Doce Pecado romance Capítulo 43

Sabrina Becker

Me olho no espelho pela última vez. Estou ansiosa, tem que está tudo perfeito. Chegou o grande dia da festa.

Fiz uma maquiagem bem chamativa. Botei cílios postiços e um delineado enorme, destacando meus olhos verdes. Batom vermelho porque sei que meu mestre gosta. Um rabo de cavalo bem puxado e o biquíni que comprei para aquele dia. Todo de vinil preto. Também comprei um robe especial de seda preto com manga flare pompom. Escolhi uma sandália alta de tiras.

Me sento na cama e espero. Devo aguardar meu mestre vir me buscar. Ele só virá depois que o último convidado chegar. Estou acostumada a fazer essas apresentações, já participei de várias, seja em clubes Bdsm ou festas particulares. O que me tirou o sono desta noite, foi a possibilidade de ser compartilhada com Arthur.

Por que isso? Porque eu não sei como meu corpo vai se comportar. A minha mente sabe muito bem o que ela quer, e eu posso dizer que a minha parte emocional também. Mas o corpo? Ainda tenho em minha mente a forma como meu corpo correspondia a ele. Ele tinha controle total sobre ele. Eu parecia uma cadela à sua disposição.

Tenho medo que se houver compartilhamento, eu me distraia e perca o foco de meu dominador. Se eu perder o foco do meu dominador, Arthur saberá e o Paulo também. Eu não quero terminar o contrato que tenho com Paulo, e eles são muito unidos.

Eu confesso... Não estou preparada para jogar com Arthur.

"Ele não te obrigou a jogar Sabrina?!? Ele deixou bem claro que se não quisesse jogar, era só dizer..."

Isso... Eu posso não jogar... Mas aí, se eu não jogar, Paulo vai perceber que tem algo de errado.

"Quem está na chuva é pra se molhar, querida! Assuma suas emoções e vá à luta. E se por acaso acontecer isso que está com medo... Aconteceu ué... Torça para que ninguém note..." -fala minha consciência para mim.

Merda!

Eu nem sei se vai acontecer de jogar com ele... Eu nem sei se eles vão participar do compartilhamento. Eu tenho que parar de sofrer com antecedência.

Escuto a porta abrir e me viro vendo ele parado no vão. Calça preta, blusa de botões pretas com as mangas dobradas até a metade do braço. Cabelo esticado com gel, barba por fazer e um sorriso lindo no rosto.

-Está na hora Hanī.

Eu confirmo com a cabeça e me levanto indo até ele.

-Kuzo!

-Que foi? Não era o que você esperava?

De repente fico insegura com o figurino. Será que o robe foi demais?

-Não Hani... Está lindíssima! O difícil vai ser ficar só numa apresentação furreca.

Eu sorrio com sua delicadeza.

-A noite é uma criança…

-Ahhh se é... Já separou o vestido pra depois?

-Sim meu mestre…

-Então vamos…

Descemos a escada e vejo as pessoas já se amontoando no centro. Ali vejo um mini palco que fizeram com o remanejamento dos móveis. Só há uma mesa com os acessórios que meu mestre usará. Ele me leva até o centro.

- Tire o roupão, vou ver onde estão aqueles dois.

Ele sai para área gourmet e eu faço o que ele pede. Olho para as pessoas à volta. São todos conhecidos, mas o único que já foi meu dominador nesse grupo foi Arthur. Ainda bem, porque não quero reencontrar velhos conhecidos. Vejo Melissa, a secretária do Paulo, parada de longe me olhando com cara de nojo. O que ela está fazendo aqui? Ela faz parte deste mundo? Desvio o olhar, e logo percebo Silvio com suas duas garotas , ele balança a cabeça me cumprimentando e eu faço o mesmo. Olho para o outro lado e vejo Afonso, parado ao meu lado, provavelmente seguindo ordens de Paulo.

Logo em seguida vejo Paulo vindo na frente e parando ao meu lado sorrindo. Logo atrás dele , vejo Arthur, Duda, Bernardo e Camila.

Que isso? Camila está vendada?É no mínimo intrigante.

É uma apresentação, foi feita para as pessoas verem, não para comparecerem vendadas.

Tento parar de conjecturar e me concentro em meu mestre.

- Obrigada a todos que vieram, não houve nenhuma desistência, e eu agradeço. Para começarmos os jogos da noite, eu e Sabrina vamos fazer uma demonstração de shibari.

Ele me ronda e vai até a mesa pegar uma corda vermelha. Ele gosta de usar cordas vermelhas em mim, acho que é devido ao contraste que dá em minha pele.

Ele continua explicando a origem do shibari e como ele era usado antigamente.

Logo depois começa a trançar a corda em meu corpo. Combinamos de fazer a amarração pelo pescoço, com as mãos presas atrás. E concordei com ele em passar a corda dividindo meu corpo ao meio, já que não haverá penetração. Mas eu preciso me controlar e não gozar.

Ele vai deixar as cordas bem apertadas. Faz parte da apresentação, pressionando elas em pontos estratégicos.

Essas cordas são poderosas, e me excitam demais. Vai ser difícil me controlar.

Começa a fazer nós na parte da frente, às vezes me olhando nos olhos, para ter certeza se está tudo bem. Desce com a corda e passa no meio das minhas pernas, centralizando bem em cima do meu clitóris e no meio da bunda.

Eu suspiro, pois só ao passar a corda por ali, mesmo por cima do biquíni, já dá uma pressão boa no baixo ventre.

-Quando chegamos nesta parte você pode fazer assim, que aumentará o prazer do seu parceiro, dividindo seu corpo em duas extremidades. Ou separar as duas cordas no ventre e subir por debaixo da polpa da bunda. Desta forma, começará a trançar de baixo para cima. Como não haverá penetração nesta demonstração, vou fazer de outra forma.

Ele vem para atrás de mim e transpassa a corda pel ponta que está no meu pescoço deixando bem justo. Dali em diante, ele separa as duas pontas e vai trançando a corda com a parte da frente, até a altura da minha costela. Meus braços já estão na posição que combinamos. Um em cima do outro e dobrados, nas minhas costas. Ele trança eles junto com o corpo, dando um nó no final.

-Desta forma você consegue regular o prazer do parceiro, apenas mexendo nas cordas.

Ele puxa a corda nas minhas costas, e eu não me controlo... Gemo sentindo a corda pressionar o meu clitóris e o meu ânus. Ele beija meu ombro , lambe minha nuca e mexe novamente na corda e eu dou um gemido mais alto, fechando os olhos para me concentrar.

-Boa menina! -ele murmura no meu ouvido. -Está excitada Sabrina?

Confirmo com a cabeça ainda com os olhos fechados.

Ele segura meu rabo de cavalo e puxa ao mesmo tempo que volta a mexer com as cordas, me deixando mais molhada do que já estou.

Ele me solta, sai detrás de mim e diz:

-O prazer do shibari não se resume só a isso. Ele continua depois que as cordas são desfeitas, o local onde a pele ficou pressionada fica sensível, causando sensações por muito tempo depois.

Meu mestre vai até a mesa e pega o canivete, volta e começa a cortar as cordas em volta do meu corpo.

Eu começo a sentir o frisson na pele quando elas estão soltas.

Apesar de ter ficado pouco tempo com elas, ele apertou bem, então o efeito foi o mesmo que se eu estivesse horas amarrada.

-Vejam como fica lindo? As marcas vermelhas, sensíveis -ele toca uma das marcas abaixo de meu seio, e eu estremeço com a sensação.Pega meu pulso também marcado, beija e diz.- Oficialmente estão abertos os jogos. Não preciso orientar ninguém né, todos já conhecem meu apartamento. Daqui a trinta minutos teremos um jogo no meu quarto de vidro. Estão todos convidados para assistir. Fiquem à vontade, a casa é de vocês!

Todos batem palmas e começam a se dispersar. Alguns chegam até mim e pedem para olhar as marcas mais de perto.

Eu deixo, como ele disse... Eu sou a atração da noite. É normal depois de uma apresentação as pessoas quererem conversar sobre as sensações que sentiram.

Meu mestre se afasta de mim para ir falar com os meninos.

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