Parecia injusto tratar Annelise como um brinquedo, por isso deixei seu apartamento no dia seguinte e fui para o meu próprio apartamento. Eu queria garantir que nada como o que aconteceu ontem iria se repetir. Eu vi Annelise, em certo momento, levantando da cama e indo até o banheiro. Ela passou longos quarenta minutos — chorando — dentro do maldito banheiro. Me perguntei se a tinha machucado ou magoado. Parecia mais um animal que acabara de fugir do zoológico e estava louco do que o homem que dizia amá-la, mas acontece que nada daquilo era realmente sobre ela — e, talvez, nem sobre mim.
Passei toda a manhã focado nos assuntos do escritório. Montei ideias, busquei inspirações, tentei contatar pessoas importantes. Às oito em ponto fui para a agência e vi Annelise conversando com Susan no fim do corredor. Ela sorriu e acenou para mim. Eu a ignorei, angustiado, de repente.
A porra do meu pai tinha morrido ontem e a primeira coisa que fiz foi foder com a minha namorada.
Eu estava enlouquecendo mesmo.
Tentei me concentrar, o resto do dia, com o trabalho. Não sabia quanto tempo mais iria ficar na Shaffer & Sheppard, mas sabia que Annelise, como avisara, iria pedir demissão. Eu não aguentaria ficar longe dela por muito tempo, e pediria demissão também.
Bateram à porta do escritório às nove horas.
— Entre. Está aberta.
Annelise passou pela porta, e fui atingindo por um sentimento intenso de Dejá Vu. Meu coração bateu forte e rápido no peito. Ela se aproximou. Ela vestia uma blusa vermelha um pouco larga e uma saia lápis preta, que contornava seus quadris e revelava as pernas. Ela me olhou e se aproximou.
— O sr. Sheppard pediu para que eu emtregasse isto. — Ela colocou alguns documentos sobre a mesa. Annelise me encarou por uns instantes e fez menção de ir embora, mas eu segurei seu pulso, impedindo que fosse. — Chase…
— Desculpa. — Eu olhava para o notebook aberto sobre a mesa. — Não merecia o modo como te tratei ontem. Eu estava sem cabeça… muito irritado.
Percebi só então o quanto a fiz se sentir mal. Os olhos de Annelise estavam grudados em mim.
— Comigo? — Perguntou.
— Por que estaria? — Olhei em seus olhos. — Na verdade, não. Você foi o oposto de irritação. Me acalmou. — Eu desviei o olhar, sentindo meus ombros tensos. — Parece que tudo está dando errado.
Ela pareceu estranhamente tensa.
— O que foi? — Perguntei.
Annelise balançou a cabeça.
— Nada.
— Não parece ser nada… está toda dura. — Eu disse, apontando com o queixo para seu corpo enrijecido. Annelise insistiu, fazendo que não. — Sente-se. — Mandei.
Ela me encarou como se não tivesse entendido.
Eu afastei as coisas sobre a mesa para o canto, dando espaço para ela.
— Sente-se. — Disse novamente. — Vou fazê-la relaxar. É o mínimo.
— Não, Chase… eu… não preciso disso. E você precisava daquilo… — Ela me encarou. Eu levantei, andei na direção da porta e tranquei. Quando voltei, Annelise ainda estava parada à frente da mesa, congelada.
Definitivamente não esperava que eu tomasse seu pescoço e invadisse sua saia.
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