sabrina becker
Eu terminei de arrumar a bandeja. Resolvo levar um suco de graviola para meu mestre, que queria fazer.
Ele saiu irritado hoje para o escritório. E até agora não deu as caras na cozinha.
Já adiantei bastante o almoço, arrumei a cozinha... Limpei o fogão para passar o tempo, ariei as panelas que já estavam ariadas e nada de ele aparecer. Posso esperar…
Não quero que ele fique contrariado por causa do meu emprego.
Ele fingiu que aceitou o Internato... Na verdade, ele aceitou achando que eu fosse mudar de ideia... Eu devia ter adivinhado. É muito difícil algum dominador aceitar um contrato de 24/07 em que sua submissa trabalhe fora. Porque o contrato já funciona como um emprego. A única exceção que eu já ouvi falar era para estudo, mas para trabalho é difícil.
Tanto que consegui que não fosse conseguir outro dominador com aquela cláusula. Fiquei surpreso quando ele aceitou…
Mas mesmo eu querendo investir em nossa relação, eu não quero abrir mão do emprego.
Ele tem a opção de desistir do contrato…
E se ele resolver isso? Porque está na cara que ele não se adaptou a minha ida, três vezes na semana no internato.
Agora eu tenho uma nova tarefa... Que é sair do internato e ir direto para o hospital. Isso tem a ver com o sentimento de posse que todo dominador tem sobre sua submissa. Isso não muda, seja sadomasoquista ou não.
Eu suspiro... Só queria que ele me conhecesse melhor e percebesse que o meu trabalho não tem nada a ver com dinheiro, e sim não querer me afastar das pessoas que eu aprendi a amar e ver como minha família.
Pego a bandeja e me encaminho para o escritório. Ainda tem o lance da camisa. Zefa realmente botou no meu armário achando que fosse minha, pois provavelmente ela foi posta pra lavar no meu cesto.
Eu poderia ignorar aquela camisa no meu armário, mas não consegui. Sempre quis me sentir pertencendo a alguém.
E nunca fiz isso…
Isso é coisa de casal baunilha.
Me senti tão bem dentro dessa camisa... Não vou dizer que não imaginei que seria punida, porque imaginei... Nunca vi um dominador permitir essa intimidade. Mas no fundo eu tinha esperança de que fosse gostar de mim ver dentro da camisa dele.
Bom, foi isso que aconteceu né?
Agora eu tinha que amansar a fera... E fazer com que ele esquecesse do Internato.
Bato na porta do escritório e ele fala para entrar.
Abro a porta e ele logo olha pra mim se encostando na cadeira e pondo uma caneta em cima da mesa.
-Trouxe um suco que queria de fazer, mestre.
Me aproximo e coloco a bandeja na beirada da mesa dando o copo em sua mão.
-Graviola?
Eu confirmo com a cabeça sorrindo.
Ele pega o suco e bebe.
-Obrigado Hanī…
-Ainda tem muito trabalho?
-Na verdade eu estava lendo. O trabalho já terminou.
-E como está as costas? -vou para trás da cadeira dele e ponho a mão onde estava fazendo ontem.
-Sabrina…
-Desculpe Mestre, mas queria ver como está…
-Você tem que me pedir para me tocar…
-Peço permissão mestre…
-É um pouco tarde pra isso, já que me tocou... Você está bem atrevida. Botou uma camisa minha, me tocou sem permissão. Não é um comportamento adequado para uma submissa…
Ele me olha sério... Merda!
-Sei que o senhor está chateado comigo... Eu só queria fazer o mestre esquecer o Internato.
Ele se levanta e sai da cadeira, me olhando de frente...
-Eu não tenho motivo para está chateado com você... Eu assinei o contrato, não foi?



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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Doce Pecado
Cadê os capítulos...
A leitura não abre... Por quê???...
Cadê os capítulos...