Eu pisquei, a visão embaçada e confusa. Eu não entendia onde estava, ou por que parecia tão fraco. Não conseguia movimentar direito o corpo, mas ver Annelise fez um alívio percorrer meu peito. De súbito, as lembranças vieram de uma só vez numa névoa branda que se tornou tempestade. Estava mais confuso.
Annelise saiu, correndo para algum lugar enquanto eu tentava tirar um respirador. Estava cercado por máquinas e cabos.
Um momento depois, ela voltou, trazendo uma enfermeira e um médico. A enfermeira tentou me acalmar e Annelise ficou do meu lado, as lágrimas brilhando nos olhos. Eu não conseguia falar nada. Todas as palavras estavam entaladas na garganta e era uma sensação horrorosa. Eu queria mexer a mão, mas o efeito do sedativo para aliviar a dor me inebriou.
Era uma tortura.
Eu a via, até podia sentir, mas não podia tocá-la.
Não podia dizer nada. Apenas vê-la.
— Annelise — murmurei. Ela cobriu o rosto com as mãos e franziu a testa, aproximando-se. Tentei estender a mão, e ela a pegou.
A enfermeira me avisou que eu não podia tentar falar agora, nem me mexer muito. Ainda sentia dores. Minhas costas doíam, a cabeça, as pernas. Meus músculos pareciam ter sido tirados de dentro de mim e esfolados.
Depois, Annelise foi acompanhada pelo médico e eu dormi um pouco. Pareciam anos. Eu estava cansado, mesmo sem ter feito nada. Algumas horas depois, quando acordei, ouvi sussurros vindos de algum lugar do quarto. Percebi que era Annelise conversando com uma enfermeira. Ao perceber que eu tinha acordado, se aproximou e sorriu timidamente.
Eu engoli a saliva.
Ainda lembrava de sua expressão antes de empurrá-la.
— Annelise — eu disse — eu… eu… — ela fez que não lentamente com a cabeça.
— Shhh — fez menção de silêncio, pegando a minha mão com suavidade. Senti seu toque e forcei um sorriso. Meu rosto estava dormente. — Você tem que descansar. Sua irmã está vindo. Ela vai ficar com você.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Mandão