POV CASPIAN.
Eu estava feliz por ter minha companheira cuidando de mim. Gaia me puxava pela mão, enquanto nos dirigíamos à alcateia. Eu estava gravemente ferido, e minhas feridas não cicatrizavam. Isso me preocupava, mas eu não queria estragar aquele momento reclamando da dor. Assim que passamos pela barreira e dei alguns passos, uma dor excruciante me atingiu, e minhas pernas cederam. Caí no chão, puxando o braço de Gaia.
Do chão, vi o desespero em seus olhos, e me odiei por causar isso a ela. Tentei tocar seu rosto, mas a exaustão e a fraqueza me impediram. Meus sentidos se desvaneceram, e a imagem de Gaia foi sumindo, até que adormeci.
A dor era insuportável, e eu sentia minhas forças sendo drenadas. Acho que estou morrendo. Tudo estava silencioso e escuro. Até que uma luz surgiu à minha frente, iluminando tudo. Olhei ao redor e percebi estar no meio de uma floresta. Estava de pé, nu. Senti uma presença à minha direita e olhei. Um lobo preto parou e se sentou sobre as patas traseiras.
— Odin? — perguntei. Ele me encarou.
— Quem mais achou que fosse? — respondeu, divertido. Revirei os olhos.
— Onde estamos? — indaguei, ignorando sua provocação. Ele suspirou.
— Acho que estamos na linha entre a vida e a morte. Acredito que estamos morrendo — disse, sua voz carregada de apreensão.
— Não podemos morrer, não agora que teremos Gaia de volta — afirmei, a determinação queimando em meu peito.
— Eu sei, mas o que podemos fazer? — perguntou ele.
— Vamos resistir e lutar pela nossa vida — sugeri, firme. Odin riu, um som quase zombeteiro.
— É mesmo? E contra quem vamos lutar? — questionou. Olhei ao redor e percebi algo: à nossa frente, havia um caminho que levava a uma clareira brilhante; às nossas costas, de onde viemos, havia uma floresta envolta em escuridão.
— Sugiro que voltemos para lá — falei, apontando para a escuridão. Odin seguiu meu olhar.
— Quer que entremos na escuridão? E se nos perdermos e formos parar em algum inferno? Não acho uma boa ideia — disse, claramente relutante.
— Para de ser medroso, você nunca agiu assim. Tenho certeza de que, se seguirmos a luz, não teremos volta. Nunca assistiu a filmes? — perguntei, tentando manter o tom leve.
— Você é louco, está se baseando em filmes para escolher? E não sou medroso, só não quero queimar no inferno pela eternidade por escolher mal — retrucou ele.
— Não estou me baseando, estou sendo lógico. Viemos de lá, então é por ali que devemos seguir. Pensei que amasse nossa companheira. Vai desistir dela agora? E do nosso filhote? — provoquei. Odin rosnou, seus olhos brilhando com determinação.
— Eu nunca desistiria de nossa lobinha. Vamos logo para a escuridão — disse, resoluto, e começou a andar, passando por mim em direção ao breu. Sorri e o segui, com um aperto no peito. Só espero ter escolhido o caminho certo.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.