Eu devia estar louco.
Eu a beijei!
Eu a beijei!
Eu senti os lábios de Annelise nos meus e Deus… era como se eu pudesse tocar a minha melhor parte. Por um momento, tudo o que acontecera desapareceu, mas depois, quando vi seus olhos, a expressão confusa e o corpo pesando ao meu redor, percebi que tinha feito algo irreparável. O que ela pensou? Ela não sabe que eu sei sobre A., então provavelmente deve estar muito confusa. Até ontem eu não passava do cara que gostava dela — como amiga — e, de uma hora para outra, lhe rouba um beijo e sai correndo da sala.
Ela deve achar que sou louco.
Me inclinei na direção da pia do banheiro e afoguei as mãos na água corrente da torneira, lavei o rosto e encarei meu reflexo no espelho. O nariz estava sangrando de novo. Ainda doía, como se tivesse levado um soco. Por algum motivo, meus olhos mergulharam em lágrimas.
Eu estava confuso. Muito confuso.
Deixei com que meu coração se abrisse demais, e agora eu sentia como se uma parte de mim inevitavelmente pertencesse a Annelise. Eu não devia nada a ela, mesmo assim, ela me possuía de uma forma que eu não entendia. Era como uma corda invisível que me ligava a ela. Estávamos conectados, e sentia como se fosse morrer se ficasse mais um segundo longe.
Ela estava confusa.
Eu estava confuso.
Não era para ser assim.
Eu não devia…
Eu não devia…
— Você não é o suficiente para ela, Chase. — Sussurrei baixinho.
Eu não sabia mais se o que me magoava era o fato de Annelise ter me enganado, ou o de eu não poder deixar me levar pelo que sentia.
Não depois de tudo.
Não.
Você não pode, Chase.
Annelise merece mais.
Muito mais.
Às vezes seu passado lhe tira o futuro, e agora eu entendia, eu não odiava Annelise, eu me odiava por não poder tê-la.
***
Era uma decisão a ser tomada, uma decisão importante, aliás. Eu iria me comprometer a ficar longe de Annelise o máximo que conseguisse. Não seria tão difícil. Comecei a me afastar quando me chamou para um café. Eu disse que estava ocupado demais e não poderia aceitar seu convite. Depois, ela tentou conversar comigo, mas fingi não estar interessado — mas estava, estava muito — e ela se trancou em sua salinha. No final do expediente, corri para pegar o elevador. Annelise pediu para que eu segurasse um pouco. Eu gentilmente fiz o que pediu.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Mandão