Eu decidi contar tudo a Abby. Eu precisava me livrar daquela coisa que apertava meu peito. Desde que saíra do hotel, não conseguia parar de chorar. Chase… Chase tentou me estuprar. Eu chamei um táxi, cobrindo os rasgos do vestido desajeitadamente. Quando o motorista parou, eu pude ver os olhos arregalados e confusos. Eu pedi para ele ir direto para o meu apartamento e liguei para Abby. Decidi contar tudo a ela. Enquanto chorava, ela tentava me acalmar, mas tudo parecia piorar.
Abby chegou dez minutos depois, preocupada. Eu tomei um banho rápido, vesti uma blusa e uma calça moletom. Com uma careta de choro. Corri para seus braços. Abby não perguntou nada. Apenas esperou que eu dissesse. Nos encaminhamos para o meu quarto. Ela sentou e bateu nas coxas, pondo um travesseiro, indicando para eu me deitar ali. Eu o fiz. Abby passou as mãos por meus cabelos, deslizando com suavidade e carinho.
— Anne, o que aconteceu? — Perguntou ela. Eu engoli o choro, limpei a garganta e olhei para ela, que parecia ainda mais preocupada. — Alguém fez alguma coisa com você? — Eu fiz que sim. Ela assentiu lentamente com a cabeça e franziu a testa.
— O-o Chase — eu consegui dizer. Um nó se fez em minha garganta, parecendo me sufocar aos poucos. Tive a sensação de não poder respirar. Meu coração estava apertado e todo o meu corpo dolorido. — Ele… ele… — Abby me encorajou com um olhar caloroso, daqueles que aquecem sua alma. — Tentou me… — eu não conseguia dizer. Eu nunca pensei que ele pudesse ser capaz de algo tão nojento. Ele tentou me forçar a fazer sexo com ele, mesmo eu tendo implorado para que parasse. Era uma boa resposta para a pergunta que eu vinha me fazendo. Eu não pude suportar. Doía mais no peito do que fisicamente. Ele me olhou como um animal prestes a atacar, um selvagem. — Tentou me forçar.
— O seu chefe? O Chase…? — Perguntou, atônita. — O que ele tentou fazer? Tentou forçá-la a fazer sexo? Anne… Annelise Hamilton, me explique imediatamente… — ela disse.
— Ele disse que me amava — eu a interrompi. — Mas só queria me usar.
Abby parecia muito mais confusa.
— Ele me enganou, Abby. Fingiu não saber e me enganou. — Eu tentei explicar. Minha mente estava cheia de nós enrolados um no outro. Eu não conseguia pensar direito. Apoiei-me nos braços e fiquei de sua altura, encarando sua expressão impassível. — Talvez eu tenha merecido… eu o provoquei e… — outra lágrima deslizou por meu rosto. Abby pegou minhas mãos e balançou a cabeça.
— Não Anne, não. — Ela disse, a voz mansa e harmoniosa. — Você não merecia. Não diga isso. Nenhum homem tem o direito de usar uma mulher, por mais que ela permita ou que ele a ame. Se Chase disse que a amava, talvez tenha se equivocado, porque nunca iria forçá-la a fazer algo que não queria. E, você não mereceu, de jeito nenhum, está bem? — Ela disse, me puxando para um abraço. Enlacei sua cintura, enterrando o rosto em seu peito.
— Eu aceitei fazer sexo com ele por dinheiro. — Disparei. Ela franziu o cenho, engoliu a saliva e eu continuei, fitando seu rosto compassivo. — Ameaçaram despejar Madeleine se eu não pagasse a dívida que fiz com a casa de repouso. Eu estávamos conversando com Chase por um chat anônimo, você sabe que eu adoro conversar com pessoas anonimamente, mas eu não sabia que era ele até perceber. Depois de um tempo — eu engoli em seco, sequei uma lágrima e levantei os olhos — ele me fez uma proposta: três semanas por uma quantia de dinheiro. Eu aceitei, porque não queria pedir nada e nem incomodar, mas então o Mike descobriu e…
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