POV CASPIAN.
Um toque suave roçou meu rosto, leve como uma pena, mas quente, carregado de uma energia que fez meu coração acelerar antes mesmo de minha mente compreender. Abri os olhos devagar, a sala ainda estava mergulhada na penumbra, iluminada somente pelo brilho fraco da lareira. Lá estava ela, sentada ao meu lado no sofá, seus olhos fixos em mim. Havia uma ruga sutil de preocupação entre suas sobrancelhas, mas também uma ternura que me fez prender a respiração.
— Gaia — murmurei, a voz rouca, ainda carregada de sono.
Ela não respondeu de imediato, somente continuou me observando, como se tentasse decifrar algo em meu rosto. Seus dedos ainda pairavam perto da minha bochecha, e o calor daquele toque parecia reacender cada parte de mim que estivera apagada durante sua ausência. Sentei-me lentamente, sem desviar os olhos dela, temendo que, se piscasse, ela pudesse desaparecer como um sonho.
— Você voltou — falei, quase sem acreditar, enquanto o alívio inundava meu peito.
— Voltei — disse ela, a voz suave, mas firme, como se carregasse o peso de tudo o que havia enfrentado. — Desculpe-me por demorar. A magia… exigiu mais de mim do que eu esperava — comentou.
— Não precisa se desculpar. Eu sempre estarei aqui por você e passaria mil noites acordado para te esperar voltar — falei, sincero.
— Obrigada — disse ela, sorrindo.
Seus olhos brilhavam com uma mistura de cansaço e determinação, e, por um momento, tudo o que eu queria era puxá-la para mim, envolvê-la em meus braços e nunca mais a deixar ir. Odin, que até então estivera inquieto em minha mente, soltou um rosnado baixo de satisfação e comemorou:
— Ela está aqui. Nossa Gaia voltou para nós — disse, empolgado e feliz. Sim, ela havia voltado.
— Você está bem? — perguntei, inclinando-me para mais perto, meu olhar percorrendo cada traço dela, procurando qualquer sinal de ferimento ou fraqueza. A preocupação que vi no rosto dela agora ecoava em mim. Ela sorriu, um sorriso pequeno, mas sincero, que fez meu coração apertar e acelerar.
Sorri, incapaz de resistir ao calor que sua presença trazia. Puxei-a suavemente para mais perto, deixando que nossos ombros se tocassem, e, por um instante, o mundo lá fora, com seus perigos e incertezas, deixou de existir. Éramos só nós dois, o cheiro dela preenchendo o ar, seu toque ancorando minha alma. Então, o aroma de café recém-torrado intensificou-se, envolvendo-me como uma onda. Um toque firme, quase um cutucão, atingiu meu ombro, e minha visão escureceu.
Abri os olhos de supetão, o coração disparado. A sala, agora, estava iluminada pela luz do sol, que ofuscava minha visão. O cheiro de Gaia pairava no ar, mas o lugar ao meu lado estava vazio. Minha mão tateou o espaço onde ela estivera, encontrando somente o tecido frio.
Odin rosnou em minha mente, confuso, sua inquietação ecoando a minha. Sentei-me, perdido, o peito apertado por uma mistura de saudade e desorientação. Havia sido um sonho. Um sonho tão vívido que ainda podia sentir o calor do toque dela em meu rosto, o som de sua voz ecoando em meus ouvidos. Mas ela não estava aqui. Não ainda.
Passei as mãos pelo rosto, tentando me ancorar na realidade, enquanto o vazio que Gaia deixara, voltava a me engolir. Tudo o que restava era esperar — esperar que ela voltasse de verdade, e não somente como uma ilusão criada pela minha mente desesperada por sua presença. Então, ouvi sua voz ao meu lado e virei a cabeça. Ela me observava com o olhar divertido e com braços cruzados.
— Você não tem uma cama para dormir, não? — Perguntou debochada. — Achei que estava desmaiado. Estou aqui te chamando, a um bom tempo e até um cutucão te dei e nada de você acordar. Já estava indo até a cozinha, buscar um balde de água para te jogar. — Comentou tentando parecer firme, mas podia sentir, seu divertimento.

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