Grávida de um mafioso romance Capítulo 123

- Bom dia! - digo para Matteo que me olhava desconfiado por me ver de pé tão cedo.

- Tudo bem com você? - ele me averigua de cima para baixo, notando que eu não estava vestindo o meu pijama habitual e sim minhas roupas normais.

Ou melhor, as roupas que ainda cabiam em mim.

Passei um bom tempo tentando encontrar alguma roupa que coubesse no meu corpo, eu deveria ter seguido o conselho da Mari e ter comprado roupas de grávidas naquele tempo. Mas não adiantava chorar pelo leite derramado, ou pelas roupas de grávidas não compradas.

- Tudo ótimo, hoje combinei de sair com a Giulia - fazia muito tempo em que a gente saiu juntas para passear e falar sobre besteiras.

No tempo em que me enclausurei dentro do quarto, ela estava muito ocupada com um novo trabalho dela e só tinha tempo para as sessões de fotos da minha barriga.

E digamos que naqueles dias eu não me sentia muito confortável com Luigi por perto e acabava nem conversando muito com a minha...acho que ex-cunhada agora.

Naquele tempo as únicas visitas que eu recebia eram do loiro do banheiro, do doutor William e da holga quando eu pedia para ela cozinhar alguma comida que eu estava desejando comer.

Desço a escada e Matteo me repreende pela maneira como eu saio correndo, eu estava grávida e não doente. Porém entendo a sua preocupação, hoje a minha gravidez completava dezessete semanas, cinco meses de gravidez e eu estava me sentindo animada como nunca antes.

Cheguei a uma conclusão ontem á noite enquanto chorava assistindo Greys anatomy que eu não poderia passar o resto da minha vida sofrendo por um homem. Eu sou jovem, linda, não tão saudável e nem tão rica mas pelo menos eu tenho meu bebê e isso já me basta.

Eu poderia sobreviver sem Luigi, afinal de contas eu já vivia antes mesmo de tê-lo conhecido. E também ele havia me chifrado com outra então não tinha muito o que fazer com a nossa relação.

Se algum dia ela já existiu...

A verdade é que depois que passou algumas semanas desde daquele dia que Luigi trouxe sua amante até essa casa, não sei ao certo o que aconteceu comigo, estou cansada de me esgotar todas as vezes com o mesmo assunto então decidir não me esgotar mais com isso. Decidi viver minha vida com ou sem Luigi.

Acho que essa decisão se deu ao mês de gestação, dizem que o quinto mês de gravidez é o melhor de se viver, tirando os pés e mãos inchando eu estava realmente me sentindo bem.

Vou em direção á sala de jantar e encontro com Giulia e Luigi tomando café na mesa. Ambos me olham chocados ao me verem de pé e sorrindo.

***

- Como vão as coisas com a Carol? Vocês já conversaram? - minha irmã se senta na cadeira mais próxima da mesa e balanço a cabeça negando a sua pergunta.

Carolina não queria nem me ver banhado á ouro, descobri isso quando ela começou a se esconder de mim. Toda vez que eu chegava em casa ela corria para se trancar no quarto.

As vezes parecia uma criança birrenta.

Depois de um tempo até eu mesmo me culpava por toda aquela merda que aconteceu na festa. Ela não deveria ter visto aquele beijo e principalmente aquele beijo não deveria ter acontecido.

Quando a Karina me falou do seu relacionamento conturbado eu queria de algum jeito ajudar, ela tinha sido tão gentil comigo ajudando na festa que eu me senti na obrigação de ajudá-la, porém não sabia que ela iria me beijar e tão pouco causar aquela confusão toda com a Carolina.

- Giulia, posso te pedir uma coisa? - ela acena com a cabeça e continuo - estou muito preocupado com bebê e a Carolina se recusa a fazer o ultrassom e estou ficando maluco com isso tudo - minha irmã sabia o estado em que eu estava com o trabalho e a Carolina.

Tudo estava vindo com força para os meus ombros, toda a responsabilidade de assumir o lugar do seu pai, de provar a todos que sou digno de assumir tudo e levar o legado para frente. A responsabilidade do meu casamento com Carolina que até agora não tínhamos conversado sobre nada da festa, que eu na verdade nem sabia mais se aconteceria.

Com tudo o que acabou ocorrendo na festa, não tinha mais nenhuma certeza nessa vida. Sempre fui um homem concentrado, focado no meu objetivo porém depois de Carolina, tudo em mim tinha mudado, eu tinha mudado.

Ela me mudou.

- Eu sei, confio em você mesmo não me contando tudo o que aconteceu na festa que levou Carolina á não querer te ver - ela segura uma das minhas mãos e sorri - eu vou tentar falar com ela já que hoje vamos sair.

- sair? - repito e ela quase sorri da minha expressão. Carolina tinha se enfiado naquele quarto e de uma hora para outra queria sair?

Um barulho de risada ecoa da sala, eu conhecia muito bem aquele som porém não queria acreditar que ainda teria o privilégio de ouvir aquele som mais uma vez.

Quando ela apareceu toda sorridente, vestindo aquele vestido vermelho solto com a barriga bastante crescida, era quase que uma imagem dos meus sonhos. Ela estava brilhante, radiante como o próprio sol.

Vê-la tão bem e energisada quando entrou apressada na sala de jantar me faz ter vergonha pelo trapo em que eu estava me sentindo. Praticamente um farrapo humano perto do seu brilho ofuscante. Dizem que as grávidas no quinto mês de gestação ficava muito mais radiante, era a melhor fase da gravidez para se viver.

E ela sem dúvidas estava linda. Carolina quando nos vê sentados á mesa logo se aproxima dando um abraço em Giulia e pela primeira vez em meses não me ignorou ao me dar bom dia. Ela estava diferente e isso me deixou esperançoso de uma possível reconciliação.