Meu CEO Mandão romance Capítulo 39

Eu liguei para Abby para ter certeza de que estava tudo bem. A essa altura eu já não me preocupava mais com Mike, porque ele não conseguiria nos manter separadas para sempre. Minhas visitas furtivas à minha irmã se tornaram mais notáveis. Eu estava brincando com o perigo e adorava a sensação. Abby percebeu que eu me comportava como uma louca frenética, achando que alguém estava nos seguindo a cada passo, mas menti para ela, dizendo que estava fugindo de um cara — o que, em parte, era verdade. 

Fomos a um restaurante novo do qual ela era amiga do proprietário. Para o meu azar, Abby não tinha me dito que Mike também iria. Eu quase jurei estar morta quando cruzei o salão e dei de cara com o babaca. 

— Annelise — ele disse, me lançando um olhar desafiador. Ele forçou um sorriso e eu fiz o mesmo. — Ah, deixe-me apresentá-la — ele olhou para o homem a seu lado, um cara boa pinta que sorriu exageradamente para mim e estendeu a mão. — Esse é Vincent, o dono do restaurante. — Mike segurou o ombro de Vincent. Eu apertei a mão do cara. — Vincent, essa é Annelise, irmã da Abby, 

— Prazer — ele disse, puxando a minha mão para um beijo. Seus lábios tocaram minha pele sutilmente, seus olhos cravados nos meus. Me senti desconfortável. Era como se me comesse com os olhos. —  em conhecê-la. 

Vincent nos apresentou o restaurante. Mike ficou ao meu lado enquanto andávamos ao redor. Abby parecia fascinada em cada palavra que saía da boca de Vincent. 

— Pensei que tinha dito para se afastar — Mike se inclinou e cochichou no meu ouvido. — Ou você é surda? 

— Prefiro dizer que sigo minhas próprias instruções. — Falei baixinho, olhando para ele. — Eu juro que se intrometer entre mim e Abby de novo, vou cortar o que você chama de pau fora. — Ele sorriu de canto. — Você pode tentar fazer qualquer coisa contra mim, mas nunca vai conseguir. 

Mike se calou, pegou meu braço com força e me encarou. 

— Você quer mesmo fazer isso? Quer me testar Mike? Eu posso ser bem convincente. 

— Sua vadiazinha — eu sorri diabolicamente, puxando meu braço. 

— Babaca. 

Corri para perto de Abby e peguei seu braço. Olhei para Mike por cima do ombro e lancei um muxoxo. A cara dele se retorceu. Tive a impressão de que iria explodir de raiva. Ele até poderia me denunciar, mas eu o levaria junto. 

O almoço foi tranquilo e delicioso. Abby me contou que Vincent tinha acabado de voltar da França e quando olhou para o restaurante, não pensou duas vezes antes de transformá-lo num lugar com a sua cara. Vincent e eu conversamos um pouco e apesar de ser convencido e flertar comigo o tempo todo, tivemos uma boa conversa à base de vinho. 

Às três, voltei para a Shaffer & Sheppard. A primeira pessoa que vi foi Chase. Ele pediu para que eu segurasse o elevador enquanto corria desesperadamente com um notebook debaixo do braço. Não nos falamos, mas lancei um sorriso gentil para ele. Era segunda-feira. Uma segunda-feira ensolarada e tranquila. Fazia quase quatro dias que não chamava A., o que eu achei estranho. Seu comportamento também era diferente. Ele abria portas para mim, sorria e desejava bom dia quando eu passava, parou de gritar e me concedeu mais quinze minutos durante o almoço. 

Olhei para ele. Chase ajeitava a gravata. Estava torta e desalinhada. Ele parecia nervoso, não parava de tocar em alguma coisa, fosse no terno ou no cabelo; o suor escorria em gotas e sua respiração estava pesada. 

— Está bem? — Perguntei. — Parece ter sido atropelado. 

Ele olhou para mim, um meio sorriso no rosto. Chase deu de ombros e abriu a  boca, mas a porta abriu e voltou a fechá-la. 

— No escritório. — Ele disse. 

Franzi a testa. 

Ele se dirigiu ao escritório e fui logo atrás, curiosa para saber do que se tratava. Chase abriu a porta para mim, eu passei, ele fechou e se colocou na frente dela. 

— Eu convenci Graham Grayson a fazer a fusão com a Shaffer & Sheppard. — Ele disse, o tom eufórico fez seus olhos brilharem. Eu o olhei sem entender. Não me lembro de ter escutado nada disso nos últimos tempos. — Eu consegui uma reunião com ele. Por isso estou assim. 

— Você fez sexo com ele? — Perguntei, olhando de cima a baixo. Ele fez que não e pegou minhas mãos. — Chase… 

— Acontece que o pai dele era amigo do meu pai, então ele não vê motivos para não fazer a fusão, mas… o sr. Sheppard não gosta nenhum pouco do rumo que tudo isso está tendo. E hoje… — meus olhos se aprofundaram nos seus. — O Graham me chamou para trabalhar com ele na Global Media. Eu… ah, meu Deus… 

— O que disse? — Meus olhos arregalaram, ansiosos pela resposta de Chase. — Você vai trabalhar para o Graham Grayson? 

— Eu não sei. — Chase parecia confuso. Aquilo seria um passo muito largo e perigoso. Se o sr. Sheppard descobrisse sobre isso, ele poderia demiti-lo. Talvez Graham Grayson não o contratasse. Ele me olhou, como se esperasse uma resposta para decidir. — O que acha? 

Eu não queria tomar aquela decisão por ele, ainda mais se tratando de algo tão importante quanto a sua carreira. Aquilo me dizia, porém, que se colocava completamente em minhas mãos, mesmo que eu o enganasse. Procurei seus olhos e fui sincera: 

— Eu não posso decidir qual caminho você deve seguir. É uma decisão importante que deve ser pesada e eu sou só… sua secretária. — Ele me fitou como se não entendesse. 

— Não. Não é só minha secretária. Você é a minha amiga. — Ele disse. Sua confirmação fez meu coração acelerar dentro do peito. — Você é importante para mim — disse, eu fitei seus olhos. O azul intenso parecia um mar profundo. Eu me via nadando dentro deles — e eu quero que participe das minhas decisões. 

Seu pedido soou como uma despedida, uma despedida dolorosa, que me engoliu por inteiro. Suas mãos seguravam as minhas com firmeza, eu sentia seus dedos roçando a minha pele num toque suave. Eu sentia Chase em mim. Ele estava dentro de mim. Sempre. Ele fazia o meu coração bater desesperado, despertava reações no meu corpo e fazia minha mente se encher com cada pedacinho seu. O que aconteceria se eu não o tivesse mais? De repente, uma força me dominou. Eu engoli o nó da minha garganta e abri a boca para falar: 

— Chase, eu… — mas seu sorriso… seu olhar. Ele parecia tão contente. 

— Não precisa dizer nada. Eu entendi que não quer se envolver nisso por receio, mas eu quero que você venha comigo se… se por acaso eu aceitar a proposta dele.  Ok? — Eu assenti, um sorriso distendeu meus lábios. 

Chase voltou a trabalhar e eu me tranquei em minha salinha, respirando profundamente. Eu sabia que precisava contar, mas não estava preparada para perdê-lo. Não estava preparada para deixar aquela sensação boa no meu coração  esvair de mim. 

Eu o queria. 

O queria mais que tudo. 

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