Resumo de Capítulo 11 – Jogo de Intrigas por Rebecca Santiago
Em Capítulo 11, um capítulo marcante do aclamado romance de Erótico Jogo de Intrigas, escrito por Rebecca Santiago, os leitores são levados mais fundo em uma trama repleta de emoção, conflito e transformação. Este capítulo apresenta desenvolvimentos essenciais e reviravoltas que o tornam leitura obrigatória. Seja você um novo leitor ou um fã fiel, esta parte oferece momentos inesquecíveis que definem a essência de Jogo de Intrigas.
Não escolho o quarto de hóspedes mais luxuoso, mas sim, o mais próximo de Joaquim.
Fica bem ao lado do seu, o que me permite total acesso ao meu filho. Quando e quantas vezes eu quiser, até mesmo durante a noite.
Depois de dar outro beijo em Quim, vou dormir carregada de expectativas para o dia seguinte. Theodoro prometeu que me apresentaria Heitor logo pela manhã. Apesar de sofrer com a ideia de ter que ser apresentada ao meu próprio filho, por culpa do maldito bandido que é o seu pai, estou tremendo de ansiedade.
Por isso é difícil dormir. Tomo um banho quente, que deveria me relaxar, mas passo boa parte da madrugada, rolando de um lado para o outro na cama. É estranho estar de novo nessa casa e, dessa vez, em uma posição tão peculiar. Sou a mãe dos filhos de Theodoro, mas não, necessariamente, a sua esposa. Bom, talvez eu seja isso no papel, de onde nunca nos divorciamos. Mas certamente já não o sou na prática.
Minha mente divaga. Penso em quantas outras mulheres passaram por essa casa na minha ausência e uma sensação estranha toma conta de mim. Será que elas usaram a nossa cama? Dormiram nos mesmos lençóis que eu dormia?
Respiro fundo e me viro de lado, obrigando os meus olhos a fecharem.
Quando pego no sono já está quase amanhecendo. Antes de sair do quarto, me sinto como uma adolescente boba. Não consigo decidir o que vestir. Nem consigo tirar da cabeça que a roupa certa irá fazer Heitor me amar à primeira vista.
Como não quero perder a oportunidade de estar logo com ele, nem de dizer o quanto morri de saudades, acabo escolhendo um jeans e uma blusa branca e delicada de algodão. Penteio os cabelos soltos partidos de lado e passo uma maquiagem leve, que esconda a noite tenebrosa que tive.
Desço a escada com um frio na barriga.
O casarão durante o dia é quase tão austero quanto a noite. A movimentação é discreta. Os empregados se movem de um lado para o outro, sem chamar muita atenção para si. Os que não estavam presentes na madrugada recebem minha chegada dentro da normalidade. Todos muito bem treinados, claro.
Para o meu espanto, não localizo ninguém da época em que fui senhora dessa casa. Como eram ótimos criados, deduzo que Theo quis apagar todos os vestígios daquele tempo.
Não tenho ideia de como me sinto em relação a isso, então continuo andando até chegar à sala, onde o café da manhã já foi servido. A mesa de doze cadeiras e tampo de vidro, fica bem diante de portas duplas, também de vidro, tão grandes que ocupam uma parede inteira.
Através delas, posso ver a enorme piscina convidativa e um jardim perfeitamente cuidado. Contemplo o cenário, as mãos pousadas sobre o encosto da cadeira, impaciente demais para me sentar.
Escuto passos e me viro na direção deles. Theo vem chegando através do imenso corredor que liga os fundos da casa à sala. Ele carrega pela mão um garoto de cabelos castanhos, um pouco compridos caindo sobre o rosto. Os olhos verdes opacos se dividem entre o chão e as paredes. Está usando um uniforme azul marinho e gravata vermelha, com sapatos engraxados.
O meu coração bate tão forte que eu tenho medo de que saia voando.
— Heitor, essa é sua mãe — Theodoro anuncia, friamente.
Seu telefone toca, de maneira providencial — para ele, claro — e ele solta a mão do menino, empurrando as portas em direção ao jardim, sem olhar na minha direção uma única vez.
Eu fico, mortificada, com a sua dureza e falta de sensibilidade. Não esperava qualquer consideração em relação a mim, mas ao nosso filho? O que Heitor tem a ver com os nossos problemas?
Em seis anos, Theo acabou se tornando o monstro repugnante que esperavam dele.
Com uma das mãos no bolso, ele conversa ao celular, as costas largas empertigadas a beira da piscina.
Desvio a atenção e me viro para Heitor, parado a minha frente.
O menino ergue os olhos para mim, mordendo as bochechas por dentro.
— Foi o seu pai quem disse isso?
Ele dá de ombros de novo.
— Que importância isso tem? — e enfia outra colherada na boca.
Eu suspiro. Não vai ser nada fácil.
Volto a olhar pela porta, só para descobrir que Theo não está mais perto da piscina. O cappo desapareceu.
Nós três costumávamos fazer todas as refeições juntos, mas agora, eu imagino que a sua rotina exija um novo planejamento.
“Ótimo”, reviro os olhos.
Se eu precisasse tomar café junto com ele, acabaria vomitando no prato.
— Está certo – digo, paciente. — Quando terminar, poderemos falar. E aí você vai poder me perguntar tudo o que quiser.
Heitor não responde e continua comendo. Eu tento acompanhar, mas tem um nó na minha garganta, que permanece travada. Tenho ódio de Theodoro por sujeitar nós dois a isso. Essa conversa desajeitada no café da manhã.
Perdi seis anos da vida do meu filho e agora não sei como irei recuperá-los.
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