Doce Pecado romance Capítulo 19

Sabrina Becker

Chego no internato faltando apenas dez minutos para começar a aula. Saio correndo para a sala dos professores. Dessa vez havia trânsito e ficamos preso nele. O internato ficava distante da área onde Paulo morava, o que dificultava as coisas.

E eu não podia sair mais cedo de casa, porque Paulo fazia questão de tomar o café da manhã comigo.

O resto era tentar fazer as coisas darem certo, sem mudar a rotina de Paulo, pois ele já estava sendo legal comigo em me deixar trabalhar fora. Eu não podia exigir e nem pedir mais nada a ele, tinha que fazer isso dar certo.

Abro o meu armário para pegar meu plano de aula e vejo Andrey se aproximar.

A primeira coisa que ele vê é meu colo todo marcado.

Não é que seja tão absurdo assim isso acontecer. Sou uma submissa, as marcas fazem parte. Mas eu sei que isso foi meio que uma demarcação de território do Paulo. Ele sabe que no internato há professores homens.

E pra mim está tudo bem. Se ele se sente seguro assim, não há mal algum…

- Hummm... Regata, colo nú... O japonês está querendo mostrar serviço…

Eu reviro os olhos. Andrey e suas piadinhas. Às vezes eu acho que ele odeia todos os outros dominadores, pois ele tem sempre algo a dizer sobre cada um deles. Na cabeça dele, só ele deve prestar para as meninas do internato.

- O que você tem a ver com isso Andrey?

- O que? Sou um membro da sua família. Eu prezo pela sua saúde mental.

Ele fica na minha frente no corredor dos armários, tento sair dali, mais ele não deixa... Merda!

- Você vive falando para as alunas, que dominadores não gostam de outro macho, ciscando em seu território. Então o que está fazendo aqui, bloqueando a minha saída? Eu já estou atrasada para dar aula Andrey.

-Ele te proibiu de falar comigo?

-Não... Mas sei que a tolerância para ele é mínima, então não me prejudique…

-Estamos dentro do Internato Sabrina, ele nunca vai saber que conversamos ... Somos amigos…

-Ok! Mas agora não dá pra conversar... Deixa eu passar?

Ele suspira, concorda com a cabeça e recua deixando eu passar …

-Podemos lanchar juntos? -ele fala atrás de mim e eu sorrio.

-Tá carente Andrey?

-Sinto falta das nossas conversas... Me distraia, longe das mesmas fofocas do internato…

Eu sorrio, e digo:

-Okay... Até mais tarde!

- Até…

Eu também adoro nossas conversas... Apesar de transarmos nos intervalos em que eu não estou com contrato, não rola nada entre nós. Só um carinho que às vezes, se transforma em tesão quando estamos carentes. Somos muito mais amigos do que outra coisa. A amizade colorida só existe quando eu estou sozinha.

Só sei que Paulo nunca me perdoará, se descobri que tenho um amigo, que transo de vez em quando. Sei que ele vai se sentir mal com isso…

Mas o internato é minha família!

Não posso abrir mão das pessoas daqui, não quando estou sozinha no mundo, sem perspectiva nenhuma de ter a minha própria família.

Não mesmo…

***

- Então quer dizer que o japonês sabe das coisas?

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