Maria Eduarda
Minha cabeça lateja e gemo de dor. Aos poucos vou abrindo os olhos e dou de cara com o Pedro me olhando como se fosse um falcão olhando a sua presa.
— Minha bela adormecida, finalmente acordou, pensei que tinha morrido — ele comenta, irônico, sentando em uma cadeira. Eu estava amarrada a uma cama.
— Pedro, o que você fez comigo?
— Ora, eu trouxe você para o seu lugar.
— Nunca vou morar aqui com você! — debocho, rindo da cara dele, e ele vem com tudo e me dá um soco, me fazendo gemer de dor.
— Você acha que vai sair daqui como?
— O meu namorado vai vir me buscar!
— Nunca vão nos encontrar, minha bela adormecida.
— O que você quer dizer? — começo a ficar com medo.
— Eu quero dizer que vamos viver aqui para sempre!
— Eu prefiro morrer a ficar com você!
— Não, você não vai morrer.
— Ah, isso para mim é fácil, já morri uma vez, e outra não vai fazer diferença — dou de ombros. No fundo, estava com medo dele, só não podia demonstrar na sua frente.
— Então se eu te der um tiro não vai ter problema? — ele aponta a arma para a minha testa.
— Nem um pouco, para mim é indiferente.
— Pode ficar tranquila, eu não vou te matar.
— E você acha que eu ligo? — comento, ainda rindo. — Se, como você mesmo disse, ninguém vai nos encontrar, então acho melhor você me matar e depois se matar — o provoco. Mas eu sabia que não podia ficar fazendo isso.
— Então quer dizer que você gosta de brincar com fogo? — ele debocha.
— Se você acha que estou brincando… Já que você disse que vamos ficar juntos para sempre, me responde a uma pergunta: por que você me raptou?
— Você nunca me notou, né? — de repente ele fica alterado, era como se tivesse sido possuído.
— Notar você como?
— Sim, eu sempre te amei!
— Eu sempre te vi como um colega. Me desculpa, Pedro.
— Por que você pede desculpas?
— Porque nunca vou te amar.
— Sim, eu sei que vai me amar, afinal vamos ficar juntos para sempre!
— Eu amo outro homem, sempre vou amar o meu namorado, e é com ele que quero viver até o fim da minha vida — declaro, e ele me olha com fúria.
— Ah, esse seu namoradinho… Vocês já transaram?
Fico sem graça, e logo meu rosto fica aquecido.
— Pelo que eu vejo, não.
— Pedro, a minha vida pessoal não é da sua conta! Agora quer me fazer o favor de me soltar? — mexo os meus braços e tento me soltar das gravatas.
— Não senhora, a sua vida sempre é importante para mim — ele diz, com um sorriso irônico nos lábios.
— Na minha vida quem manda sou eu!
— Engraçado você dizer isso — ele ri demais.
— Pedro, por favor, reconsidere — peço, querendo ver se ele colocava algum juízo na cabeça e me soltava logo.
— Reconsiderar? Sobre o quê?
— Pedro, você me sequestrou num shopping, foi violento comigo na faculdade… Preciso continuar?
— Sim, você tem que entender!
— Não, eu não entendo!
— Desde que a vi pela primeira vez, me apaixonei.
— Sim, isso deu para entender.
— E sempre estava rodeada daquelas duas louquinhas que eram as suas amigas. Ah, como elas se chamavam mesmo? — ele dá um tempo e depois responde: — Ah, sim, a Lorena e a Adriana.
— O que tem elas?
— Então, elas sempre ficavam ao seu lado, e via como você ria, e aquilo me encantou.
— E daí? Eu não posso rir com as minhas colegas?
— Continuando a nossa história de amor…
— Pedro, você está louco?
Ele vem em minha direção e grita, nervoso:
— Não me chame de louco, está ouvindo? — dá um tapa em meu rosto.
— Sim, você é um louco por inventar essa história! — ele me dá outro tapa, e, mesmo doendo muito, começo a rir.
— Você acha graça? Você gosta de apanhar? — ele diz, nervoso, e volta a me dar tapas.
— E você, gosta? — retruco. Mesmo sentindo uma dor do cão, eu não iria demonstrar.
— Sabe que gosto de você assim, confiante! — ele ri e passa a mão no meu rosto.
— Você é um completo idiota!
— E você é uma vadia! Que gosta de ficar se esfregando com qualquer um na rua.
— Isso, agora sim mostre quem você é de verdade!
— Você gosta, né?
— Ah, sim, eu gosto de ver que se acha o espertão completo.
— Vamos continuar, veremos quem vai ser o espertão. Dia 4 de novembro te lembra alguma coisa?
Eu congelo.
— O que tem essa data? — questiono, sentindo ânsia.
— Ah, você não se lembra? Então me deixa refrescar a sua memória. Não é o dia em que você faz aniversário? — como eu não falo nada, ele diz, gritando: — Me responde!
— Sim, é o dia em que eu faço aniversário — respondo, a contragosto.
— Boa menina, vamos continuar! Nesse dia você foi comemorar seu aniversário na boate, não?
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