entendem?
- Sim. – nós duas dissemos, começando a rir.
- Ok, eu também quero falar uma coisa. – Salma disse.
- Que bom, dona Salma. Faz um tempinho que você não se abre com a gente. – falei.
- Ah... Eu não consigo ser um livro tão aberto quanto vocês. Mas só para que saibam, eu tenho um diário. E lá eu escrevo tudo que gostaria de falar, mas às vezes não consigo. Acho perfeito a forma como vocês dois conseguem contar suas experiências amorosas e sexuais. Mas... Eu não fico muito à vontade com isso. No entanto... Sim, eu posso contar que... “Talvez” eu esteja gostando de Daniel.
Deus... Não acredito! Mas ok, não vou dar uma de metida ou estraga prazeres. Se ela está gostando dele, vou deixar tudo acontecer. Se Daniel for um mau caráter, como eu imaginei que pudesse ser, mais cedo ou mais tarde a minha amiga vai descobrir. O que eu não posso é jogar um balde de água fria no que ela está sentindo. Porque raramente ela se abre conosco. Então temos que acolhê-la e dizer que vai ser legal. Porque é isso que amigos fazem: ouvem. Se conselhos fossem bons, eu teria ouvido o deles e não teria perdido oito anos da vida passando o que passei ao lado de Jardel.
- Eu... Fico feliz por você, Salma. – a abracei e depois toquei sua barriga. – Ei, Maria Lua, acho que temos uma mamãezinha apaixonada.
- Eu contei a ele sobre minha gravidez.
- Contou? E o que ele achou? – Ben perguntou, curioso.
- Ele não me julgou. Eu... Disse que fiz inseminação artificial. – ela abaixou os olhos.
- E... Não foi isso que você fez? – perguntei, ainda confusa com toda a história sobre a paternidade de Maria Lua, que cada hora ela dizia uma coisa diferente.
- Esta parte... Eu deixo no diário. – ela sorriu. – Se um dia eu tiver coragem, deixo vocês lerem. Mas contar... Eu... Não consigo. Me perdoem. Ainda mais agora que...
- Que? – Ben olhou para ela.
- Meus amigos, eu amo tanto vocês. E não quero magoá-los por nada. Principalmente você, Babi. A gente se conhece desde sempre. – ela tocou meu rosto. – Você é o que eu tenho de mais importante na vida... Minha referência de amor... E sabe disto.
- Ei, vou ficar com ciúmes. – Ben reclamou.
- Eu também amo você, Ben. Mas eu e Babi nos conhecemos desde sempre. Ela sabe a porra de vida que tive junto da minha família. Hoje eu olho para trás e vejo que eu venci. – ela deixou as lágrimas caírem grossas por seu rosto. – Eu venci...
- Nós vencemos. – Apertei Salma contra meu peito, num abraço. – Eles jamais mereceram você, Salma.
- Viva sua vida como quiser, Salma. – Ben nos abraçou. – Se você se sentiu bem com Daniel, se joga, meu amor.
- Eu... Nunca gostei de me envolver sentimentalmente com ninguém e vocês sabem disto. Mas... É como se eu o conhecesse a minha vida inteira. E ele apareceu justo agora, quando minha barriga já começa a aparecer. Mas ele aceitou, entendem?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Como odiar um CEO em 48 horas
Bom diaa cadê o capítulo 97...
Gostaria de saber o nome do escritor tbm, muito bom o livro, né acabei de rir e de chorar tbm.lindooooo!!!...
Gostaria de saber o nome do escritor(a), pois a leitura foi interessante, contagiante e bem diferente. Seria interessante procurar outras obras do autor....
Por que pula do 237 para o 241 ?...