Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 588

~ BIANCA ~

— Renata?

A voz de Nico saiu baixa, chocada, como se tivesse visto um fantasma.

E o nome foi suficiente.

Fez tudo clicar no lugar mesmo antes de me virar. A mãe de Bella. A mulher que tinha abandonado família quatro anos atrás. A pessoa que Nico raramente mencionava mas cujas feridas ainda eram claramente visíveis.

Virei-me lentamente.

Lá estava ela.

Uma mulher muito bonita, provavelmente no final dos vinte ou início dos trinta. Lembrava Bella em tudo - os mesmos olhos escuros, os mesmos traços delicados, o mesmo cabelo castanho que caía em ondas perfeitas sobre os ombros.

Mas era a elegância que mais chamava atenção. Uma elegância que não cabia naquele lugar.

Usava um vestido claramente caro, do tipo que se vê em vitrines de boutiques chiques em Milão. Salto alto que afundava levemente na terra macia. Bolsa de couro legítima. Joias discretas, mas visivelmente caras no pescoço e nos pulsos.

Tinha dinheiro, isso era óbvio. Mas não era a elegância natural de quem nasceu nisso. Era a elegância estudada de quem queria que todos soubessem o que ela tinha.

Até eu, que estava acostumada a marcas de alto luxo e salto alto desde sempre, sabia que aquele não era o lugar para uma exibição assim. Tinha feito questão de refazer completamente meu guarda-roupa para quando vinha à Tenuta Montesi. Em parte, claro, para que Nico não desconfiasse de quem eu realmente era. Mas em parte também para me adequar genuinamente ao lugar. Para pertencer.

Renata claramente não tinha tais preocupações. Ou não se importava.

— Sinto muito não ter avisado que vinha — disse ela, sua voz surpreendentemente suave, quase arrependida. — Mas quis fazer uma surpresa de aniversário para minha filha.

Seus olhos foram para Bella, e um sorriso se formou em seus lábios perfeitamente pintados.

A reação de Bella foi instantânea.

Desceu da cadeira tão rápido que quase caiu, tropeçando nos próprios pés na pressa. Correu. Não em direção à mulher que a chamava de filha. Correu para trás de mim, suas mãozinhas pequenas agarrando minha blusa, seu corpo tremendo levemente.

Automaticamente, envolvi meu braço ao redor dela, puxando-a protetoramente contra mim. Senti-a se encolher ainda mais, tentando se esconder completamente atrás das minhas pernas.

— É uma bela surpresa — disse Nico, sua voz saindo amarga, carregada de uma raiva controlada que nunca tinha ouvido nele antes — depois de quatro anos sem um único contato. Sem uma ligação. Sem uma mensagem. Sem saber se estava viva ou morta. Definitivamente uma bela surpresa.

Martina, que tinha estado congelada até aquele momento, começou a se mover. Silenciosamente, eficientemente, começou a reunir as outras crianças.

— Venham, crianças — disse com voz forçadamente alegre. — Vamos lá para dentro. Tem mais docinhos esperando. E sorvete!

As crianças, sentindo o clima estranho mas facilmente distraídas pela promessa de mais guloseimas, começaram a seguir Martina em direção à casa. Os outros adultos - funcionários e pais que tinham ficado - perceberam o que estava acontecendo e começaram a se afastar também, jogando olhares curiosos, mas respeitando a privacidade do momento claramente tenso.

Tudo acontecendo ao mesmo tempo. Movimento e silêncio. Pessoas se afastando enquanto nós quatro ficávamos ali parados.