POV GAIA.
Quando chegamos em frente à barreira, deparamo-nos com uma cena de guerra. Vários renegados jaziam mortos, espalhados pelo chão. Alguns crescentes, feridos, lutavam para se manter de pé. Meu olhar varreu o cenário e então vi Caspian e Theodoro, ambos gravemente machucados. Caspian, coberto de sangue, parecia fragilizado, e meu coração se apertou ao vê-lo assim. Ele virou o rosto em minha direção, como se sentisse minha presença, e o alívio brilhou em seus olhos. Theodoro, por outro lado, nos encarou com ódio, apontando-nos como culpados pela morte de Thalassa, suas palavras carregadas de ameaças.
Fiquei intrigada. Como ele podia sentir a morte dela? Isso só podia significar que o feitiço de amarração que Thalassa lançara sobre ele era incrivelmente poderoso, tornando-o um escravo de sua vontade e de um laço inexistente. A perda de uma companheira o devastava e a dor o transformava em algo perigoso, movido por um desejo ardente de vingança. Após mais ameaças, Theodoro, apavorado por saber que Thalassa foi morta pela rainha das bruxas, fugiu. Caspian, com a voz firme apesar da fraqueza, ordenou que o capturassem.
Minha preocupação, porém, estava toda em Caspian. Suas feridas eram graves, e Morgana alertou precisarmos tratá-las com urgência, pois Thalassa sempre jogava sujo. Toquei o rosto dele, verificando seu estado, e concordei com ela, meus olhos fixos nos ferimentos que, para meu horror, não cicatrizavam. Segurei sua mão, sentindo a gravidade da situação, e comecei a levá-lo em direção à alcateia. Passamos pela barreira e demos somente alguns passos quando senti um puxão para trás. Virei-me a tempo de ver Caspian tombar, seu corpo colapsando no chão. Meus olhos se arregalaram, e meu peito se comprimiu em pânico.
— Caspian! — gritei, aflita, abaixando-me ao seu lado e tocando seu rosto. Ele me olhou, um sorriso fraco nos lábios, e tentou erguer a mão para me alcançar, mas seus olhos se fecharam, e sua cabeça pendeu, inconsciente. O desespero me engoliu. Senti Morgana se abaixar ao meu lado, suas mãos examinando o corpo dele.
— Ele foi envenenado com alguma magia — disse ela, tocando uma das feridas e afastando a mão rapidamente, como se sentisse algo maligno. — Precisamos tratar isso imediatamente, ou ele vai morrer. — Sua voz era grave, carregada de urgência. Olhei para ela, assustada.
— Vamos levá-lo para a edícula — falei, sentindo o peso dos olhares preocupados dos crescentes ao nosso redor.
Morgana tocou Caspian, e uma névoa nos envolveu. Em um piscar de olhos, estávamos na edícula, com Caspian deitado no sofá. Ajoelhei-me ao seu lado, verificando seu pulso — estava fraco, quase sumindo. Seu corpo estava gelado, como se a vida o abandonasse. O medo apertou minha garganta.
— Morgana, ele está morrendo! O que eu faço? Não posso perdê-lo agora, não agora que resolvi dar uma chance a esse ogro! — Minha voz saiu embargada, nervosa, enquanto Minerva uivava em desespero na minha mente.
— Gaia, faça alguma coisa! Não podemos perdê-lo! — implorou minha loba, sua voz ecoando em minha alma. Morgana segurou meus ombros, tentando me ancorar.
— Você aflita não poderá ajudá-lo. Acalme-se e deixe que eu cuido dele — disse, firme, afastando-me com suavidade. Ela se aproximou de Caspian e começou um feitiço, suas mãos traçando gestos precisos no ar. Não demorou muito. Quando terminou, perguntei, ansiosa:
— E então? O que está causando isso? Podemos salvá-lo? — Questionei. Morgana me encarou, seu olhar sério.
— É magia negra. Posso tratar os ferimentos, mas não posso reverter o estado dele. — Sua voz carregava uma certeza que fez meu estômago revirar.
— O que está dizendo? Que não pode salvá-lo? — perguntei, o desespero voltando com força.
— Infelizmente, não posso salvá-lo — respondeu ela, no exato momento em que Aina e Conrado entraram correndo na edícula.
— O que disse? Nosso filho vai morrer? — Aina, já em pânico, correu até Caspian, caindo ao lado do sofá onde ele jazia desacordado.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.