POV CASPIAN.
Eu me lancei contra ele, nossos corpos colidindo com um impacto que fez o chão tremer. Minhas garras rasparam o ar, buscando seu flanco, mas Theodoro era ágil, desviando-se com uma velocidade que me forçou a ajustar minha postura. Ele revidou, suas presas mirando meu pescoço. Consegui desviar por pouco, mas suas garras acertaram meu ombro, rasgando a carne. A dor explodiu, mas transformei-a em fúria, rugindo enquanto girava e cravava minhas próprias garras em seu flanco.
O sangue jorrou, e Theodoro uivou, mas não recuou. Ele voltou ao ataque, seus movimentos frenéticos, como se estivesse possuído. Mordi seu ombro, sentindo o gosto metálico de seu sangue, e o joguei contra uma árvore, usando minha força de alfa. O tronco estalou com o impacto, e ele caiu, mas se levantou quase imediatamente, os olhos ardendo com um ódio que parecia não ter fim. Ele rosnou, lançando-se novamente. A algo errado com esse lobo.
Nós éramos um borrão de pelos, garras e presas. Cada golpe que eu desferia era respondido com igual ferocidade. Ele acertou meu flanco novamente, e o ardor da ferida me fez grunhir, mas eu era maior, mais forte. Usei meu peso para prendê-lo contra o chão, minhas patas esmagando seu peito. Ele se debateu, suas garras arranhando minhas patas, mas eu mantive a pressão, meus dentes a centímetros de sua garganta. Como ele consegue lutar de igual comigo? Rosnei, usando minha dominância de alfa.
Ele parou de se debater por um instante, ofegante, o sangue escorrendo por sua pelagem. Então, de repente, soltou um uivo agudo, um som que ecoou pela floresta como uma lâmina. Ele me jogou para longe, tirando força não sei de onde. Afastou-se, e seu corpo começou a se contorcer, os ossos estalando enquanto voltava à forma humana. Theodoro se levantou, cambaleando, o rosto pálido e manchado de sangue, os olhos arregalados de desespero.
— Thalassa! — gritou ele, a voz rasgada, cheia de angústia. — NÃO! — berrou, em agonia. Ele virou-se para mim, apontando um dedo trêmulo, o rosto contorcido de dor e raiva.
— É culpa tua, Caspian! Você a matou! — acusou, a voz tremendo de dor. Então Gaia e Morgana conseguiram. Pensei satisfeito.
Olhei ao redor e foi então que notei: a floresta estava silenciosa. Os renegados que lutavam ao lado de Theodoro jaziam mortos, seus corpos espalhados pelo chão, enquanto meus crescentes permaneciam de pé, ofegantes, mas vitoriosos, aproximando-se lentamente de nós, esperando por minhas ordens. Theodoro seguiu meu olhar, e vi o momento exato em que a realidade o atingiu. Seus olhos percorreram os corpos de seus seguidores, e sua expressão desmoronou, uma mistura de choque e desespero.
Nesse exato momento, uma névoa densa se formou ao nosso redor, e dela surgiram Gaia e Morgana. Minha companheira estava ao lado de sua bisavó, ambas com uma aura de poder que fazia o ar crepitar. Gaia me olhou por um instante, seus olhos cheios de preocupação. Meu coração se aqueceu ao perceber que ela estava preocupada comigo. Alegrei-me mentalmente, então Theodoro virou-se para ela, apontando com ódio.
— Você a matou! — gritou ele, a voz carregada de fúria. — Eu vou me vingar de todos vocês! — ameaçou. Rosnei, furioso por ele ousar ameaçar minha companheira.
— Na verdade, eu a matei. Não deixaria que minha bisneta sujasse suas preciosas mãos com aquela bruxa velha. Deveria me agradecer por te livrar de um laço de mentiras — falou Morgana, com crueldade.
— Sua maldita! Quem pensa que é para matar minha companheira? Vou te rasgar ao meio! — esbravejou Theodoro. Morgana riu, divertindo-se.
Morgana estava certa. Theodoro não estava normal. Ele conseguia lutar quase como igual a mim, sendo que eu sou um alfa e ele, somente um lobo renegado. Sei que os renegados são fortes por sua selvageria, mas nunca se igualariam a um alfa. Ele tomou alguma coisa para ficar tão forte e ágil.
— Morgana tem razão. Precisamos cuidar das suas feridas — disse Gaia.
Olhei para ela, gostando do seu cuidado comigo. Sorri de lado, contente. Gaia arqueou a sobrancelha e revirou os olhos. Pegou minha mão e começou a andar em direção à alcateia. Eu estava feliz.
— Pois eu só ficarei tranquilo e feliz quando capturar aquele maldito. Não gostei da ameaça dele à nossa companheira. Theodoro agora está movido pelo ódio e pelo luto da perda de sua companheira. Ele é imprevisível agora. Temos que ter cuidado, pois ele não tem mais nada a perder. Tiramos tudo que ele mais amava — disse Odin, apreensivo, em minha mente.
— Você está certo. A promessa de Theodoro continua ecoando em minha mente. Só irei relaxar quando ele estiver em nossa prisão — respondi.

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