Resumo de Annelise (83) – Capítulo essencial de Meu CEO Mandão por J. P. HOOKE
O capítulo Annelise (83) é um dos momentos mais intensos da obra Meu CEO Mandão, escrita por J. P. HOOKE . Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Eu não entendia o motivo pelo qual Chase me olhava daquela forma… como se estivesse esperando que eu dissesse alguma coisa, mas tivesse medo de qualquer coisa que saísse dos meus lábios. Ele me conduziu para o meu apartamento, lançando minha cintura com um braço.
Depois do que acontecera no carro, minhas pernas tremiam e não conseguia olhá-lo nos olhos. Estava irritada, mas muito excitada também. Tanto que nem conseguia pensar direito. Eu sabia que precisava sair de perto dele se quisesse recobrar minha razão, que parecia ter fugido no instante em que ele me buscara no apartamento de Abby.
Ele estava calado. Mais calado do que o normal.
Parecia estar com medo, e isso me assustava. Nunca o vi tão inseguro, e para ser sincera, gostava de como me sentia por provocar isso nele, como uma espécie de vingança pelo que me fez passar ontem.
Quando as portas do elevador abriram, Chase me guiou ao meu apartamento e abriu a porta, pegando a chave reserva debaixo de um tapete. Abrindo as portas, vi a meia luz, que lembrava velas, tremulando. Assim que entrei, vi um caminho de pétalas de rosas; o apartamento tinha um cheiro agradável, suave e delicioso. Erguendo os pés, pude olhar por sobre os ombros de Chase. Havia uma mesa improvisada na cozinha, sobre o balcão. Chase soltou minha mão e eu senti meu coração pesando dentro do peito.
— O que é tudo isso? — Perguntei, me fingindo de boba. Parada, o vi virar e se inclinar na minha direção. Primeiramente, pensei que fosse me beijar, mas então, Chase passou o braço por cima de mim e fechou a porta. — Chase…
Seu silêncio estava me matando.
Chase se encaminhou para o sofá, tirou a gravata e depois desabotoou a camisa.
Então, vi os hematomas em seu corpo.
Não esperava que ver aquilo doesse tanto em mim, mas doeu. Ainda estava parada perto da porta, como se fosse uma estranha e ao mesmo tempo alguém muito íntimo. Chase bateu no espaço ao seu lado e olhou para mim. Quando não me mexi, ele repetiu o movimento e procurou meus olhos.
— Venha aqui.
Obedecendo-o, fui até onde estava. Chase pegou meu pulso — o mesmo que apertara ontem — e o levou até os lábios. Com um beijo delicado, ele beijou a pele um pouco roxa, me olhando com aqueles olhos acinzentados. Seus olhos se suavizaram, e me levando para perto de si, puxou-me e colocou-me em seu colo.
— Perdão. — Chase pareceu respirar só então. Lágrimas que mal tinha percebido se acumularam em seus olhos, e enconstando a cabeça em meu peito, ele repetiu: Perdão, Anne.
Meu coração bateu um passo mais lento, como se sua dor fosse minha.
Eu toquei seu rosto, correndo o polegar por sua bochecha. Os músculos em sua mandíbula se contraíram e ele ergueu os olhos.
— Eu sei o que está pensando — Chase disse. Sua expressão era tão dolorida e irreconhecível, que era quase impossível continuar olhando-o. — Eu me perguntei o mesmo durante todo o dia, Annelise. Durante toda a porra do dia. — Sua voz era firme, mas afogada ao mesmo tempo.
Se ele continuasse me olhando daquele jeito, eu quem iria começar a chorar.
— Eu te amo tanto, Annelise… tanto que dói. E eu não aguento pensar que posso te machucar… não consigo. Eu não… não sei se consigo.
— O quê? — Perguntei.
— Pensei se seria certo fazê-la passar por isso, se seria certo… se seria certo fazê-la ficar presa a mim. Eu não quero pensar em um futuro que não esteja sem você, mas não posso garantir que não exploda quando outro homem tentar tocá-la, ou quando alguém ofendê-la. Eu nunca senti isso, e é assustador. Nunca me importei tanto com alguém, porque ninguém nunca foi importante o suficiente para mim. Eu deixei que todo mundo passasse por mim, mas você… você foi a única pessoa que me fez enxergar que necessitava de outras. É por isso que não sei se devo deixá-la ir, ou agarrá-la com todas as forças que ainda tenho. — Ele disse, sua voz falhou, depois retomou o tom firme. — Isso me deixa fraco, Annelise. Você… você me deixa fraco, me esgota por completo, mas acontece que adoro que me foda desse jeito, porque não consigo me imaginar sem… sem o seu amor. Eu prometida que cuidaria de você… mas eu não consigo, porque, na verdade, foi você que sempre cuidou de mim.
Seus olhos me encaravam com tanta intensidade… ele me olhava com carinho e medo. Algo estava o contendo, de um modo que fizesse me perguntar se tinha medo de se aproximar um pouco mais. Então, eu vi em seus olhos todo o terror. Ele era um garotinho assustado tentando entender o que sentia. Isso era perturbador e fofo ao mesmo tempo. Nenhum homem nunca me deixou tocar tanto em sua alma. Nenhum homem me deixou amá-lo tanto como Chase, e a verdade era que se punia por toda a dor que me causava.
— Chase — ele pareceu muito atento ao que iria dizer. Passei os dedos por seu corpo, caindo a mão de seu peito até a barriga. — Você fez isso em si mesmo?
Me olhando com os olhos cheios de lágrimas, ele assentiu.
— Por quê?
— Meu pai me dizia que o flagelo era a única punição que realmente funcionava. Só uma dor auto imposta faz você entender como uma pessoa se sente. — Admitiu ele.
— Você já fez isso?
— Sim.
— Chase… — eu não sabia se era pena ou simplesmente compaixão, mas vê-lo desolado daquela forma… tão sensível… tão carente, me fez apoiar a testa na sua. — Me prometa que nunca mais fará isso.
— Annelise… — sua voz foi um sussurro.
— Prometa.
— Eu prometo. — Garantiu.
Havia cicatrizes e hematomas por suas costelas e barriga. Percorri cada gominho, me perguntando o que passou em sua cabeça para ter feito uma coisa dessas. Ele percebeu meu olhar, porque, pela primeira vez, estava cabisbaixo e envergonhado, calado mais uma vez.
— Eu não queria ter machucado o sr. Bachmann. — Informou ele. — Estava irritado… não pensei antes de fazer. Eu queria protegê-la.
— O quê? Por quê?
— Ele a chamou de vadia e disse que talvez lhe retribuisse com um favor. — Disse Chase, sem levantar os olhos. — Não consegui me conter. Mas… — Chase me colocou no sofá. Pegando as minhas mãos, ele me olhou nos olhos. — Tem algo que quero falar.
Me sentia culpada.
— Sebastian acha que tenho algo a ver com o que aconteceu com Nina. Naquela época, ela tinha algumas identificações falsas, mas só lembrei quando voltei para casa depois de sair da agência e lembrar, bom, de você… sobre A.
Eu não sabia se devia levantar ou continuar sentada. Eu com certeza iria vomitar se ouvisse mais alguma coisa.
— Vai contar para ele?
Chase deu de ombros.
— Eu tenho.
— Sim, tem. Ele tem que saber o que realmente aconteceu. Nina… Brenda — corrigi — era a noiva dele. Ela fugiu e…
— Eu queria apagar o meu passado. — Ele disse. — Queria que nada disso fosse verdade, Anne. Eu sempre perdi o que amei, e isso me fez colocar uma armadura em minha volta. Pensei que iria perder você também. Isso me deixa confuso… tudo isso, entende?
Assenti.
— Não quero que ache que estou me justificando. Só achei que fosse a hora certa para contar tudo o que aconteceu na minha maldita vida. Nenhuma mulher com quem eu já dividi a cama se compara com você, baby. — Com a mão pousada em meu joelho, Chase sorriu de leve e me encarou. Seus olhos e a expressão estavam mais suavizados, de modo que sua tristeza e irritação parecessem um delírio. — Você, Annelise Hamilton, conseguiu pegar meu coração para si.
E eu o queria todo para mim.
Quando eu já não podia mais sustentar as lágrimas em meus olhos, Chase se aproximou, me envolveu num abraço apertado e disse contra meus lábios:
— Não desista de mim, Annelise. Não abandone como todo mundo fez. — Ele suspirou, deixando escapar o ar que prendera, e eu respondi:
— Eu te amo demais, Chase Ward. — Seu sorriso foi enorme, e seus lábios colidiram suavemente contra os meus. Segurando meu queixo, Chase beijou o lábio inferior, depois o superior, então o lambeu e pediu entrada. Quando o permiti, ele tinha um gosto bom e doce, envolvendo-me por completo em seu abraço, Chase me deitou e cobriu minha boca com a sua, dessa vez com urgência, rapidez e insanidade.
Correndo a mão por sua barriga, senti o relevo dos hematomas, e me culpei por ter feito isso consigo mesmo. Chase nunca havia dito que fazia isso, o que me garantia que ele era ainda mais louco por mim — causar dor a si mesmo de propósito parecia uma prova inegável de arrependimento —, mas também me preocupava. Toda a sua vida se resumia a medo, e quando não pudesse mais suportá-lo, o que iria fazer? Eu queria lhe mostrar que não precisava mais sentir medo, queria que visse o quão importante era para mim.
O quão importante foi desde que cruzei seu caminho. Caramba, eu dependi dele desde o momento em que o vi, metido naquele terno chique que provavelmente valia mais que meu rim esquerdo. Amava-o desde sua boca suja até o pau gloriosamente grosso e grande.
Cada milímetro do meu abusado pertencia a mim, eu sabia.
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