Jogo de Intrigas romance Capítulo 19

— Vitória Tremesso! — Armando abre um sorriso largo e espontâneo. — É um prazer rever você, minha cara.

Sentado em um sofá vermelho circular ao redor de uma das mesas de madeira que compõem o mezanino, estão Armando, Theodoro e um homem que eu não conheço, pouco mais jovem do que ele.

Estão todos elegantes, muito bem vestidos. Assim como os outros, Theo dispensou o uso da gravata. Ele está vestindo camisa branca social e terno azul marinho. Há um copo de uísque pela metade em sua mão. Depois que ele sinalizou para mim no mezanino, soube que a minha presença era requisitada. O me deixou curiosa. O que será que ele deseja de mim?

Quando os nossos olhares se encontram, há uma sensação quente e apertada na meu estômago. Ele está deslumbrante. Os olhos castanhos impiedosos me vasculham. E eu me sinto uma idiota por me comportar como um cordeiro diante dele quando quero ser um lobo.

— O prazer é todo meu, Armando — eu o cumprimento, ignorando o efeito devastador de Theodoro sobre mim. — Eu não te vi desde que cheguei a Itália. Como você vai? Quais são as novidades.

— Sou um velho, minha querida. E um velho nunca tem nada de novo para contar. Mas estou muito melhor agora na sua adorável presença, é claro.

Eu me viro para o homem sentado entre Theo e Armando. Ele é alto e bonito com traços perfeitamente simétricos. Está usando um terno claro e seus olhos azuis percorrem o meu corpo antes de ele dizer suas primeiras palavras com um tom sedutor.

— Eric Zander. Encantado, Sra Tremesso. De repente a noite ficou muito mais agradável e creio que eu deva isso a você.

— Por favor, não ligue para ele, Vitória — Armando gesticula com um falso desprezo. — É um Don Juan — depois estende o braço para Alessandra, que ficou esse tempo todo atrás de mim, mas agora se aproxima, segurando a mão dele. — Eric, esta é minha querida sobrinha Alessandra, a irmã de Theodoro.

— É um prazer conhecê-la, Alessandra — os dois sorriem um para o outro. — Seria inconveniente pedir que as duas belas moças se sentem junto conosco?

— Não acho apropriado, uma vez que estamos descutindo negócios — descarta Theo.

Eric concorda com Theodoro e, para a minha surpresa, ele também decreta:

— Então os negócios acabaram por hoje. Sentem-se, senhoras — Alessandra e eu fazemos como sugerido. Mas enquanto ela ocupa o lugar ao lado de Armando, eu me sento perto de Theodoro, como seria esperado. O Sr Zander então se vira para o homem mais velho. — Armando, eu não sabia que você era tio de Theodoro.

— Não de sangue, infelizmente. Mas eu tinha muito carinho por Lorenzo.

— Meu pai também o amava — Theo assente com a cabeça e me segue com os olhos enquanto eu me sirvo de um pouco do champanhe sobre a mesa. — Ele sempre o teve em alta conta.

— Eu sei disso. Mas é sempre muito valoroso ouvir de qualquer forma, obrigado.

Em pouco tempo, fico sabendo que Eric Zander é americano e tem negócios importantes nos Estados Unidos. Ele não entra em detalhes sobre esses negócios, claro, mas imagino que sejam da mesma natureza que os de Armando e Theodoro.

Mesmo ele sendo divertido e encantador, a certa altura, Alessandra e eu ficamos entediadas. Especialmente porque o clima entre Theo e a irmã se transformou em um iceberg. Os dois mal se olham e nunca se dirigem a palavra.

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