Eu não sabia se ainda estávamos em Manhattan quando nos aproximamos de uma mansão gigantesca. Meus olhos se arregalaram. Chase era um dos homens mais ricos de Nova York, mas eu não fazia ideia de que sua fortuna fosse tão ampla a ponto de comprar uma mansão dessas.
O motorista passou pelos portões e, mais à frente, parou numa das vagas. Eu vi o jardim que se estendia em arbustos, cercas vivas e fontes. A mansão se erguia esplendorosamente, roçando o céu azul escuro da noite.
O motorista saiu do carro, contornou-o e abriu a porta. Ele estendeu-me a mão educadamente e eu a peguei, agradecida. Saí do carro.
Eu não tinha certeza, mas na varanda, havia um homem mascarado que parecia com Chase. Estreitei os olhos para tentar ver melhor, mas não consegui. O motorista me levou até onde o homem estava. E com um sorriso convencido no rosto, eu tive certeza de que era Chase.
— Olá — ele disse. Eu subi os degraus com sua ajuda. Meus olhos passaram por seu terno preto elegante, a gravata vermelha, o sorriso de orelha a orelha que dizia "eu ganhei" e uma máscara preta que cobria boa parte do seu rosto, deixando à mostra os cintilantes olhos azuis. — Então é você? — Eu engoli a crescente ansiedade que crescia em meu peito. Meu coração batia tão acelerado, que reverberava por todo o corpo. — A.? — Seu tom de voz era firme e grave. Eu o internalizei dentro de mim.
Balancei a cabeça, afirmativamente.
Ele estendeu a mão e eu a peguei, sentindo a pele áspera de sua palma, a quentura subiu por meus braços, uma mistura gélida e quente percorria-me, possuindo suas próprias intenções.
— Decepcionado? — Tentei forçar a voz a ficar mais firme. Meus olhos encontraram os dele, uma imensidão azul.
— De modo algum — ele disse, pegando minha mão. A levou para os lábios e plantou um beijo delicado, mas ao mesmo tempo significativo. — Me daria a honra? — Perguntou, fazendo menção de colocar uma das mãos em minhas costas.
— Não. — Disse simplesmente, erguendo o queixo e passando por ele. Ouvi um gemido dolorido escapar de sua boca.
Andando à sua frente, podia sentir seu olhar cravado em mim. Eu gostava da sensação que isso me causava. Era como se eu estivesse dentro de mim, mas ao mesmo tempo dividisse o corpo com outra pessoa. Entrei no hall, e vi as escadas se erguendo do chão de mármore, ricamente detalhado com pequenos desenhos. Parecia ser uma mansão bem conservada da época vitoriana, com direito a lustre pendendo do teto e detalhes em ouro.
Parada, inspecionei todo o grandioso salão.
— Você é bem melhor do que eu imaginei — ouvi a voz de Chase atrás de mim e virei, olhando para ele. Ele se aproximou. — Na verdade, eu estou encantado.
— Obrigada — ele continuava me estudando com os olhos.
— A Dama de Vermelho — murmurou. — Como eu posso chamá-la? — Começou a me rondar.
— Me chame do que quiser. — Ele ergueu uma sobrancelha. — Qualquer coisa.
— Bom — ele disse, parando atrás de mim. — Pelo visto, você gosta de bancar a misteriosa. — Eu forcei um sorriso satisfeito, quando, na verdade, estava prestes a desabar. A pressão causada por seus olhos, a tensão de seu corpo influenciando o meu… eu estava prestes a desmoronar. — Senhorita. — Disse, por fim. — Você pediu para que eu a chamasse de senhorita. — Concordei. — Embora pareça muito melhor entrar no seu joguinho e descobrir quem realmente é. — Engoli em seco. Ele notou, porque abriu um sorriso malicioso. — Me acompanhe.
Eu o acompanhei, subindo a escada logo atrás dele. Nós nos dirigimos até uma sala, onde havia dois grandes sofás acinzentados, contrastando com o tapete cinza, as cortinas brancas e lustres. O antigo e o moderno faziam uma brincadeira, um jogo de cores elegante e rústico ao mesmo tempo.
— Sente-se, por favor. — Ele apontou com o queixo na direção de um sofá e eu sentei, cruzando as pernas. Ele sentou-se numa poltrona ao lado do sofá. Sua expressão de contentamento era irresistivelmente deliciosa, de modo que me fizesse pensar se era eu ou ele que estava iniciando uma competição invisível. — Então, Senhorita — Sua voz enfatizou "senhorita" meu corpo grudou sua voz na mente. — Você gosta de brincar? — Perguntou.
Um homem vestindo um terno elegante se aproximou, carregando uma bandeja contendo algumas taças do que deduzi ser champanhe. Os olhos de Chase percorreram meu corpo num olhar incendiado. O garçom se aproximou dele, e Chase, por sua vez, pegou a bandeja cuidadosamente e levantou, andando até mim.
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