Grávida de um mafioso romance Capítulo 122

- Luigi? Pensei que a Holga tivesse tirado o lixo de casa - digo descendo as escadas e olhando para a cenoura de feira - pelo visto, me enganei.

- Carolina, eu... - meu italiano gato abre a boca para dizer mais mentiras porém não deixo. Estou farta de mentiras.

- Se não for para me dar uma explicação do porquê você trouxe a sua amante até aqui, não abra nem a boca - me aproximo e paro na frente dos dois sem-vergonha - até que vocês combinam, fazem um casal bonitinho - debocho.

- Carolina, isso tudo é um grande mal entendido, eu não fui e não sou amante do Luigi - ela começa dizendo e tenho vontade de voar em cima dessa cenoura de feira.

- Não estou pedindo explicações á você, não me interessa nem um pouco saber sobre sua relação com Luigi - me viro para o mesmo e continuo - a pessoa que me devia explicações era outra, mas pelo que eu tenho visto até agora, a pessoa nunca foi sincera comigo.

- Carolina, eu tentei falar com você para explicar as coisa mas você não quis me ouvir, saiu da festa e se trancou naquele maldito quarto durante dias! - ele diz exaltando um pouco a voz.

Quase acredito na sua irritação, porém não posso baixar minha guarda. Matteo estava certo, tenho que mostrar o meu lugar nessa casa mas isso não significa que vou continuar com Luigi.

A insistência dele em dizer que nada tinha acontecido entre ele e a cenoura de feira quando eu mesma tinha os flagrado, já estava me deixando bastante furiosa. Tanto que estou repensando seriamente se vale a pena lutar pela nossa relação.

- Eu que pedi para o Sr.Benacci me trazer até aqui para esclarecer tudo o que aconteceu na festa, nunca foi minha intenção causar algum conflito entre vocês - o seu disfarce de sonsa me deixa nos nervos.

Então quer dizer que nunca foi a sua intenção beijar o meu noivo?

- A não? Então qual era a sua intenção? - dou palco para que ela faça o seu show de mentiras junto com Luigi.

- Naquela noite eu tinha brigado com a pessoa que eu estou namorando e para fazer ciúmes á ela - reviro os olhos para a típica desculpa de fazer ciúmes á alguém - eu sei que foi infantil da minha parte e que também causei muitos problemas para o Sr.Benacci, que na verdade apenas entrou no meu jogo para me ajudar. Então foi por isso que pedi para ele me trazer aqui para eu dizer a verdade na sua frente. Eu não sou amante do seu noivo - ela conclui.

- História muito boa porém uma desculpa muito clichê. Acha mesmo que acreditei em uma palavra sua? - gargalho da fútil tentativa deles me enrolarem - mas também não me interessa mais saber do que aconteceu naquela noite, o que aconteceu, aconteceu e não posso mudar nada.

- Carolina, você precisa acreditar em mim, você acha mesmo que eu seria capaz de te trair? - olho para a cara cínica de Luigi e me lembro da marca de batom que encontrei na sua camisa outro dia, tudo indicava que ele estava me traindo e não era de hoje.

Mas o que eu mais odiava, não era o chifre apesar de me incomodar bastante ou às mentiras que ele me contava na esperança de eu acreditar. O que eu mais odiava era que de fato de que eu acreditava em tudo, bem no fundo eu tinha algo que me dizia para confiar nele. Algo forte que sempre me fazia ceder para esse italiano na minha frente.

Algo tão sobrenatural, que me fazia ter medo da confiança em que eu depositava nele. Luigi poderia vendar os meus olhos e me mandar andar cegamente por um desfiladeiro que eu com toda a confiança que sinto nele eu o faria. Andaria cegamente e quem sabe até cairia no caminho.

- Você acha mesmo que depois de tudo o que passamos eu iria te trocar por outra mulher? - ele me pergunta e não sei como responder, estou confusa e preciso de espaço para pensar.

- Se você iria ou não me trocar por outra mulher, não me interessa mais saber, a única coisa que peço é que se vai continuar me usando como noiva de fachada, pelo menos tenha a inteligência de não trazer mais a sua amante á essa casa, algum jornalista poderia ver e publicar na capa de qualquer revista de fofoca sobre a sua fachada ou sua pulada de cerca. Então só peço que tenha cuidado ao usar minha imagem, não quero ser taxada como corna em todo o país.

Não quero dar motivos para a comemoração da megera e nem das loiras aguada e azeda.

Aconteceu tudo como a megera da Cassandra tinha previsto, Luigi não era homem de apenas uma mulher como eu imaginava.

- Mas você deveria tentar, até mesmo com a Mari. Nunca devemos desistir do amor, por mais que seja doloroso algumas vezes, no final sempre vai compensar. E espero de verdade que você seja feliz algum dia - levanto minha cabeça e me estico para lhe dar um beijo na bochecha.

O loiro do banheiro me ajudou muito nos dias em que estive brigada com Luigi, ele tinha se tornado um ótimo conselheiro amoroso sempre me dizendo para conversar com Luigi e quase sempre levantando meu ânimo.

No mesmo instante Matteo vira o rosto e eu acabo dando um selinho nele, o mesmo arregala os olhos enquanto eu me recolho para o meu lugar.

- Desculpa, eu não queria ter...eu pensei que você...- ele se atrapalha com as palavras e não seguro a risada que me escapa.

Uma risada que durante meses nunca mais tinha emitido, uma risada alegre por uma bobagem, uma risada que deixava até mesmo o clima mais pesado leve como uma pluma.

- Não precisa pedir desculpas, você mereceu - lhe dou um sorriso simpático e ele me corresponde da mesma forma.

- Eu sabia que a Carolina ainda existia por debaixo desses farrapos - ele diz me fazendo jogar um travesseiro nele.

- A quem você chamou de farrapo? - ele aponta para o meu pijama de estampa da coração e eu continuo jogando os travesseiros da cama nele - fique você sabendo que esse farrapo como você chama, foi muito caro!

Ele consegue escapar da minha mira e sair do quarto, sua risada ainda dava para se ouvir do corredor. Volto ao meu sorvete, porém antes de começar a devorá-lo toco em meus lábios me lembrando do selinho inesperado que dei no loiro do banheiro e em como foi engraçada a reação dele depois.

Isso é loucura, Carolina! Uma loucura!