Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 90

- Agora eu entendo seu medo de fazer sexo por fazer. Mas pense, se você não se apaixonar, não fará sexo? Se não fosse nossa insistência e o pagamento do garoto de programa, você sequer saberia o que é sexo oral. – Salma disse.

- A questão é: eu não sei se sou o tipo de pessoa que faria sexo por fazer. Talvez o que houve no passado com Jardel tenha me trazido consequências e medo... Mas hoje eu sei que é possível ter um tipo de prazer inimaginável durante o ato e a finalização do sexo. Com Heitor eu senti algo que jamais imaginei e...

- Ei, você transou com Heitor? – Salma me olhou, aturdida.

Olhei para ela, sem dizer nada.

- Meu Deus... – ela levantou. – Por que você não me contou? Qual o problema em eu saber? – olhou para Ben. – Você sabia?

Ele assentiu, com a cabeça.

- Por que escondeu de mim, Babi?

- Eu não sei. Você não quis vê-lo naquela noite. Pensei que... Eu não sei dizer porque não contei. – abaixei a cabeça.

Eu também poderia ter meus segredos, assim como ela tinha os dela. Não sei o motivo, essa era a verdade. Mas eu tinha mais intimidade para contar minhas coisas para Ben do que para ela.

- Ok, ok. – ela levantou as mãos. – Isso quer dizer que você e Heitor Casanova... Estão se vendo ainda?

- Ele me ligou hoje.

- Ligou? – Ben me olhou.

- Está viajando e disse que quando voltar, amanhã ou depois, quer me ver... Para conversarmos sobre “nós”.

- “Nós”? – Salma perguntou. – Ele já chama o que vocês tem de “nós”? Babi, você está gostando de Heitor Casanova? – olhou nos meus olhos.

- Eu posso estar gostando um pouquinho, bem pouquinho dele. – Menti, sabendo que meu coração estava completamente entregue ao dono da Babilônia, chefe dela.

- Eu gosto dele. Thorzinho é um romântico. Por detrás daquela imagem de homem poderoso e que tem todos aos seus pés, existe alguém implorando por amor e atenção... De alguém que não quer só dinheiro ou sexo de boa qualidade. – Ben disse.

- Ele tem uma noiva e uma amante. – Salma falou. – Não que isso importe, mas são problemas para carregar na bagagem.

- Por isso ele disse que temos que conversar.

- Cindy é uma pessoa difícil. Ela se comporta como uma estrela de cinema, quando na verdade é só uma boa dançarina de pole dance. – Salma disse.

- Talvez ela seja um problema bem maior que a noiva.

- Certamente será. Mas você sabe muito bem como resolver problemas, amiga. – Salma me abraçou. – Cindy só perderá tempo ao tentar importuná-la.

- Eis a questão: estou preparada para tudo que vem junto de Heitor Casanova? Pai, madrasta, noiva, amante?

- Mídia, paparazzi, dinheiro, uma vida que jamais sonhamos viver. – Ben completou. – Sabemos que Sebastian, por mais dinheiro que tenha, é um homem simples e preza família e valores. Não que Heitor não seja assim, mas ele é uma caixinha de surpresas a ser aberta.

- Sebastian está fora da minha vida amorosa.

- Aquele lindo? – Salma suspirou. – Deus, aquele homem foi esculpido numa nuvem, quando Deus estava de muito bom humor. Não que Heitor não seja bonito, mas Sebastian é doce, gentil, atencioso...

- Eu acho que ele ainda é ligado a um amor do passado... E minha cabeça diz que eu já sei exatamente o nome da pessoa.

- Um homem fiel à um grande amor do passado? – Salma enrugou a testa. – Isso o torna ainda mais perfeito. – riu.

- Então... Sebastian, Heitor, Tony... E quem entrou na sua vida foi Daniel. – Ben riu. – O gostoso com cara de anjinho, que serve bebidas com sabor e trabalha 24 horas por dia.

Começamos a rir:

- Agora, Ben, já monopolizei um tempo. Precisamos saber de Tony.

Ele suspirou:

- Tudo demorou a acontecer por causa da noiva. E... Aconteceu com ele ainda noivo.

- Ele não disse que iria primeiro resolver isso? – perguntei, confusa.

- Sim... Mas acho que não suportou a espera. E o que eu acho disto? Sim, no início achei perfeito: um homem fiel, que se preocupa com os outros e não quer magoar ninguém. Mas agora, sinceramente, pouco me importo. Eu gosto dele e sei que Tony também sente o mesmo por mim. Espero que ele termine com a mulher. Se não terminar, não vou deixá-lo por isso. Aconteceu uma conexão muito forte, como há muito não acontecia comigo.

- Espero que você não sofra. – Salma disse.

- O amor é uma caixinha de surpresas, assim como Heitor Casanova, amigas. Não tem como a gente prever. Temos como exemplo Jardel, que se vendeu como um bom moço e no fim, com aquela carinha linda de inocência, fez tudo que fez com nossa amiga. Pelo menos Tony foi honesto. Se eu algum dia pensei em ser a outra? Não, claro que não... Quem quer isso para a vida, não é mesmo? Mas o sentimento que me liga a Tony faz com que eu talvez aceite o que sobra para mim. Melhor um pouco dele do que nada.

- Pense pelo lado positivo, Ben: você é só o amante. Eu sou... A amante da amante. – arqueei a sobrancelha, confusa. – A questão é que... Eu não vou aceitar isso, embora respeite sua decisão em aceitar. E quer saber? Eu gosto de Tony. E admiro a coragem dele de se ver atraído por um homem e admitir isso, mesmo depois de ser assumidamente hetero por uma vida inteira. E foi você que despertou isso nele, amigo.

- Ele estava tão inseguro, coitadinho. Mas houve carinho... Como se o sexo não fosse o mais importante quando estávamos nós dois, entre quatro paredes. E isso nunca aconteceu comigo antes. Até então era sexo e sexo. E para mim estava bom. E eu achava que gostava de como era... Até Tony me mostrar que pode ser muito mais do que isso. A forma como ele me olhava, me tocava... Era de admiração, tesão, carinho... Tinha tanto sentimento que até me assustou. Ele é lindo, amigas. Não só por fora, mas também por dentro.

- Fico feliz por você. – abracei Ben, colocando minhas pernas em torno dele, sobre a cama.

Deitei a cabeça sobre seu ombro, sentindo seu coração bater forte. Salma nos abraçou, ainda de pé:

- Ben, você merece todo este sentimento que Tony está demonstrando. E eu posso apostar que ele vai deixar qualquer pessoa por você. – Salma garantiu.

- Eu estou começando a achar que nossa vida sexual está abrindo espaço para a amorosa. – Ben começou a rir. – Em breve talvez deixemos de ser três pessoas para sermos três casais. Sem contar que temos esta pessoinha aqui. – alisou a barriga de Salma. – Que vai iluminar as nossas vidas mais do que ela já está sendo.

Família... Era isso que os dois eram para mim. O sentimento que me unia aos meus dois amigos era intenso, forte e eterno. Tínhamos nossas desavenças, brigas, pensamento diferentes, mas nos respeitávamos e nos apoiávamos sempre. Para mim, isso era exemplo de amor verdadeiro.

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