Grávida de um mafioso romance Capítulo 140

Nunca vi em toda a minha vida uma pessoa ser tão teimosa como a Carolina. Era impossível lidar com ela, sinceramente, não sei como Luigi consegue.

Passo as mãos pelo rosto procurando por paciência, ela estava grávida, era compreensível o humor do cão.

Mas mesmo assim...que mulher difícil!

Pego meu celular no bolso do terno e mando uma mensagem para alguns seguranças cobrirem o perímetro em que ela estava, dentro e fora do restaurante. Não é bom deixá-la tão desprotegida, não confio naquele sujeitinho que se diz amigo dela.

Não sei explicar, mas meu sexto sentido me diz para não confiar nele e manter Carolina distante dele. Uma parte pode ser por causa do pequeno incômodo, que me recuso aceitar que seja ciúmes, por ela se sentir tão á vontade com aquele cara que não via á anos.

Pessoas mudam conforme a vida vai passando, quem me garantiria que o tal Marco tem não mudou?

Acho muito suspeito que depois de tanto tempo ele magicamente apareça depois que Carolina engravidou de Luigi e oficializaram para a mídia um compromisso. Mas eu ainda, ainda, não tinha provas para desmascará-lo porém eu as conseguiria e afastaria Carolina dele.

Esse é o seu trabalho, Matteo, você não está fazendo mais do que a sua obrigação!

Meu celular começa a vibrar anunciando que alguém estava me ligando. Vejo na tela o nome de um grande amigo que me devia favores do passado. Ele sim, terias as provas que ajudariam á desmascarar aquele idiota interesseiro.

Ligação on:

- Conseguiu o que eu te pedi? - sou direto, não queria perder tempo com conversas afiadas, Carolina poderia está em perigo jantando com o tal Marco achando que ele é seu amigo quando na verdade ele poderia fazer parte de um plano contra ela.

Não sei ao certo quantas pessoas estão inclusas nesses atentados, não quis dizer na frente de Carolina mas tenho quase certeza que existe gente perigosa por trás de tudo e seriam muitas pessoas. Duas suspeitas que não descarto nem ferrando da lista são as irmãs Ferraza.

Aquelas sim tem culpa no cartório!

- Nossa que frieza! Nem parece que estudamos juntos na escola desde pequenos. Como vai Matteozinho? Eliminando muitas pessoas? - ele gargalha do outro lado da linha e sua risada me traz certas lembranças do passado que gostaria de esquecer - tenho certeza que não sem o seu parceiro, aqui!

- Não liguei para relembrar memórias do nosso passado e muito menos para lembrar da nossa parceria, que aliás foi um erro! - naquela época da minha vida eu não ligava para nada, não ligava de sujar minhas mãos com sangue de pessoas que poderiam ser inocentes ou não - agora, me diga que conseguiu o que eu pedi.

- Que isso, amigo, assim você me ofende! É claro que consegui o que você me pediu, vou mandar agora mesmo para o seu celular - eu tinha que dar o braço á torcer, mesmo o canalha do Will sendo um filho da mãe escroto, ele ainda era o melhor hacker que conhecia e o único confiável - mas me responde uma coisa, esse tal Marco pegou sua mulher foi? Porque o maluco tem um histórico de morenas que me dá arrepios!

Desligo a ligação quando um arquivo é enviado para o meu celular, finalmente consegui provas contra aquele tal Marco. Porém quando clico no arquivo descubro que está bloqueado. Meu celular começa a vibrar e atendo para xingar aquele filho da mãe por colocar uma senha no arquivo que me mandou.

- Rá, pegadinha do Will! Você caiu na pegadinha do Will, Matteozinho! - ele começa a rir mas engasga com a fumaça do seu baseado do outro lado da linha - cara, eu sabia que você desligaria na minha cara, ainda bem que não sou uma pessoa de levar para o lado pessoal.

- Qual a senha? - pergunto sem muita paciência para suas piadinhas de mau gosto. Ele tem sorte de estar á milhas de distância de mim, porque senão eu arrancaria dele a senha por bem ou por mal.

- Não tão rápido, amigo. Acho que com esse favor estamos quites, não é mesmo? - seu tom muda completamente e suspiro antes de concordar. Esse era o único favor que me ligava á ele e eu o gastaria com Carolina, então seria bom se tivesse algo de útil que a afastasse daquele cara - só não vale ficar triste, odeio despedidas. Quem sabe a gente não se encontra depois para tomar uma cerveja ou um baseado...bom, isso não é um adeus. Ah, e antes que eu me esqueça a senha é: Matteozinho.

- Adeus, Will! Espero de verdade que você se ferre algum dia, amigo - a sua risada de fumante é a última coisa que ouço antes de desligar a chamar e cortar qualquer laço que me ligava ainda á ele.

Ligação off.

Abro o arquivo novamente, colocando a senha dessa vez e o arquivo se abre, rolo para baixo vendo várias pastas nomeadas da vida pessoal do Marco Campos.

Muitas coisas sobre seu passado, principalmente com a Carolina, planos de viagens, algumas pastas sobre a empresa da família, desvios para sua conta bancária no exterior. Era como eu esperava de um sujeitinho interesseiro como ele.

- Que eu fosse tão direta? - ela completa minha frase e eu concordo - eu não sou a Carolina, Matteo, não me confunda com ela. Não sou tão egoísta e nem tão pouco perturbada e louca com ela é - ela diz rindo me fazendo rir também.

- Eu sei que você não é a Carolina, você é a Mariana, a amiga sensata de uma protagonista maluca numa fanfic sobre mafiosos - digo assumindo o tom que Carolina sempre usava quando estávamos conversando. Acho que assim como Luigi, peguei a mania de comparar as coisas como uma história fictícia que Carolina costuma ser obcecada.

- Nossa, você está passando tanto tempo com a Carolina que está até falando como ela - identifico um pouco de julgamento e até mesmo uma pontinha de ciúmes - e sim, eu sou a amiga sensata da protagonista maluca, assim como você é o loiro que aparece quando o casal principal está brigado e se envolve com a protagonista mesmo sabendo quem ela vai escolher no final. Tenha uma boa noite, Matteo. Espero, de verdade que isso não seja uma dessas fanfics da Carolina.

Ligação off.

Ela não espera por uma resposta antes de me desejar uma boa noite e desligar a ligação.

Essa sem dúvidas, tinha sido a conversa mais tranquila que tive com uma mulher cujo transei e me arrependi depois. Mariana era diferente, não merece ser comparada com as outras com quem tive noites alocadas.

Mari era uma mulher que valia á pena.

- Me solta, Luigi! Eu sei andar sozinha, caramba! - a voz aguda de Carolina aparece na porta do restaurante. Me viro para encontrar Luigi saindo do estabelecimento segurando Carolina nos braços.

Quando foi que ele entrou no restaurante?

- Luigi? O que está fazendo aqui? - pergunto me aproximando, não era possível que ele tenha aproveitado o momento em que eu estava distraído para entrar no restaurante e fazer um escândalo. Isso não seria nada bom para a imagem dele.

- Depois converso com você - ele me lança um olhar raivoso ao enfiar Carolina dentro do seu carro e ir embora me deixando sozinho com o outro carro.