Annelise
Eram quase doze horas quando ouvi alguém chamando meu nome. Levantei do sofá onde estava e joguei as cobertas para o outro lado. Quando levantei, eu andei até a porta, de onde vinha a voz, e olhei pelo olho mágico.
Chase.
Meu coração praticamente pulou dentro de mim.
— Annelise, por favor! — Implorou ele.
Eu respirei fundo, balançando a cabeça. Quis me agarrar a todos os motivos que tinha para me convencer de que aquela era uma péssima ideia. Eu ia mesmo abrir a porta?
Não.
Iria manter minha decisão e ficar ali, não importa o que ele dissesse.
— Vai embora, Chase. Não quero falar com você. — Eu disse.
— Eu posso abrir a porta e tirá-la daí, se quiser. — Ele disse do outro lado da porta.
Isso com certeza poderia me convencer, mas ignorei.
Ouvi o barulho da fechadura.
Merda.
Ele não estava mentindo!
Desesperada, tentei sair de onde estava, mas era tarde demais. Ele abriu a porta e quando percebi, já estava na minha frente, me encarando com seus olhos exigentes.
Droga.
Deoga.
Droga!
— Eu disse que ia abrir. — Ele afirmou. Enlaçando minha cintura, ele deu um tapinha na minha bunda. Lembrei só então de não estar usando nada por baixo da camisola que Abby me emprestara. — Agora venha comigo.
— Não, eu não vou. — Disse. Ele me encarou como se começasse a ficar irritado. — Não vai me tirar daqui.
Ele sorriu de canto.
— É? Tem certeza?
Simples assim, Chase me pegou pelas pernas, colocou-me sobre o ombro e me conteu, enquanto eu me debatia.
— Me ponha no chão, Chase! — Gritei.
— Você e eu vamos conversar um pouco, quer queira ou não. — E então, me carregou até o elevador, deixando a porta do apartamento da minha irmã aberta.
Quando entramos, clicou nos botões no painel e as portas se fecharam.
— Não pode simplesmente me carregar desse jeito! — Bati contra seu peito. — Você sabe que não.
Ele sorriu, como se achasse graça.
— Para, Chase! — E me colocando contra a parede do elevador, colocou sua mão entre as minhas pernas. Vi só então sua expressão. Ele parecia destruído. Seu cabelo normalmente bem penteado estava bagunçado, vestia a mesma roupa do trabalho, com exceção do terno. Estava vestindo um colete arroxeado e seus olhos estavam vidrados em mim.
— Pode me pedir tudo, Annelise. Menos para que eu pare. Eu nunca mais quero parar. Nunca mais quero ficar longe de você. Nunca. — Seus lábios correram pelo ar, e quando iam pousar nos meus, virei o rosto.
Eu estava molhada.
Minha intimidade estava lambuzada de tesão, mesmo assim, insistia para que minha mente lembrasse do que fizera mais cedo.
— Certo. — Ele disse.
Qualquer resquício de felicidade que pudesse existir em Chase sumiu completamente depois disso.
***
Chase
Em nenhum segundo sequer eu podia pensar que ia doer tanto.
Quando tentei beijá-la e Annelise simplesmente virou o rosto, meu mundo desabou. Me senti tão enfurecido comigo mesmo, que podia implorar para que ela voltasse a olhar nos meus olhos.
Mas não foi o que aconteceu.
Passei a noite toda tentando consertar a porra do meu erro, e lembrei exatamente naquele momento que tinha esquecido de amenizar a situação justamente com a pessoa que mais havia magoado — depois de Sebastian. Mas acontece que não sei se minha irritação se transformou em algo contundente contra Annelise, ou continuei me odiando.
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