O rosto de Anne se transformou numa máscara de confusão, suas sobrancelhas franzidas enquanto processava minhas palavras.
— Eu ainda não estou entendendo. — Ela cruzou os braços. — Se você realmente estiver grávida, isso explicaria os enjoos, as emoções descontroladas, mas o que isso tem a ver com não dizer a Christian que você o ama?
Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos, consciente de que provavelmente estava borrando toda a maquiagem.
— Você esqueceu que Christian não quer ser pai? — Minha voz era apenas um sussurro rouco. — Nunca quis. Deixou isso claro.
— Mas...
— E mais cedo, no mirante, antes de... — fiz um gesto vago que abrangia o que havíamos feito — ...nos distrairmos, estávamos conversando sobre como o contrato não faz mais sentido agora que Giuseppe revelou que sempre soube.
Anne piscou algumas vezes, tentando acompanhar meu raciocínio.
— Estou perdida.
— Ele vai achar que a história da gravidez é mais um jeito de segurá-lo. — As palavras saíram amargas, dolorosas. — Agora que não tem mais contrato, que não tem mais razão para continuarmos juntos, ele vai pensar que inventei uma gravidez para não o deixar ir. Pra não perder as mordomias de ser uma Bellucci.
— Zoey. — Anne agarrou meus ombros, me forçando a encará-la. — Você está falando do homem que acabou de dizer que te ama. Isso não faz o menor sentido.
Deixei escapar uma risada sem humor, enxugando mais lágrimas teimosas.
— Homens falam qualquer coisa depois do sexo, Anne. — Balancei a cabeça, a desesperança colorindo minha voz. — Mas não depois das consequências dele.
— Isso é ridículo. — Anne soltou meus ombros, claramente exasperada. — Ele cuidou de você daquela vez que você fez o teste, lembra? Quando você estava passando mal.
— Sim, e ficou completamente aliviado quando o teste deu negativo. — Engoli em seco, lembrando da expressão de Christian ao ver o resultado. — Mas já parou para pensar que talvez fosse cedo demais para o teste detectar? E quando fui ao médico, não mencionei uma suspeita de gravidez... apenas falei dos sintomas.
Anne me estudou por um longo momento, a irritação em seu rosto gradualmente dando lugar a uma compreensão mais suave.
— Zoey. — Sua voz agora era gentil. — Você está com medo.
Não era uma pergunta, e não havia como negar. Assenti silenciosamente, novas lágrimas ameaçando cair.
— Estou apavorada. — Admiti, minha voz quase inaudível. — Eu o amo tanto, Anne. E agora, quando finalmente poderia ter a chance de um relacionamento real com ele, sem contratos, sem fachadas...
— Você acha que uma possível gravidez vai arruinar tudo. — Anne completou, entendendo finalmente.
— Você não viu como ele reagiu da primeira vez. — Abracei-me, subitamente fria apesar da noite quente. — Ele ficou aliviado, Anne. Genuinamente aliviado.
Anne suspirou, puxando-me para um abraço apertado. Apoiei a cabeça em seu ombro, permitindo-me aceitar o conforto que ela oferecia. Por um momento, éramos apenas duas irmãs – não havia maridos bilionários, contratos, empresas familiares ou possíveis gravidezes. Apenas Anne e Zoey, como nos velhos tempos, quando nossos maiores problemas eram decidir qual filme assistir em uma noite de sexta-feira.
— Escuta. — Anne afastou-se ligeiramente, suas mãos em meus ombros novamente, mas dessa vez em um gesto de apoio. — Vamos fazer o seguinte: tente esquecer isso por este final de semana, ok? Volte para os braços do seu marido gostoso e aproveite a festa.
— Anne...
— Não, sério. — Ela estava em modo irmã mais velha agora, apesar de ser a mais nova. — Quando voltarmos para o Rio, fazemos um novo teste juntas. Um dos bons, daqueles digitais que não tem como dar errado. E eu vou estar lá com você, não importa o resultado. Tudo bem?
Anne me deu um último abraço rápido antes de se afastar em direção à porta.
— Lembra do nosso acordo — disse ela, apontando um dedo acusador para mim. — Este final de semana é só para aproveitar. Sem pânico, sem drama. Apenas você, seu marido gostoso, e talvez mais alguns daqueles vinte minutos no mirante.
— Anne! — Senti meu rosto esquentar, mas não pude evitar um pequeno sorriso.
— Estou falando sério! — Ela abriu a porta, verificando se o corredor estava vazio. — O sexo grávida é supostamente incrível, pelo que ouvi. Todos aqueles hormônios...
— Eu vou te matar — murmurei, embora sem qualquer real malícia.
— Me mate depois do teste. — Ela piscou. — Agora vamos, senhora Bellucci. Seu marido provavelmente está se perguntando onde você foi parar.
Respirei fundo, ajeitando meu vestido uma última vez antes de segui-la de volta ao salão. Anne estava certa. Não havia nada que eu pudesse fazer sobre minhas suspeitas neste momento. O melhor era tentar aproveitar o resto do final de semana, como ela sugeriu.
Mas enquanto caminhávamos de volta para a festa, não pude evitar tocar brevemente meu abdômen, uma mistura confusa de medo e algo surpreendentemente próximo da esperança crescendo dentro de mim.
Talvez fosse apenas estresse, ou a suposta virose que ainda não havia passado completamente. Ou talvez... talvez fosse o início de algo que tornaria impossível manter as fronteiras cuidadosamente traçadas do meu acordo com Christian.
Qualquer que fosse a verdade, teria que esperar até depois do fim de semana. Por enquanto, havia um marido que eu amava – mesmo que ainda não tivesse conseguido dizer isso em voz alta – me esperando no salão.
E se havia uma coisa que aprendi nos últimos meses, era que algumas coisas eram preciosas demais para serem desperdiçadas, mesmo com um futuro incerto à frente.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...