Doce Pecado romance Capítulo 9

Paulo Niko Sankyo

Iolanda abre a porta do escritório do Arthur para eu entrar.

-Obrigado Iolanda!

-Bom dia Paulo, anda sumido…

-Pois é... Estava te evitando.

Ele enruga a testa e me olha…

-Porque?

-Precisamos conversar Arthur.

-Vamos ter uma reunião daqui a dez minutos, não dá pra esperar pra depois que terminar.

-Não, o que tenho pra falar é rápido e depois Bernardo vai está conosco. É algo que tenho que te falar a sós.

-OK! Pelo jeito é sério…

Me sento em sua frente e suspiro.

- Eu estou com uma nova submissa. E ela já foi sua submissa um tempo atrás. Eu queria ter conversado com você antes de firmar contrato com ela, porque eu devo lealdade a você, mas…

-Ei... Pare... Como disse, ela já foi minha submissa... "Foi" no passado, não é mais. Você não me deve nada. Nosso mundo é pequeno, normal acontecem essas coincidências.

-Oi doutores…

Bernardo põe a cara na porta!

Merda!

Eu pedi para ser anunciado, ele chega e já vai entrar. É muito folgado! Pqp!

-Que foi? Interrompo algo?

-Como sempre né Bernardo?

Falo para ele.

-Desculpe, achei que vocês já estavam saindo para uma reunião.

-Paulo estava me contando de sua nova submissa.

-Contou da Sabrina? Até que enfim…

Miserável!

Arthur abre a boca e fecha, mas não fala nada…

Eu olho feio para ele…

-Merda! Você não tinha contado ainda né... Bom, eu acho que eu vou esperar vocês na sala da reunião... Acho que é melhor…

-Já estamos indo Bernardo. Está na hora. -Ele recolheu os documentos que estão em cima da mesa.- Paulo, depois retornamos ao assunto, ok?

Confirme com a cabeça.

Se eu não gostasse tanto da minha tia, cabia muito bem eu xingar ele de Filho da puta neste momento.

Nunca vi uma pessoa tão intrometida e fofoqueira na vida!

Ele olha pra mim e mexe com a boca, pedindo desculpas. Eu reviro os olhos.

Intrometido de caralho!

Enfim, agora Arthur sabe…

**************

-Então você não vem?

Arthur me pergunta, me observando. A reunião dos acionistas acabou há alguns minutos, e nós três estamos sentados na sala dele conversando sobre o compartilhamento que rolará hoje com Bernardo e Duda. Ele queria que eu fosse... Mas é praticamente impossível.

- Eu preciso de um tempo com Sabrina sozinha.

- Porque você não me disse que ia aceitar Sabrina como submissa?

-Sei lá... Fiquei com o recebimento...queria ver primeiro se ia dar certo...

- Mais você já jogou com ela numa de nossas festas. O que poderia dar errado?

-É diferente Arthur. Jogar com a submissa do seu amigo num compartilhamento, é muito diferente do que quando são só os dois... Ali você tem que ter em mente que tudo que para fazer, tem que ter a permissão dele. Tem que tomar cuidado para não desrespeitá-lo. Na boa, esses encontros só funcionam para mim para a didática, porque em forma de prazer, aliviam mais não é a mesma coisa...

-Isso ele tem razão. -diz Bernardo para ele.

-Eu sei... Mas mesmo assim eu não consigo entender esse mistério. Se pensei que eu ia me sentir desrespeitado porque estava saindo com uma antiga submissa minha, nada a ver... Pra te dizer a verdade ela combina mais com você, do que comigo...

-Você acha?

Não é a primeira pessoa que me diz isso. E eu tenho certeza do que virá a seguir…

-Pior que sim... Sabrina é molenga pra dor... E você gosta de provocar pouca dor, então é bem capaz de se darem bem…

Eu disse que sabia, não disse?

Ele e Bernardo vivem jogando isso na minha cara. Merda! Será que eu não posso ser diferente deles?

Faço cara feia e digo:

-Está dizendo que eu sou um dominador que não gosto de provocar dor?

-Você gosta?

Claro que sim... Não sou um louco igual a eles. Mas gosto de ver minha submissa gemendo de dor, também gosto de ver ela gemendo de tesão. Tem algum problema nisso?

E ele sempre faz isso, sabe? De ficar respondendo nossas perguntas com outra pergunta. Para que cause uma reflexão em nossa mente. É cansativo isso... Muito cansativo…

-Eu odeio quando você faz isso... Responda minhas perguntas com outra pergunta …

-Eu também odeio... Parece o mestre dos magos! -diz Bernardo sério.

Até sério, ele solta as pérolas dele. Arthur solta uma gargalhada!

Às vezes ele se acha o dono do mundo, só às vezes…

-Paulo você é um dominador... Isso eu não tenho dúvidas, talvez não seja sadomasoquista. E é isso que você deve trabalhar na sua cabeça... Achar submissas que não sejam masoquistas, podem te ajudar a encontrar uma pessoa certa!

Eu discordo... Porque também posso ser sadomasoquista.

-Cada um tem um grau de sadomasoquismo. Uns mais que outros... - falo olhando para ele.

-O seu deve ser... Tipo... 10 %?

-Bernardo, cala a boca! -Arthur fala para ele.

-O que?

- O seu é quanto, 90? -falo para ele suspendendo uma sobrancelha.

- O grau dele com certeza é 90. Coitada daquela menina, às vezes acho que ela vai quebrar no meio... -Arthur diz rindo.

Também não entendo como aquele doce de menina, que parece um anjo, aguenta esse babaca.

Bernardo é o mais ogro de nós. Não se liga muito em carinho e cuidado! Ele é de lua, tem dia que ele está uma pilha de nervos, tem dia que é o palhaço em pessoa. Tem dia que ele está tranquilo. Costuma descontar todas as suas frustrações no sexo. Ele costuma dizer que nenhum mau humor, sobreviveu a uma boa trepada. Dentre nós três, ele é o mais possessivo, controlador, dominador. Tem coisas que ele faz, que eu não tenho coragem nenhuma de fazer... Então... Para bom entendido meia palavra basta!

Eita... Mas ele só está com a menina há uma semana. As coisas estão indo rápido! O teste do orgasmo serve para que possamos conhecer e treinar o corpo de nossas meninas. Mas nunca fazemos logo na primeira semana. Principalmente ela que até alguns dias era virgem.

-Own... Deve ter sido tenso... Passou no teste?

-Com louvor, meu caro... Com louvor...

Porra! Então a cumplicidade é enorme.

-Você está mesmo balançado né? Ficamos te zoando, mas dá pra ver em seus olhos que agora está feliz!

-É bom ter uma submissa só pra mim, à minha disposição, talvez por isso o olho esteja brilhando. Fazia tempo que estava sozinho.

Me engana que eu gosto do Arthur…

-Não, é diferente...

-Para de ser romântico Paulo...

-Não é romance Arthur, é estar satisfeito e encontrar alguém que queira o mesmo que você... E eu acho que encontrei...

Não conhecer a menina direito, mas acho que eles combinam demais. E pode dar muito certo daqui pra frente, desde que, ele deixe o orgulho de lado.

-Também acho que você vai dar certo com Sabrina.

Ahhhhhhhhh... Bem que eu queria que fosse verdade. Estaria realizando um sonho. Mas eu e Sabrina temos outra história. Ela ainda não me convenceu que embarcou nessa por mim ou pelo Arthur.

-Talvez, mas é difícil competir com você…

Eu sou sincero. Ele olhou para mim, confuso!

-Não entendi...

-Madame me disse que ela curtiu uma paixão por você, no primeiro dia que foi a minha casa só falei de você, então...

Ele arregala os olhos para mim e nega com a cabeça. Eu sei que da parte dele não há nada. Mas não consigo, não me sinto inseguro em relação a ela.

-Você acha que ela ainda é apaixonada?

-Não sei... Mas entendi agora porque eu preciso de um tempo?

-Duda é amiga dela, elas se conhecem do internato, acha que se ela ainda fosse apaixonada, a Duda teria aceitado minha proposta.

Não sei... Eu realmente não sei...

-Não sei, neste mundo em que viver tudo é previsível.

-Paulo é só ilusão da cabeça dela. Ela era apaixonada pelo meu cuidado, eu a fazia se sentir especial. Faça o mesmo... Você tem talento pra isso... E daqui uns dias ela nem vai lembrar que eu existo.

Ela também me disse isso, meu caro. Por isso que vou observar ela daqui em diante.

-É o que espero, porque senão vai ser mais uma que vai embora. Eu tô cansado dessa troca troca...

Fui sincero mais uma vez. Arthur é como um irmão pra mim... Não tenho medo de parecer inseguro na frente dele, nem de Bernardo.

-Pra te dizer a verdade, eu também estava. Acho que a idade vai chegando e só vamos querer as coisas confortáveis. Começo a entender nossos pais...

Eu sorrio... Para ele, admito isso é um grande passo…

-Eu também...

Me levanto da cadeira e digo:

-Tenho que ir almoçar, pois daqui um pouco tenho paciência.Obrigada pela conversa, meu irmão.

-Boa sorte com Sabrina! -Ele diz rindo.

-Boa sorte com Duda!