Eu liguei para Abby para ter certeza de que estava tudo bem. A essa altura eu já não me preocupava mais com Mike, porque ele não conseguiria nos manter separadas para sempre. Minhas visitas furtivas à minha irmã se tornaram mais notáveis. Eu estava brincando com o perigo e adorava a sensação. Abby percebeu que eu me comportava como uma louca frenética, achando que alguém estava nos seguindo a cada passo, mas menti para ela, dizendo que estava fugindo de um cara — o que, em parte, era verdade.
Fomos a um restaurante novo do qual ela era amiga do proprietário. Para o meu azar, Abby não tinha me dito que Mike também iria. Eu quase jurei estar morta quando cruzei o salão e dei de cara com o babaca.
— Annelise — ele disse, me lançando um olhar desafiador. Ele forçou um sorriso e eu fiz o mesmo. — Ah, deixe-me apresentá-la — ele olhou para o homem a seu lado, um cara boa pinta que sorriu exageradamente para mim e estendeu a mão. — Esse é Vincent, o dono do restaurante. — Mike segurou o ombro de Vincent. Eu apertei a mão do cara. — Vincent, essa é Annelise, irmã da Abby,
— Prazer — ele disse, puxando a minha mão para um beijo. Seus lábios tocaram minha pele sutilmente, seus olhos cravados nos meus. Me senti desconfortável. Era como se me comesse com os olhos. — em conhecê-la.
Vincent nos apresentou o restaurante. Mike ficou ao meu lado enquanto andávamos ao redor. Abby parecia fascinada em cada palavra que saía da boca de Vincent.
— Pensei que tinha dito para se afastar — Mike se inclinou e cochichou no meu ouvido. — Ou você é surda?
— Prefiro dizer que sigo minhas próprias instruções. — Falei baixinho, olhando para ele. — Eu juro que se intrometer entre mim e Abby de novo, vou cortar o que você chama de pau fora. — Ele sorriu de canto. — Você pode tentar fazer qualquer coisa contra mim, mas nunca vai conseguir.
Mike se calou, pegou meu braço com força e me encarou.
— Você quer mesmo fazer isso? Quer me testar Mike? Eu posso ser bem convincente.
— Sua vadiazinha — eu sorri diabolicamente, puxando meu braço.
— Babaca.
Corri para perto de Abby e peguei seu braço. Olhei para Mike por cima do ombro e lancei um muxoxo. A cara dele se retorceu. Tive a impressão de que iria explodir de raiva. Ele até poderia me denunciar, mas eu o levaria junto.
O almoço foi tranquilo e delicioso. Abby me contou que Vincent tinha acabado de voltar da França e quando olhou para o restaurante, não pensou duas vezes antes de transformá-lo num lugar com a sua cara. Vincent e eu conversamos um pouco e apesar de ser convencido e flertar comigo o tempo todo, tivemos uma boa conversa à base de vinho.
Às três, voltei para a Shaffer & Sheppard. A primeira pessoa que vi foi Chase. Ele pediu para que eu segurasse o elevador enquanto corria desesperadamente com um notebook debaixo do braço. Não nos falamos, mas lancei um sorriso gentil para ele. Era segunda-feira. Uma segunda-feira ensolarada e tranquila. Fazia quase quatro dias que não chamava A., o que eu achei estranho. Seu comportamento também era diferente. Ele abria portas para mim, sorria e desejava bom dia quando eu passava, parou de gritar e me concedeu mais quinze minutos durante o almoço.
Olhei para ele. Chase ajeitava a gravata. Estava torta e desalinhada. Ele parecia nervoso, não parava de tocar em alguma coisa, fosse no terno ou no cabelo; o suor escorria em gotas e sua respiração estava pesada.
— Está bem? — Perguntei. — Parece ter sido atropelado.
Ele olhou para mim, um meio sorriso no rosto. Chase deu de ombros e abriu a boca, mas a porta abriu e voltou a fechá-la.
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