O jatinho particular da família Bellucci iniciou sua descida suave em direção à Serra Gaúcha, balançando ligeiramente com uma corrente de ar. Pela janela, se desenrolava o cenário que agora causava em mim um misto de ansiedade e, surpreendentemente, um sentimento que se aproximava de saudade.
— Uau, isso é que é viajar com estilo! — Matheus, meu irmão, tinha o rosto grudado na janela como uma criança. — Muito melhor que nosso voo apertado para o casamento. Deveríamos ter aceitado quando o Christian ofereceu o jatinho naquela época também.
Revirei os olhos, mas não consegui conter um sorriso. Ter minha família inteira vindo para o aniversário de Giuseppe havia sido ideia do próprio patriarca Bellucci – um convite tão enfático que beirava uma convocação. "Família completa, Zoey. Quero todos aqui para meus 83 anos!"
— Giuseppe vai adorar ver vocês novamente — comentei, ajustando o cinto para o pouso. — Ele não parou de falar nisso nas últimas semanas.
— Seu sogro é um doce — disse mamãe, ajeitando nervosamente a gola do vestido que eu havia insistido em comprar para ela especialmente para a ocasião. — Tão diferente do que se esperaria de alguém em sua posição.
— Tecnicamente, ele não é meu sogro, mãe.
— Detalhes. — Ela sorriu. — Ele nos tratou como família desde o primeiro momento no casamento.
Papai, que permanecera estranhamente quieto durante a maior parte do voo, olhava pela janela com expressão distante. Desde que Christian quitara suas dívidas — uma parte do acordo que eu ainda não havia revelado à minha família — ele vinha se comportando de forma diferente. Mais leve, menos preocupado, mas também visivelmente constrangido sempre que o assunto "genro" surgia.
A aterrissagem foi suave como seda. Enquanto a escada era posicionada, senti meu coração acelerar ao avistar a comitiva de boas-vindas – e a figura alta e imponente de Christian à frente dela, impecável em um terno azul-marinho que destacava seus ombros largos.
— Alguém está animada para ver o marido. — Anne murmurou ao meu ouvido, cutucando minhas costelas.
Ignorei-a, tentando controlar o sorriso ridiculamente amplo que ameaçava se espalhar pelo meu rosto. Duas semanas. Haviam sido apenas quinze dias desde que o vira pessoalmente, mas de alguma forma parecia muito mais.
— Respira, maninha. — Matheus passou por mim com um sorriso sabido. — Seus olhos estão praticamente brilhando no escuro.
Fui a última a descer, observando os reencontros calorosos que aconteciam aos pés da escada. Matheus e Giuseppe trocavam abraços como velhos camaradas, o patriarca rindo de algo que meu irmão dizia. Anne já havia se jogado nos braços de Marco, que fingia desinteresse apesar do sorriso mal contido. Meus pais cumprimentavam Carmen e os outros funcionários da casa que haviam conhecido no casamento.
Quando finalmente pisei no asfalto, Christian se virou em minha direção. Por um momento – um único, revelador momento – sua máscara de autocontrole aristocrático vacilou, e a intensidade de seu olhar me atingiu com força física. Duas semanas de telefonemas noturnos, mensagens ocasionais e saudades não verbalizadas se condensaram naquele único olhar.
— Zoey. — Ele se aproximou, e eu esperava o beijo educado na bochecha que seria apropriado para nosso público familiar. Em vez disso, seus braços envolveram minha cintura, e seus lábios encontraram os meus em um beijo que, embora breve, continha uma promessa inequívoca de muito mais.
— Oi. — Respondi idiotamente quando nos separamos, sentindo o calor subir pelo meu pescoço.
— Oi. — Ele sorriu, aquele sorriso raro que transformava completamente seu rosto, reservado para momentos quando ninguém mais estava olhando. Exceto que, desta vez, todos estavam.
O salão principal estava transformado – luzes suaves, arranjos florais elegantes em tons de branco e dourado, uma orquestra de câmara tocando ao vivo. Os convidados – uma mistura de família, amigos, parceiros de negócios e figuras importantes do mundo do vinho – circulavam em pequenos grupos, criando um murmúrio constante que se misturava às notas musicais.
Christian me encontrou assim que entrei, como se tivesse um radar interno sintonizado exclusivamente em mim.
— Você está... — Ele parou, seus olhos percorrendo o vestido com uma apreciação que me fez corar instantaneamente. — Não existem palavras suficientes.
— Você também não está nada mal. — Respondi, ajustando sua gravata em um gesto que havia se tornado surpreendentemente familiar. — Pronto para agradecer dezenas de parabéns em nome do seu avô?
— Contanto que esteja ao meu lado. — Sua mão encontrou a base das minhas costas, um toque leve mas possessivo. — Giuseppe está à sua procura, aliás. Algo sobre um vinho especial que quer te mostrar.
— Agora?
— Ele está na adega. — Christian sorriu, resignado. — E quando ele decide algo...
— Não existe poder na terra que o faça mudar de ideia. — Completei, já familiarizada com a teimosia lendária do patriarca. — Voltarei logo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...