Resumo de Capítulo 25 – Capítulo essencial de Jogo de Intrigas por Rebecca Santiago
O capítulo Capítulo 25 é um dos momentos mais intensos da obra Jogo de Intrigas, escrita por Rebecca Santiago. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Quando chego em casa, vou direto para o quarto de Heitor dar um beijo de boa noite.
De pé ao lado da sua cama, admiro a beleza clássica, seu ar etéreo como o de um anjo. Com os olhos fechados, muito mais relaxado, meu filho não exibe aquele ar desafiador nem a tristeza que vejo frequente em seus olhos.
Mesmo assim, o meu coração dói por ele. Venho tentando me mostrar presente e confiável, mas Heitor ainda não sente segurança suficiente em mim para poder se abrir. Nem para me chamar de mãe, o que é compreensível.
Mas eu não vou desistir. Não vou desistir nunca.
Depois de sair do quarto de Heitor, vou até o de Joaquim. Já passa da meia noite e não espero vê-lo acordado, mas me surpreendo ao entrar e me deparar com seus olhos arregalados na penumbra.
A luz do abajur está acesa, mas quando Quim me vê, seu suspiro de alívio é inconfundível. Ele está assustado. Coberto até o pescoço, ele me segue com os olhos, enquanto fecho a porta do quarto, agora decorado com um papel de parede dos seus heróis favoritos.
Eu me aproximo da cama, o som do salto abafado pelo carpete, e me inclino sobre ele, dando um beijo em sua testa.
— Já é tarde, filho. Por que não está dormindo?
— É que eu tive um pesadelo.
Eu me sento na beirada do colchão, tirando os sapatos. Faz tempo que não uso saltos tão altos! Pode parecer um escândalo à primeira vista, mas não troco o conforto de uma sapatilha por uma arma mortal dessa. “Destruidor de pés” era como minha mãe adotiva chamava e ela tinha toda a razão.
— Lembra-se do que eu disse para você? — pergunto.
— Um pesadelo é só um pesadelo — Quim respira fundo e eu acaricio sua testa, empurrando o cabelo para trás. Os fios escuros já cresceram desde que chegamos a Sicília, mas ainda estão longe de estarem compridos como os de Heitor. — Ele não pode me pegar.
— Muito bem. Então por que não fecha os olhos e tenta dormir um pouco?
Ele me encara, indignado.
— Você nem quer ouvir sobre o que foi?
— Se você acha que vai se sentir melhor contando...
— Eu vou me sentir melhor — garante em um acesso de coragem típico de um menino de cinco anos.
— Então pode falar, filho.
Quim me encara com gravidade antes de proferir as palavras seguintes em um tom sussurrado.
— Eu sonhei que você morria.
Ah, é isso?
Abro um pequeno sorriso e solto um suspiro, encantada com a sua inocência. Meu filho está crescendo, bem diante dos meus olhos, mas ainda conserva aquele tipo de ingenuidade que eu jamais desejaria ver ir embora.
— Isso é muito normal, quando somos crianças — explico. — Quero dizer, sonhar com a morte de alguém que amamos e ficar com medo por isso.
— Mas era o papai que matava você.
Ai.
Não posso evitar. Fico toda arrepiada. Especialmente depois da briga tenebrosa dessa noite com Isabela e Theodoro. Mas não posso aceitar que seja um sonho premonitório. E de jeito nenhum vou dizer isso a Quim, é claro.
— Ok, isso é um pouco pior. Mas não vai acontecer.
— Jura?
— Eu juro.
— Por que ele ama a gente, não é?
Eu demoro um pouco a responder.
Olhando dentro dos seus olhos, procuro as palavras certas para explicar como a relação entre seu pai e sua mãe é complicada, sem destruir os sentimentos que Joaquim tem por ele, nem por essa família.
Seus olhos escuros me examinam com profundidade, antes de ele fechá-los.
— Agora que você está aqui, eu vou ter.
***
Quando a respiração de Joaquim se torna baixa e regular, eu me levanto da cama devagarinho, pego meu sapato e deslizo sorrateira para fora do quarto dele, entrando no meu.
Fecho a porta com cuidado, usando a chave pela primeira vez desde que cheguei ao casarão.
A casa de Theodoro Tremesso. Não a minha casa.
Lembrar das suas palavras cruéis faz o meu estômago se contrair. Eu esfrego as têmporas como se pudesse me livrar delas, enquanto ando até o banheiro. Ligo o chuveiro para um banho rápido, mas acabo me demorando mais do que deveria, perdida em meus próprios pensamentos e na sensação reconfortante da água quente.
Quando deixo o banheiro, visto uma das camisolas que comprei no passeio com Alessandra. É vermelha, feita de seda pura com acabamento em renda. Eu me olho no espelho e, de repente, tenho vontade de arrancá-la e rasgar em mil pedaços. Respiro fundo, me perguntando como fui acabar presa em uma armadilha daquela. Morando com meu ex-marido que, sem dúvida alguma, me odeia.
Vou até a cama e puxo a coberta, mas uma batida na porta me faz congelar.
Quem pode ser aquela hora? Theo? Ele não se atreveria.
Se atreveria?
Espero um pouco, mas a pessoa boate outra vez e, com um suspiro, eu me dirijo até lá. Talvez, Joaquim tenha tido um outro pesadelo. Ou acordou e descobriu que eu não estava lá e resolveu pedir companhia.
Mas quando abro a porta, é com o olhar intimidador de Theo que eu me deparo.
Meu coração vai parar na boca e eu fico imóvel, paralisada, sem ter ideia do que devo fazer ou falar para ele.
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