Grávida de um mafioso romance Capítulo 16

Não sei como, mas agora estou dentro do carro de Luigi, olho para ele enquanto ele dirige concentrado, eu tenho a impressão de ter lapsos de memória de Luigi me carregando para dentro do carro.

Ainda devo estar bêbada porque estou enxergando as coisas um pouco embaçadas. Olho novamente para o meu italiano gato e ele parece irreal para mim, como uma miragem no deserto.

De repente me b**e uma dúvida, o que esse homem gatíssimo está fazendo aqui comigo, eu sou bonita mas não ao ponto de segurar um homem como Luigi. O meu senso e a minha autoconfiança não me deixam acreditar nisso.

Bateu a insegurança, check!

Bom, ele não é nenhum assassino, porque se fosse eu já estaria morta há muito tempo. A única coisa que sei ao seu respeito era que ele é rico, mas eu ainda não sei o motivo pelo qual ele estava vestido de garçom naquele casamento.

Talvez ele fosse um informante como pensei desde a primeira vez, ou pior, Luigi poderia ser um desses caras que sequestram pessoas para roubar seus órgãos e vender no mercado negro, isso explicaria ele ser rico.

E já que tinha sua próxima vítima, no caso eu, acho que ele não se importaria de gastar algumas merrecas já que vai ganhar milhões com meus órgãos.

Olho atentamente para Luigi, consigo imaginar ele seduzindo suas vítimas com seu charme irresistível, as enganando para no final roubar seus corações. Literalmente.

Consigo até visualizar Luigi vestindo um terno preto com luvas de couro nas mãos, o avental azul manchado de sangue por cima do belo terno, impedindo que manche seu traje de trabalho. Ele tira o coração do corpo da vítima e o coloca em segurança dentro de uma caixa, uma caixa específica para esse tipo de trabalho, por fim ele fecha cuidadosamente a caixa e parece perceber alguma coisa, ele levanta a sua cabeça e seus olhos me encontram o observando, ele sorri, não com aquele mesmo sorriso que me faz derreter por completa, mas sim um sorriso macabro que me induzia à acreditar que eu seria a próxima. Tremo só de imaginar que isso possa acontecer comigo.

Balanço minha cabeça, na tentativa de tirar aquelas imagens da minha cabeça. O meu italiano gato com certeza não faria uma coisa dessas comigo. Mas como eu poderia confiar tanto nele, eu nem o conheço de verdade, não sei nada sobre ele a não ser o seu nome. Que aliás estou começando a duvidar.

Mas e se as minhas paranoias estivessem certas, e Luigi fosse um tipo de coletor como no filme Repo Man? O que eu faria? O que seria de mim?

Calma, Carolina, nessas horas você precisa manter a calma para não fazer merda, a primeira coisa sensata a se fazer é não fugir sem um plano, a segunda é bolar um plano. Não sei se ele possuía minha ficha clínica mas eu poderia fazer com que ele desistisse da idéia de roubar meus órgãos, e eu faria isso, o convenceria que não sou uma boa vítima para o seu golpe.

_sabia que eu já fumei?_ Luigi vira o rosto na minha direção me observando e percebo que falei isso do nada, desde que entramos no carro não me lembro de termos dito sequer uma palavra.

Seja mais discreta, Carolina!

_verdade? Você não tem cara de quem fuma_ será que ele percebeu que estou mentindo?

Vai Carolina, dá uma resposta rápida e não fica encarando ele!

_s-sério? Ha ha, obrigada. Esse é um belo elogio para quem tem o pulmão comprometido_ Luigi vira novamente para mim parecendo preocupado mas antes que ele fale alguma coisa tento o convencer de que não sou a pessoa certa para ele roubar os órgãos.

_sabe, esse corpo aqui?_aponto para o meu corpo_ não vale de nada, repleto de problemas. Sangue fraco, diabete, não que eu tenha diabete mas com o histórico familiar não seria nenhuma surpresa se eu tivesse, os meus rins ainda nem sei se estão funcionando tão bem assim..._Luigi mantém os olhos no na estrada mas de vez enquando me dá umas olhadas, será que ele está reconsiderando eu ser uma possível vítima? Que bom, isso significa que meu plano está dando certo, tenho que continuar.

_e o meu fígado já deve está estragado por conta da bebida..._Luigi me interrompe.

_sério? Não consigo imaginar você bebendo todas em um bar, pelo que eu vi, você não parece ser uma pessoa que tem costume com a bebida_seja mais convincente, Carolina!

_eu aparento isso? Ha ha ha, você não me reconheceria antes, confesso que hoje em dia parei mais com as bebidas, porém antigamente eu só saía dos bares carregada nos braços de alguém. Você precisava ver, eu ficava caída nas calçadas e...eu fazia um estrago feio nos bares em que eu frequentava, até alguns donos proibirem a minha entrada_ meu italiano gato agora está rindo e não sei se ele está acreditando na minha mentira.

Tomara que ele acredite, não estou afim de morrer hoje e nem de ter os órgãos roubados.

_isso é inimaginável, Carolina, eu não consigo acreditar que você daria um prejuízo tão grande à um bar. Você mal consegue andar reto depois de tres taças _ele gargalha e não consigo me conter, me junto a ele sorrindo da minha grande mentira.

Tento me recuperar o mais rápido possível para completar meu plano, estava dando certo, eu podia sentir que Luigi estava mudando de ideia em relação à roubar meus órgãos.

_e o meu fígado já deve está estragado, de tantas porcarias e comidas gordurosas que como, minha mãe até se pergunta como ainda estou viva por conta das porcarias que eu ingiro_essa não é totalmente mentira, eu tinha alimentação bem desregrada e minha mãe reclamava por causa disso.

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