POV GAIA.
Fui acordada por uma forte explosão e saí correndo do quarto, do jeito que estava. No corredor, senti que a barreira havia sido atacada, mas permanecia intacta. Ninguém conseguirá derrubar aquela barreira — ela carrega meu sangue e o de Morgana no feitiço. Não existe ninguém mais poderoso que a rainha das bruxas. Fiquei aliviada, mas irritada por ser acordada. Sabia que toda aquela barulheira era para me atrair. E podia sentir Thalassa por perto. Parece que, finalmente, irei enfrentá-la e acabar com o caos que ela causou.
Encontrei Caspian na escada e meus tios na sala, todos preocupados. Tranquilizei-os sobre a barreira e nos preparamos para a batalha. Mas algo estranho aconteceu comigo quando Caspian me abraçou e beijou. Não fiquei irritada — gostei e aceitei.
— Você o aceitou como companheiro — disse Minerva em minha mente.
— Sim, resolvi aceitá-lo. Vou cobrar a dívida dele lentamente. Não será fácil para ele, eu te garanto — comentei mentalmente. Minerva não falou mais nada.
Sinto-a estranha desde ontem; acho que algo está acontecendo com minha loba. Preciso descobrir o que é. O que me deixou, também, intrigada foi o comentário da minha bisavó, dizendo que estou diferente. Mas depois conversaremos. Despedi-me de Caspian e dos meus tios, e Morgana nos teletransportou.
A névoa ao meu redor se dissipou, e o cheiro de magia encheu minhas narinas. Morgana segurava minha mão com firmeza, seus olhos brilhando com uma intensidade que me lembrava por que ela era temida. Estávamos próximos à barreira, onde a explosão ecoara minutos antes. O ar estava pesado, carregado de energia mágica e algo mais — magia negra e de sangue.
— Fique alerta, querida — disse Morgana, soltando minha mão. — Essa bruxa velha não j**a limpo. Ela fará de tudo para te capturar. — Comentou.
— Eu sei — respondi, sentindo Minerva se agitar dentro de mim. Depois do cio, ela estava mais quieta, mas agora sua energia voltava com força, pronta para a luta. — Thalassa acha que pode me capturar, mas ela não sabe com quem está lidando. — falei confiante. Morgana riu, um som curto e afiado.
— Essa é minha bisneta. Mas não subestime a inimiga. Ela está mais forte do que da última vez, eu sinto isso. E não quero nem imaginar quantas vidas ela tirou para ficar assim — comentou, séria.
— Ela pagará por cada vida que tirou — falei, com raiva.
— Sim. Mas agora, vamos ao plano. Você tem que atrair Thalassa para a nossa armadilha. E tenha cuidado — disse.
— Eu terei, bisa. Agora vá, não quero que Thalassa saiba da sua presença aqui, ou tudo estará perdido — comentei. Morgana me deu um beijo na testa e sumiu na névoa, me deixando sozinha.
Caminhei em direção ao local onde sentia a presença de Thalassa. Aproximei-me com cuidado e observei, mais adiante, Thalassa ao lado de um macho que a beijou. Aquele devia ser Theodoro. Liberei levemente um pouco de magia, como se estivesse, tentando escondê-la. Thalassa olhou para os lados, como se procurasse algo. Acho que sentiu minha magia. Ela disse algo no ouvido de Theodoro, que sorriu com maldade e se afastou. Então, ela começou a andar na direção onde eu estava. Era hora do plano. Apressada, fui para o local da armadilha.
Abaixei-me e comecei a cavar o chão da floresta, como se estivesse fazendo um feitiço. Recitei palavras para que Thalassa acreditasse que eu tentava algo para ajudar a alcateia. Senti seu cheiro podre se aproximando.
— Ora, ora, o que temos aqui? Parece que o passarinho saiu da gaiola para aprontar — disse ela, debochada, atrás de mim. Levantei-me, virei-me na sua direção e sorri de lado.
— Você não aprendeu da última vez, quando te deixei desmaiada e jogada como um saco de lixo? Voltou para apanhar? — perguntei, com deboche. Thalassa me olhou, furiosa.
— Sua maldita! Vou adorar te torturar e tirar cada gota do seu poder e do seu sangue — disse, aproximando-se e entrando na armadilha. Eu comecei a rir. Thalassa arqueou a sobrancelha, então arregalou os olhos e olhou para baixo. O chão brilhou.
— O que você fez, sua desgraçada? — perguntou, furiosa.
— Gaia, querida, acho que sua magia deve ter atingido o cérebro dessa infeliz, porque agora ela está delirando — falou, debochada, fazendo Thalassa atacá-la.
A magia de Thalassa atingiu Morgana, mas não teve efeito algum. Minha bisavó abriu a boca, bocejando com tédio, e lançou um ataque que fez Thalassa cair de joelhos, paralisada. Morgana se aproximou dela.
— Quando foi que sua arrogância te deixou tão confiante e burra a ponto de achar que poderia me derrotar? Você pode matar e usar o sangue de quantas vidas quiser, assim como usar magia negra, mas nunca será capaz de me derrotar. Eu sou a rainha das bruxas e sou invencível — falou minha bisavó, liberando todo o seu poder.
Senti meu corpo se arrepiar e minhas pernas fraquejarem. O poder de Morgana era imenso; nunca imaginei que ela fosse tão poderosa assim. Meus joelhos cederam, e caí de joelhos, tamanha era sua força. Meus olhos estavam fixos em tudo que minha bisavó fazia. Thalassa estava assustada, e eu podia sentir o forte cheiro de seu medo.
— Me perdoe, majestade — implorou Thalassa, buscando clemência.
— Perdoar? Desde quando sou um ser bom? Você, melhor que ninguém, deveria saber que não perdoo. Ainda mais alguém que ousa atacar o que é mais precioso para mim. Acha mesmo que te deixarei viva depois de tentar matar minha bisneta? Esqueceu quem eu sou? — perguntou Morgana.
— Por favor, majestade. Eu não sabia que Gaia era sua bisneta. Se soubesse, nunca teria me aproximado dela — disse Thalassa, aflita.
— Você é tão mentirosa, Thalassa. Sei do seu desejo por poder; você nunca parará sua busca pela vida eterna. Mas tenho uma novidade: sua busca acaba aqui e agora — falou Morgana, sorrindo macabramente, o que me causou arrepios nada agradáveis. Nunca havia visto minha bisavó dessa maneira.
Morgana colocou a mão na cabeça de Thalassa. Sua mão brilhou, e uma luz pairou sobre a bruxa, que começou a virar pó de cima para baixo, deixando somente seu grito agonizante. Uma sombra surgiu de onde Thalassa estava e tentou vir em minha direção, mas Morgana a capturou e a absorveu. Eu estava paralisada e chocada. Nunca imaginei que minha bisavó fosse tão aterrorizante.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.