Paulo Niko Sankyo
Bernardo põe a cabeça na porta e diz:
-Ei…
-Estava te esperando…
Ele entra na sala, fecha a porta.
-Desculpe a demora, estava com paciente... -Ele apontou para a porta com a sobrancelha enrugada. -O que Melissa está sentada na mesa de sua secretária?
Apesar de ela já estar aqui há mais de um mês, Bernardo não veio no meu andar. Quando nos encontramos, na maioria das vezes, é no andar do Arthur, porque as reuniões são sempre marcadas lá. E eu queria esquecer de avisar a eles que ia contratar Melissa como minha secretária.
-Ela é minha secretária agora. Foi mandada embora do antigo emprego, e como ela precisava de um emprego e eu de uma secretária, unir o útil ao agradável.
Minha secretária se propôs, como esse serviço deve ser feito por alguém em que eu confio, achei que Melissa era a pessoa ideal.
-Contratou uma ex submissa sua, para ser sua secretária?
Eu suspiro…
-Ela não é minha ex submissa Bê. Eu nunca tive contrato com ela.
-Mais trepava com ela, como eu e Arthur. Vai misturar trabalho com prazer? E Sabrina?
-Não vou misturar nada... Ela é apenas a minha secretária e só... Podemos por as agulhas?
Falo para cortar o assunto, porque isso vai render.
-Podemos japoneses, mas eu acho arriscado manter uma ex submissa como sua secretária. Ainda mais agora que está se dando bem com Sabrina. Isso pode gerar conflitos.
-Sabrina nunca vai saber que tive algo com ela. Eu não quero mais nada com ela, e tenho um contrato que garante a Sabrina, estava (tirando as submissas de meus dois irmãos), Sabrina não tem motivos para se importar!
-Mulheres são problemas Paulo. Pra que por um problema na sua vida?
- Você queria que eu fizesse o que? Negasse ajuda? Você faria o mesmo…
-Faria, mais botaria em outro setor, tinha que ser como sua secretária?
-Nem pensei Bernardo.
Tiro a camisa de dentro da calça e abro os botões... Abro a porta do intermitente e me sento na maca. Já havia preparado tudo antes de ele chegar. Tiro a camisa e ele diz:
-Deixa eu examinar primeiro pra ver se não tem nada fora do lugar.
-Você já fez isso na quadra…
-Cala a boca japonesa…-Ele começa a examinar meu ombro com muito cuidado.-É... Foi mal jeito mesmo.
-Eu disse...-Ele revira os olhos.-Me conta o que aconteceu ontem…
-O de sempre…
-Desembucha Bernardo…
- O filho prodígio vai vir ao Brasil.
-Quando?
-Em seu aniversário. Esse ano resolveram fazer diferente.
Ninguém vai viajar... Parece que ele tem planos para o hospital…
-Arthur já sabe disso?
-Não... provavelmente meu pai vai dar as boas novas em breve... Ele está programando uma festa de aniversário para ele e de boas vindas também. Parece que meu velho tem esperanças, que o filho prodígio fixo reside no Brasil.
Não vejo o rosto do Bernardo, pois estou de costas para ele. Mas dá pra ouvir a sua mágoa na voz.
O filho prodígio que ele diz é seu irmão mais velho, William.
-E como se sente?
Ele solta uma gargalhada.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Doce Pecado
Cadê os capítulos...
A leitura não abre... Por quê???...
Cadê os capítulos...